Não era a maneira que o Grupo R1 pretendia comemorar os seus 15 anos de vida. Mas 2020 não deixou outra escolha para a empresa que não fosse uma reinvenção. A chegada do novo coronavírus no Brasil gerou uma onda de cancelamentos e remarcações de eventos em todo o Brasil e a R1 viu sua média de 1.000 eventos por mês cair para 0. “Assim como muitos eu também fiquei em pânico, pensando o que fazer”, conta Raffaele Cecere, sócio-diretor da empresa. A solução não demorou muito para aparecer com a montagem de um estúdio no WTC Events Center para proporcionar a realização de eventos com toda a qualidade e padrão profissional.
“Realizar eventos virtuais não é algo novo, era apenas uma coisa que estava engavetada. Em 2009, quando aconteceu a H1N1, já havíamos testado um modelo híbrido. Mas naquele momento tudo voltou ao normal, e os projetos ficaram esquecidos pelas empresas até serem impulsionados novamente pela COVID-19”, relembra o executivo.
Contudo a ideia não surgiu do nada. Pelo contrário. Ela vem de uma história muito mais interessante. “Mais ou menos no dia 10 de março começamos a ter muitos cancelamentos e ao mesmo tempo nem nós – nem ninguém – tinha noção de como seria ou o que estava acontecendo ao certo. Eu fiquei então uma semana em casa. Tenho uma sacada bem grande no meu apartamento e este foi o local escolhido para o meu home office. E foi uma semana intensa, em que comecei a usar o Zoom e outras ferramentas. Acontece que o síndico resolveu aproveitar este período para pintar o prédio, fazer uma reforma. Eis que um dia eu estava fazendo uma reunião mega importante e de repente surge uma pessoa aparecendo de rapel atrás de mim no vídeo. Virei meme”, brinca Cecere.
Assim como aconteceu com o sócio da R1, outras tantas pessoas foram afetadas por aparições indesejadas na tela durante este período de home office, ou foram impactadas por problemas mais corriqueiros como falta de luz, internet ruim e etc. “Não estávamos/estamos preparados para o home office ou para realizar os eventos desta forma. Precisava bolar algo mais profissional e fui levar esta ideia para um parceiro”, relembra.
Mesmo com a R1 presente em 53 hotéis, foi no Sheraton WTC | WTC Events Center que Raffaele encontrou o local e o parceiro ideal para a empreitada. “O WTC sempre me abriu muito as portas e tanto o João Nagy como Fernando Guinato (executivos do WTC), são pessoas que pensam para frente. Outro fator importante que nos levou ao WTC foi que ele tomou uma atitude muito bacana de não fechar totalmente”, afirma. |
O projeto saiu do papel primeiro no formato de um estúdio pequeno, que logo de cara foi um sucesso. “Foi uma live de uma associação e era uma época que ainda era possível estar presencialmente no espaço. Foi uma experiência muito boa”, completa.
Do golaço da estreia veio o desafio de ampliar, fazendo um estúdio ainda maior. O desafio é hoje uma realidade que já abrigou mais de 140 eventos e ocupa uma sala de mil m² do WTC, com acústica, alta conexão de internet, painel de LED e equipamentos de última geração para garantir um evento sem “eventualidades” na medida do possível.
Segurança
Ajudar os clientes a não pararem suas atividades e garantir a segurança de todos são hoje as duas prioridades da R1. Desta forma, a empresa segue alguns protocolos determinados por eles e pelo WTC para que tudo ocorra da melhor maneira possível. “Estamos com quatro pessoas em um espaço de mil m². O normal seria que a equipe contasse com quinze colaboradores. O WTC também já se adaptou e conta logo na entrada com uma pessoa medindo a temperatura. Além do álcool gel, dentro da sala respeitamos o distanciamento e fazemos a higienização dos equipamentos. Para total garantia contratamos ainda uma empresa especializada que, antes do início das atividades, pulveriza a sala para higienizar”, explica.
Dentre os mais de 140 eventos realizados, os principais setores atendidos são ligados ao mercado farma, alimentício e indústria automobilística. Este é o futuro? Ainda não é possível cravar nada. Mas para o executivo, o modelo híbrido ganhará mais espaço após todas estas experiências pela qual o setor está sendo obrigado a passar. “Falávamos de eventos híbridos, streaming e outras tecnologias desde 2009. Acho que negar a tecnologia é uma grande bobagem, mas dizer que tudo será substituído, eu discordo completamente”, afirma.
Para finalizar, Raffaele Cercere deixa no ar uma “pensata” para a reabertura e o futuro do setor. “Estamos falando de um distanciamento social, onde as pessoas vão estar com muito receio. Em uma sala de mil pessoas teremos que colocar 200. E as outras 600? Aí entra o evento híbrido. Porque não fazemos um evento para 800 pessoas e faço um streaming para conectar mais outras 10 mil pessoas? Vamos imaginar a normalidade, que tudo voltou. Porque não utilizar a tecnologia para uma pessoa que está no Acre, nos Estados Unidos, possa acompanhar? Chega a ser tão obvio…que a gente não pensou”, finaliza.