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Artigo: Indústria de eventos movimenta mais de R$ 200 bilhões por ano

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A indústria de eventos movimentou no Brasil R$ 209,2 bilhões no ano passado, valor equivalente a 4,32% do PIB (Produto Interno Brasileiro). Na comparação com 2001, quando a renda anual da indústria de eventos foi de R$ 37 bilhões, houve um crescimento de 465%. Os dados são de uma pesquisa contratada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Microempresa) em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil).

Realizada pelo Observatório de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, o estudo mostra que em 2013 o Brasil sediou 590 mil eventos, 95 deles nacionais e metade realizados nos Estados da região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), a mais populosa do país. No total, esses eventos contaram com a participação de 202,2 milhões de pessoas, que gastaram, em média, R$ 161,80 por dia, somando gastos anuais de R$ 99,3 bilhões.

A renda total da indústria de eventos é composta pela soma dos gastos feitos pelos participantes de feiras, congressos e outros eventos, pela receita gerada com a locação dos espaços destinados a esses encontros e pelo faturamento das organizadoras de eventos. De acordo com o estudo, a estrutura disponível no Brasil para realização de eventos conta com 9.445 espaços para feiras, congressos e eventos de diversas naturezas, totalizando uma área de 10,2 milhões de metros quadrados e 9,2 milhões de assentos.

Vale lembrar que entre os grandes eventos de 2013, o Brasil foi sede da Jornada Mundial da Juventude, que trouxe ao país milhares de visitantes, especialmente da América Latina, e da Copa das Confederações. Embora esses dois eventos não sejam contabilizados no ranking elaborado anualmente pelo ICCA (International Congress and Convention), que não inclui eventos esportivos e religiosos, o Brasil está, desde 2006, entre os dez países do mundo, em um universo de 184 pesquisados, que mais recebem eventos.

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Em dez anos, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no Brasil cresceu 408%. Entre 2003 e 2013, o total de eventos internacionais passou de 62 para 315, conforme os dados do ICCA. No mesmo período, o número de cidades que sediaram eventos internacionais subiu 145%, passando de 22 para 54 e ainda há muito espaço para o crescimento do setor. Crescimento que beneficiou o Brasil, mas ajudou também os países latino-americanos. De 2003 a 2013, o número de eventos na região registrou alta de 163%, passando de 459 para 1.209, já o crescimento global foi um pouco menor: 98%. Na América do Norte, a alta foi de 45%.

Na América Latina, como sede de eventos internacionais, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos, que recebeu 829 eventos em 2013, segundo dados do ICCA. Os 315 eventos realizados no ano passado trouxeram ao país cerca de 126 mil visitantes de outros países, gerando um movimento de US$ 137 milhões. Em um mundo cada vez mais globalizado, esse tipo de reunião contribui não apenas para movimentar a economia, mas também para ampliar o intercâmbio de conhecimento, ajudando com isso a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Em 2012, por exemplo, os encontros da área de ciências médicas representaram 17%, seguido da área de tecnologia, com 14,5%.

As expectativas para os próximos anos em relação ao segmento são promissoras. Além do trabalho desenvolvido pela Embratur nos últimos anos para captar esses eventos para cidades brasileiras, os grandes eventos internacionais (Rio 2012, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo 2014 e Olímpiada 2016) projetaram o Brasil no mundo e vão alavancar o mercado.

Por outro lado, o aumento da renda do brasileiro, fruto da inclusão social de milhões de pessoas, fez crescer a demanda por eventos artísticos e culturais. De acordo com o estudo do Sebrae/Abeoc Brasil, esse segmento vai continuar em ascensão nos próximos anos, mas ocorrerão mudanças no perfil do público, que ficará mais exigente. Haverá ainda a criação de novos nichos como eventos on-line, o que exigirá um maior preparo dos empreendedores da área.

Por fim, os turistas de eventos estão entre os visitantes com maior nível educacional: 97% deles têm nível superior, conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Embratur. Ou seja, podem ajudar a ampliar a boa experiência que tiveram durante sua permanência no Brasil, contribuindo para divulgar o país como destino turístico internacional. Essa pesquisa mostra ainda que 64% dos entrevistados informaram que o fato de o evento ter sido realizado no país influenciou positivamente na sua decisão de participar. E, a exemplo dos visitantes que aqui estiveram durante a Copa, a maioria pretende retornar ao país.

Fonte: Artigo de Vicente Neto, presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo)

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