Apex-Brasil de olho no mercado iraniano

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A atenção e o monitoramento de mercados estratégicos para produtos e empresas brasileiras são algumas das atividades da Apex-Brasil e o mercado iraniano, apesar dos embargos ainda existentes, está em constante avaliação pela áreade Estratégia de Mercado da Agência. Segundo Igor Isquierdo e Thiago Gusman, analistas de negócios da Apex-Brasil responsáveis pelas avaliações do cenário comercial do Irã, 2015 já registrou um avanço no cenário com o alinhamento de um acordo preliminar que amplia as chances de uma redução das sanções, e que por isso é importante manter atenção ao país, que tem um grande e potencial mercado consumidor.

“Segundo o FMI, o Irã tem a 18ª economia do mundo em relação ao PIB Paridade de Poder de Compra, acesso de 99% da população à educação, quase 80 milhões de habitantes e uma população jovem. São atributos de uma economia e um mercado com grande potencial e carente de bens de consumo. O atual governo, de caráter mais reformista, já trabalha em legislações para proteger o investimento privado, conferindo maior segurança nas operações que envolvem capital estrangeiro. Além disso, o PIB do país cresceu em média 7% entre 2001 e 2011, antes dos embargos. Todos estes são sinais importantes e que poderão abrir oportunidades para o empresariado brasileiro, caso haja alívio nas sanções em 2015”, destaca Isquierdo.

Oportunidades

A pauta de exportações brasileiras para o Irã inclui carne bovina, milho e açúcar, mas o mercado iraniano, quando reaberto, oferecerá oportunidades nas áreas de aviação, equipamentos agrícolas (máquinas e armazenagem), autopeças (antes do embargo, o país era o maior produtor de veículos leves do Oriente Médio e possuía a 11ª maior produção mundial de veículos, à frente de Reino Unido, Itália e Argentina, sendo um forte exportador para o norte da África e Ásia), alimentos e bebidas (está entre os três maiores consumidores de alimentos na região), máquinas e equipamentos de saúde e a indústria de cosméticos.

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“O tamanho do mercado encanta e existem boas oportunidades para produtos e serviços estrangeiros quando os embargos chegarem ao fim. O Carrefour, única rede de supermercados e hipermercados estrangeira operando no Irã, é líder disparado no mercado de varejo. Várias montadoras de veículos europeias, americanas e asiáticas (como Renault, Peugeot e KIA), estão presentes ou vêm demonstrando interesse no Irã, assim como outros grupos (como Danone e Nestlé) que possuem unidades produtivas no país. Ainda existe uma grande dificuldade para o empresário brasileiro exportar para o Irã devido à ausência de linhas de crédito derivada das sanções impostas, mas certamente é um mercado a ser observado”, ressalta Gusman.

Entre os desafios para fazer negócios no país estão a dificuldade de encontrar parceiros adequados e a distribuição de produtos no país (que tem 2/3 de seu território ocupado por montanhas e desertos), apontam os especialistas da Apex-Brasil. “Sem dúvida é um mercado robusto e com muito potencial, tanto que asiáticos e europeus ou estão lá ou demonstram grande interesse na economia iraniana”, reforçam Isquierdo e Gusman.

Memória

A Apex-Brasil organizou uma missão para o Irã em abril de 2010, pouco antes do enrijecimento do controle ao comércio com o país. Aquela visita foi considerada bastante produtiva, envolvendo 59 empresas, 350 reuniões e a geração de US$ 93 milhões em negócios.

Fonte: Apex-Brasil