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32ª Bienal de São Paulo

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De 07 de setembro a 11 de dezembro, a 32ª Bienal de São Paulo irá reunir 81 artistas e coletivos no Pavilhão Ciccillo Matarazzo.  A noção de “incerteza” é o eixo central desta edição da exposição, que traz como título “Incerteza viva”, com o objetivo de refletir sobre as atuais condições da vida e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas.

A exposição se propõe a traçar pensamentos cosmológicos, inteligência ambiental e coletiva assim como ecologias naturais e sistêmicas. Para que possa ser enfrentado objetivamente grandes questões do tempo atual, como o aquecimento global e seu impacto, a extinção de espécies e a perda de diversidade biológica e cultural, a instabilidade econômica ou política, a injustiça na distribuição dos recursos naturais da Terra, a migração global, entre outros, talvez seja preciso desvincular a incerteza do medo.

A incerteza está claramente conectada a noções endêmicas no corpo e na terra, com uma qualidade viral em organismos e ecossistemas. Embora esteja atrelada à palavra crise, não é equivalente a ela. Incerteza é, sobretudo, uma condição psicológica ligada aos processos individuais ou coletivos de tomada de decisão, descrevendo o entendimento e o não entendimento de problemas concretos.

A noção de incerteza faz parte do repertório de muitas disciplinas – da matemática à astronomia, passando pela lingüística, biologia, sociologia, antropologia, história ou educação. Diferentemente do que acontece em outros campos, no entanto, a incerteza na arte aponta para a desordem, levando em conta a ambiguidade e a contradição. A arte se alimenta da incerteza, da chance, do improviso, da especulação e ao mesmo tempo tenta contar o incontável ou mensurar o imensurável. Ela dá espaço para o erro, para a dúvida e até para os fantasmas e receios mais profundos de cada um de nós, mas sem manipulá-los. Não seria o caso, então, de fazer com que os vários modos de pensar e de fazer da arte pudessem ser aplicados a outros campos da vida pública?

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Aprender a viver com a incerteza pode nos ensinar soluções. Compreender diariamente o sentido da Incerteza Viva é manter-se consciente de que vivemos imersos em um ambiente por ela regido. Assim, podemos propor outras formas de ação em tempos de mudança contínua. Discutir incerteza demanda compreender a diversidade do conhe- cimento, uma vez que descrever o desconhecido significa interrogar tudo o que pressupomos como conhecido. Significa, ainda e também, valorizar códigos científicos e simbólicos como complementares em vez de excludentes. A arte promove a troca ativa entre pessoas, reconhecendo incertezas como sistemas generativos direcionadores e construtivos.

A 32ª Bienal de São Paulo quer se tornar mais permeável e ainda mais acessível, participando ativamente na construção contínua e coletiva do Parque Ibirapuera como espaço público, ampliando seu senso de comunidade.

Vários projetos artísticos serão comissionados para o parque e a exposição se percebe como uma extensão do jardim dentro do pavilhão. Tematizando questões ligadas ao meio ambiente e a ecologias, entendemos que a Bienal, como uma das instituições culturais sediadas no parque, deve participar das discussões, atividades e pesquisas já em desenvolvimento no local por outros órgãos e instituições, como parte de nosso processo.

A equipe da Fundação Bienal de São Paulo tem feito um trabalho de integração com outros equipamentos, discutindo os diferentes usos do parque. Foram feitas visitas ao Viveiro Manequinho Lopes, à Universidade Ambiental UMAPAZ, ao Planetário, ao DEMAX (entidade responsável pelo recolhimento de lixo), ao Museu de Arte Moderna e ao Museu de Arte Contemporânea a fim de compreender os métodos de funcionamento de cada instituição. Essa estratégia possibilita que a exposição considere seu pró- prio entorno como contexto primeiro de sua realização.

Para desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico da mostra, foi convidado o escritório Álvaro Razuk Arquitetos, que parte assim da reflexão sobre a lógica espacial do parque. O jardim se torna modelo não apenas metaforicamente, mas também metodologicamente, promovendo diversidade de espaço, favorecendo experiências e ativação pelo público.

Serviço:

32ª Bienal de São Paulo – Incerteza viva
Data: De 10 de setembro a 11 de dezembro de 2016
Local: Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Endereço:  Parque Ibirapuera – Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Ibirapuera, São Paulo
Curador: Jochen Volz
Cocuradores: Gabi Ngcobo, Júlia Rebouças, Lars Bang Larsen e Sofía Olascoaga
Site: http://www.bienal.org.br/

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