Audiência Pública sobre a volta dos eventos trouxe mais dúvidas que esclarecimentos

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Quase 100 inscritos, muitas opiniões, posicionamentos e – sobretudo – desabafos e reclamações. Assim foi a Audiência Pública realizada pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira (26/08) – que tinha como foco debater a situação dos buffets infantis, sociais e corporativos e também das feiras de negócios.

Comandada pelos Vereadores Rodrigo Goulart e Soninha Francine, o debate expôs a situação triste, principalmente dos profissionais da área de eventos, que não conseguem mais suportar a paralisação do setor que já dura praticamente 5 meses. No entanto a reunião trouxe mais dúvidas do que esclarecimentos.

Um dos momentos mais esperados, a participação de agentes da Covisa (Coordenaria de Vigilância em Saúde), foi repleta de respostas vazias. As técnicas Bruna e Mirela, que fazem parte da comissão que analisa os protocolos, contaram como é o processo para a liberação – ou não – da retomada das atividades.

Os protocolos são avaliados em um primeiro momento pela Secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho em aspectos como distanciamento, higiene, orientação aos clientes, colaboradores, horários e etc. Na sequência o material segue para a Covisa, que delibera de acordo com itens técnicos de saúde ser: favorável, não favorável ou favorável com restrições ao retorno. Este resultado é encaminhado para a Casa Civil, que é onde os protocolos das associações de eventos se encontram hoje.

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No entanto, o alarmante, foi uma das respostas dada por elas: “os protocolos foram avaliados, mas alguns ainda necessitam de alterações”. Isso pegou os executivos de surpresa, que foram ainda mais surpreendidos por elas não conseguirem especificar quais os ajustes necessários.

O vereador Goulart afirmou que ainda hoje fará contato com a Casa Civil para buscar estas informações e repassar para as associações do setor.

“As pessoas estão muito aflitas com o ´não saber´ quando será autorizada a abertura. E se não pode reabrir, porque isso está acontecendo? Em qual ponto está o problema?”, comentou Soninha. A vereadora ainda defendeu que dependendo do evento é possível alinhar o retorno.

Rodrigo Goulart também ressaltou que no momento é de grande importância a definição de uma data, com todos os critérios técnicos, para trazer previsibilidade para todos. O vereador indicou que já foi realizada, em conjunto com outros vereadores, uma  “moção de apelo que será levada ao executivo para que tenha todo o suporte necessário a retomada dos eventos”.

Dois pontos importantes pontos foram levantados pelos inscritos na Audiência Pública para a retomada do setor: categorização dos eventos e uma portaria para derrubar o Decreto Nº 59.285 que segue proibindo a realização de eventos no município de São Paulo – mesmo com alguns já tendo sua realização autorizada de acordo como o Plano São Paulo do Governo do Estado de São Paulo.

“Nós entendemos que os eventos têm que ser entendidos através de uma graduação. Temos os pequenos, os eventos controlados B2B e os grandes eventos. Eles são muito diferentes. Tem uma série de atividades que achamos que, com o protocolo adequado, podem ser separados adequadamente na Covisa e terem seu retorno autorizado”, afirmou na audiência o Secretário de Turismo do município de São PauloMiguel Calderaro Giacomini.

O secretário, acredita que os eventos menores possam ser liberados em um prazo mais rápido possível, com os maiores tendo sua volta avaliada em um momento oportuno. “Estamos apoiando que os eventos sejam abertos de maneira faseada”, concluiu.

Assista a parte da audiência disponibilizada pela Câmara em seu Youtube