A primeira edição da SP–Arte: Rotas Brasileiras terminou no último domingo (28) após cinco dias de imersão na pluralidade e diversidade brasileira e o desejo por seguir abrindo novas rotas e possibilidades.
Para Fernanda Feitosa, fundadora e diretora da feira, “as galerias abraçaram o desafio de fazer uma feira com um eixo temático e o resultado foram estandes muito potentes e o público encantado.”
Ela confirma ainda o ensejo de repetir a dose no próximo ano.
“A boa acolhida e o sucesso da feira nos motiva a repetir esta experiência para descobrir novos artistas e percorrer outros destinos dentro do Brasil em agosto de 2023”, afirma.
As vendas superaram as expectativas para a maioria dos expositores, como é o caso da estreante Galatea, fundada por Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo que trouxe um projeto expositivo muito bem curado.
A exposição foi formada por peças de jovens artistas indígenas como Aislan Pankararu lado a lado de mestres Rubem Valentim, Ione Saldanha, Ubi Bava, obtendo um retorno muito positivo, traduzido em vendas acima do esperado e excelentes contatos.
Entre galeristas do mercado secundário, Carlos Dale, da Almeida & Dale, comenta que a galeria compreendeu o novo conceito que a feira propõe.
“Nosso saldo foi muito positivo em relação às vendas, no primeiro dia tivemos 6 vendas do artista amazonense Hélio Melo e também duas peças do Sérgio Camargo”, diz.
Também com saldo positivo, a Galeria Milan vendeu duas peças do artista pernambucano Tunga – uma escultura em forma de trança e uma aquarela – , além de uma escultura de Vanderlei Lopes.
Segundo Marcele Farias, da Marco Zero, galeria de Recife que inaugurou em São Paulo em novembro do ano passado, na edição Rotas Brasileiras, a galeria vendeu 90% das obras.
Paulo Darzé, da Paulo Darzé Galeria, de Salvador, que trouxe para a feira um solo do artista goiano Siron Franco, conta que vendeu a maior parte de suas obras.
“No primeiro dia de abertura da feira, eu já tinha vendido. Foi excelente”, festeja ele. O galerista Flavio Cohn, da DAN Galeria, informou que a edição obteve saldo positivo para a galeria e elogiou o recorte de tema da feira, e também o espaço da ARCA.
A galeria Frente/James Lisboa, vendeu a obra Cangaceiro, 1955, de Cândido Portinari e um panô de Burle Marx.
Marcela Setton, da Quadra, galeria carioca que acaba de abrir um espaço em São Paulo, afirmou que vendeu 100% do estande e renovou o espaço expositivo com novas obras, no sábado.
A galerista Igi Lólá Ayedun, diretora da galeria HOA, comemorou o sucesso de vendas, também causado pela versão mais intimista da feira, e reafirmou a representatividade da galeria recém-aberta em São Paulo. A galeria trocou as obras de seu estande entre quarta e sábado.
Renan Quevedo, do projeto Novos Para Nós, comentou “muito do que se fala de Brasil se encontra no estande da nossa galeria. As vendas foram muito expressivas, como por exemplo as obras da artista Maria Negreiro, que esgotaram.”
No estande do projeto Preamar, toda a série da artista maranhense Silvana Mendes foi vendida, inclusive para o acervo permanente do Instituto Inhotim, em Minas Gerais.
O Arte Pará, um dos mais longevos eventos de artes visuais do Brasil, que comemora 40 anos em 2022, também esteve na feira.
Roberta Maiorana, diretora e co-curadora do projeto, ressaltou: “que o público esteve muito interessado na nova proposta da feira e o projeto vendeu 65% das obras. Ficamos felizes, porque no nosso caso, uma Fundação, a venda é toda revertida para o artista.”
Para 2023, a SP–Arte retorna com seus dois eventos anuais, do primeiro e segundo semestre:
– Em abril a tradicional SP–Arte, Festival Internacional de Arte de São Paulo, em sua 19ª edicão, no Pavilhão da Bienal, de 29 de março a 2 de abril.
– No segundo semestre, em agosto, a 2ª edição da SP–Arte: Rotas Brasileiras na ARCA de 23 a 27 de agosto.