Por Patricia Segatto Palley
“A emoção está no ar. Mais eventos estão sendo realizados, e um maior número de participantes estão se encontrando face a face. Isso é o momento que a indústria esperava. Agora, é hora para dar o próximo passo”
Assim é a conclusão da pesquisa feita por BizBash e Stova sobre as expectativas de mais de 300 profissionais de eventos entrevistados em uma pesquisa realizada pela plataforma e também em uma conversa qualitativa sobre o que eles farão de diferente em 2023, naturalmente em sua maioria nos EUA.
Considero uma boa forma de começar 2023: ouvindo alguns ventos de fora além de tantas perspectivas que temos por aqui.
De fato, retornamos ao propósito maior de reunir pessoas fisicamente em um espaço como prioridade, e a tecnologia sem dúvida tornou-se aliada na amplificação dos projetos, seja na audiência ou em aprimoramentos. Aliás, esta é uma das informações mais interessantes, como os profissionais visam aproveitar o poder da tecnologia no evento:
• Envolvimento do público em tempo real: 29%
• Ciclo de vida de engajamento estendido: 25%
• Oportunidades de patrocínio: 22%
• Fornecimento robusto de conteúdo: 22%
Aliando às expectativas e trocas nos blogs acrescento um dado interessante clamado por lá: precisamos abandonar o nome híbrido. Alguns profissionais defendem que setorizar o evento já não agrega e só dificulta inclusive o uso de dados e plataformas. Aqui outra dica: por conta de LGPD e bom uso dos dados, as plataformas são mais bem aproveitadas quando são uniformes durante um longo prazo de uso, minimizando perdas e potencializando informações.
Outro dado que me chamou a atenção é o networking como principal propósito dos eventos, explicado por 2 questões: conteúdos de aprendizado regular agora podem ser adquiridos em cursos ou TEDs com mais facilidade (apesar de serem ainda o 2 lugar no propósito de promover eventos), e as pessoas em Home Office estão ávidas por encontros de qualidade, diante do distanciamento social promovido pelo novo jeito de trabalhar. 23% responderam o Networking, 21% Treinamento e Educação e 19% Desenvolvimento de Negócios como principais objetivos dos eventos a serem promovidos em 2023.
Apesar do aceno positivo em termos de números de eventos a serem realizados – os mesmos de 2019 – há desafios a serem vencidos que já se apresentaram em 2022. Uma recessão econômica prevista (22%) e problemas de inflação/cadeia de suprimentos (21%) são considerados os maiores desafios. Envolvimento do participante (18%) e criação de experiências no local (12%) foram as próximas mais altas. Saúde ainda figura , mas não mais nas primeiras linhas. Ou seja, ter que encantar mais com menos é o maior desafio.
E como último dado interessante dessa pesquisa, os entrevistados apontaram quais os 3 principais investimentos nesta área. As respostas são 29% em eventos presenciais, mas pasme, o 2º lugar fica com Marketing, Social Media e Websites com 23% e só em terceiro lugar os investimentos apontam para virtuais ou híbridos, com 17%. Essa proporção reafirma que é preciso criar clima, informação e ser muito atrativo para promover visitação de qualidade nos projetos.
Para encerrar, acho que vale dividir um pouco alguns destaques nas resoluções de ano novo ligadas ao trabalho de grandes profissionais de eventos para 2023. Afinal números são incríveis, mas somos todos humanos.
• Impacto: focar em projetos que tenham a proposta de impacto mais positivo. Qualidade em detrimento a quantidade.
• Deixe ir: é importante planejarmos mas com um time de qualidade é preciso deixar vir a inspiração, o novo – é aí que a magia acontece – afrouxar um pouco pode ser lindo.
• Foco: em 2022 nos sentimos muito “esticados” – é preciso fazer escolhas por produtividade e saúde mental.
• Estar Presente onde estou presente: trabalhar em casa especialmente traz um enorme desafio de estar no momento certo no trabalho e no momento certo com a família.
• O que te trouxe até aqui, não vai te levar até lá – executar iniciativas de marketing da maneira mais inteligente e eficiente possível.
• Networking – participar de um evento de networking ao menos 1 vez por mês.
• Ver mais shows e espetáculos – apreciar a emoção e encontrar até mesmo apenas um fragmento do que poderia ser reimaginado na forma de uma experiência de evento completamente diferente.
• Concentrar na relacionabilidade – usar tecnologia para apoiar eventos no futuro incluiriam FX visual, IA, transmissões ao vivo conectivas, cenários sensoriais e muito mais.
• Ousadia – na criatividade e na comunicação – sabemos a importância dos dados, mas nossa experiência merece ter uma intuição ouvida, ela pode mudar o jogo.
• Reduzir a conectividade – olhar menos o celular, diminuir um pouco chamadas do zoom e conhecer e interagir mais pessoalmente.
Quem sabe também nos inspira? Pode vir 2023!
Fonte: BizBash
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