Teremos carnaval em 2021?

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Por Marcus Quintanilha*

Estamos em novembro de 2020: na Bahia, qualquer evento eleitoral de rua está suspenso na data de 11 de novembro.

Política a parte, quero buscar, através dos dados mais confiáveis, traçar uma previsão para os eventos no ano de 2021, em especial, o Carnaval. Em julho, havia dito: “(…) apesar de desejar muito sugerir sobre o evento marcado de 11 a 16 de fevereiro de 2021, não o farei aqui”.

Agora, com a evolução da COVID-19, já me permito fazer uma avaliação lógica, sem influência de nossos desejos ou anseios.

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Faltam três meses para o Carnaval da Bahia. O carnaval de Salvador. Existe uma comunicação, por etapas, sobre a festa momesca, sugerindo que será transferida para o segundo semestre de 2021.

Há cerca de um mês, o prefeito de Salvador/Ba sugeriu que “só haverá carnaval com a vacina acessível para todos”, entendimento retirado de matéria do jornal A Tarde datado de 8 de outubro de 2020.

Somamos esses “sinais” ao fato de que – até agora – não há nenhuma vacina aprovada pela ANVISA. É bem verdade ainda, diante das declarações de muitos pesquisadores, a exemplo da presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, que há uma projeção para o começo da vacinação em março de 2021, caso tudo ocorra sem imprevistos.

Fato é, que temos que imunizar (vacinar) e ainda aferir seus resultados, já que existem margens de efetividade da vacina, variando para mais de 50%, naquelas aprovadas. 

Duas perguntas estão claras: Teremos ambiente favorável para aglomerar mais de um milhão de pessoas, na rua, em julho de 2021? E ainda, qual o percentual de pessoas que estarão dispostas a participar dessa festa, num ajuste de calendário, com tantos déficits para ajustar em sua retomada normal das atividades? 

Meu parecer, hoje, é mais claro. Corro o risco de errar, mas nortearei o que penso ser justo para o planejamento do mercado carnavalesco: só haverá evento em 2022!

Caro leitor, não avalie como antecipada ou temerária a minha previsão. Muito pelo contrário, avalie como uma oportunidade das empresas ajustarem suas operações e terem um carnaval fantástico em 2022, com resultados históricos, shows épicos e um público disposto a pagar mais e com mais alegria.

Alguns estão ansiosos pela produção, inclusive defendendo para que haja Carnaval em julho de 2021, cedendo ao desejo de seus corações. Mas não estamos falando de sentimento, nem de coração!

Estamos falando de empresários que investem muito dinheiro e suor para fazer o carnaval. Estamos falando de um “trade” turístico que ainda estará se refazendo, recuperando tantas promessas feitas na copa do mundo e agora, pela pandemia.

Temos que aprender a aceitar. Seja agora, seja depois, que, mesmo acontecendo, o risco empresarial do Carnaval de 2021 contaminar o de 2022 é maior do que qualquer vírus. 

*Marcus Quintanilha filho é Escritor, Gestor executivo de eventos e pesquisador em comunicação e ciências sociais.