Autódromo de Interlagos chega renovado e com energia solar para receber a Fórmula 1

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O Autódromo Municipal José Carlos Pace, conhecido como Autódromo de Interlagos, recebeu somente neste ano R$ 163,6 milhões em investimentos da Prefeitura de São Paulo.

E quem for assistir ao Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1, entre os dias 1º e 3 de novembro, vai encontrar a pista totalmente recapeada e uma estrutura mais moderna.    

 “Saímos de um equipamento deficitário para hoje termos um equipamento que gera emprego, gera renda e gera receita para a cidade”, destacou o prefeito reeleito da cidade, Ricardo Nunes.

Entre as melhorias realizadas para tornar o autódromo ainda mais atrativo, destaca-se o recapeamento completo da pista para garantir a aderência ideal, segurança dos pilotos e condições de alta performance para a corrida da Fórmula 1.   

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Atualmente, estão em fase final as intervenções que visam adequar a pista e o “pit lane” (pista auxiliar que dá acesso aos boxes) às exigências da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).

Ainda: reforma e manutenção das instalações permanentes, que incluem os boxes, área do paddock, edifício de apoio, centro de controle operacional, área de imprensa, arquibancadas, entre outros.    

Outras intervenções importantes incluem a revisão dos dispositivos de segurança, que compreendem barreiras de pneus, defensas metálicas, alambrados, lavadeiras e pintura antiderrapante nas áreas de escape, essenciais para a proteção dos pilotos.

Também estão sendo realizadas manutenções abrangentes nas instalações permanentes, com serviços de pintura e revisão das instalações elétricas, hidráulicas, pisos, forros, esquadrias e sistemas de gases e ar comprimido.    

O autódromo também está ganhando um novo acesso e um novo Hospitality Center (HC). O antigo HC foi demolido e já está dando lugar à nova megaestrutura.

Ela foi construída na parte posterior do paddock, com 22 mil m², dividida em três pavimentos, que terá capacidade para receber até 6 mil pessoas com total conforto e segurança.

Para o Grande Prêmio de São Paulo de Fórmula 1, uma área de 12.240 metros quadrados no novo HC estará concluída. Outra novidade é a construção de um acesso subterrâneo com 360 metros de extensão sob a reta oposta, próximo ao portão G.

O túnel, que será concluído até abril de 2025, irá facilitar o trânsito de grandes estruturas, caminhões e do público ao interior do circuito, sem a necessidade de atravessar a pista, proporcionando maior fluidez e segurança.    

Além dessas inovações, quem for ao autódromo para assistir ao GP deste ano poderá acompanhar várias homenagens a Ayrton Senna, cuja morte faz 30 anos em 2024.

Alan Adler, CEO do GP de São Paulo, apresentou também inovações relacionadas ao meio ambiente. “Gostaríamos de pontuar a promessa que fizemos no ano passado de entregar uma usina nova, fotovoltaica, para o GP, para Interlagos”, aponta.

“Essas instalações estão completas, são mais de cem painéis, com uma produção de 7 mil KW/hora, que vão atender diretamente as arquibancadas B, Pit Stop e a tribuna”, completa.    

A expectativa é de que a usina promova uma redução de emissões em torno de 30% a 50%. Também foi feita uma central de triagem de resíduos para todos os eventos do autódromo.

“Será permanente e vai gerar renda na comunidade. Acho que é um golaço para o autódromo, com um investimento de 13 milhões de reais. Na construção dessa usina também foram usados blocos de plástico reciclado”, conclui.

IMPACTO PARA A CIDADE

A cidade de São Paulo espera impacto de até R$ 2 bilhões na economia paulistana com a realização do Grande Prêmio. A projeção da Prefeitura para este ano supera a cifra de R$ 1,64 bilhão alcançada no ano passado. 

A expectativa para 2024 é de um aumento de até 21% nessa movimentação financeira, incluindo desde o valor do consumo dos turistas na cidade até os valores de transmissão e impacto na mídia.

Uma pesquisa de perfil do público, realizada pelo Observatório de Turismo e Eventos (OTE), da SPTuris, com apoio da Fundação Getúlio Vargas, durante o GP de São Paulo de 2023, revelou que o perfil e o comportamento dos frequentadores reforçam os números alcançados. 

Em 2023, o público que frequentou o Autódromo movimentou quase R$ 1 bilhão durante o fim de semana da corrida.

Já as operações com organização, patrocínios, transmissão e mídia chegaram a R$ 663,8 milhões no período, totalizando uma movimentação de R$ 1,64 bilhões na cidade.

Segundo os turistas que responderam à pesquisa, a maioria busca outras atrações durante o fim de semana do GP, com bares e vida noturna como destino favorito para lazer, com 24% das respostas, seguidos por compras e shoppings (20%) e passeios turísticos (12,5%). 

Esse público de turistas registrou consumo médio de R$ 4.689 por pessoa em 2023, conforme a pesquisa.

Com isso, somente o impacto causado pela circulação de turistas na cidade, seja de estrangeiros ou de pessoas de outros Estados e do interior de São Paulo, garantiu movimentação de R$ 973,8 milhões na capital.

O levantamento mostra ainda que 56,5% dos entrevistados têm renda familiar mensal entre R$ 4,4 mil e R$ 22 mil. Para 33,8%, a renda mensal é inferior a R$ 4,4 mil e 8,7% têm renda superior a R$ 22 mil mensais.

Os principais meios de transporte utilizados pelos turistas para chegar à capital paulista no fim de semana do GP são avião (41,7%), carro (38,2%) e ônibus (6,8%). Os hotéis dominam no quesito hospedagem (42,2%), seguidos por aluguel de acomodações por aplicativo (18%) e casa de amigos (13,3%).  

Argentinos formavam a maior parte do público estrangeiro que visitou o Autódromo durante a última corrida da Fórmula 1 disputada em solo paulistano.

Dentre os brasileiros, os mineiros foram os que mais visitaram o Autódromo, depois dos próprios paulistas. O estudo ouviu 1.219 pessoas entre 3 e 5 de novembro do ano passado. 

“O GP São Paulo Fórmula 1 tem um destaque natural na estratégia de atrair público do interior paulista, outros Estados e exterior por meio dos eventos”, explica Gustavo Pires, presidente da SPTuris.

“Trata-se de um turista fiel, que consome produtos e serviços da cidade, aquecendo de forma democrática diversos setores econômicos e, como consequência, com positivo impacto social por meio da geração e manutenção de empregos”, finaliza.

Crédito da imagem: Prefeitura de São Paulo