Desafios para a iminente retomada

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POR OSNEI AUGUSTO

Estimados amigos,

No mês passado, o jornal The New York Times publicou uma matéria sobre o desafio da cadeia turística francesa, especialmente dos hotéis, em recontratar os funcionários que haviam sido dispensados em função da pandemia do novo Coronavírus.

Foram meses de paralização das atividades, com subsídios governamentais visando a permanência dos colaboradores em suas casas e o controle da pandemia.

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O resultado é que, na reabertura após o arrefecimento das ondas da Covid-19, há um déficit de aproximadamente cem mil trabalhadores qualificados nessa indústria, que necessita essencialmente da experiência positiva no atendimento prestado por esses profissionais.

Ao traçarmos um paralelo com a realidade do setor de eventos em São Paulo, cujo retorno iminente tem sido noticiado pelas autoridades por meio dos eventos testes, penso que poderemos enfrentar obstáculo semelhante ao da indústria turística francesa.

Muito provavelmente, há uma demanda reprimida em nosso setor e os eventos presenciais deverão brevemente colorir nossos calendários, tais quais os jardins floridos que cercam o Palácio de Versalhes.

Precisamos, portanto, além de todo o ótimo trabalho que vem sendo realizado pela ABEOC Brasil SP e demais entidades associativas de nosso setor junto às autoridades públicas para o retorno seguro e sustentável dos eventos, garantir que tenhamos profissionais qualificados e motivados para movimentar essa indústria tão importante em nosso país.

E se a aferição da realidade de nossa mão de obra poderá ser feita de forma consistente somente quando do retorno de nossas atividades presenciais, o engajamento e a renovação dessa mão de obra tão necessária, podem ser perenes, por meio do desenvolvimento de cursos de qualificação profissional para os diversos setores que compõem a cadeia produtiva dos eventos.

São importantes atribuições de um líder garantir o empoderamento, a qualificação e a motivação de sua equipe, mitigando turnover e suas consequências na qualidade da entrega. Mas, a exemplo do impacto pandêmico nos hotéis franceses, existem fatores macro inevitáveis.

Desta forma, para cada profissional que se aposentar ou decidir aventurar-se em outra área, haverá um novo candidato com brilho nos olhos, conhecimento técnico e por que não, uma certificação reconhecida, para garantir que nossa indústria esteja sempre com enfoque na inovação, criatividade, encantamento e inspiração.

As entidades associativas podem e devem promover, cada vez mais, iniciativas para qualificar o setor, pois são redutos de conhecimento a serem compartilhados.

“A coisa bonita do aprendizado é que ninguém pode tirá-lo de você.”

B. B. King

A quem interessar possa, a matéria do supramencionado jornal: https://www.nytimes.com/2021/05/03/business/france-workers-restaurants-hotels.html

*Osnei Augusto é Diretor de Relações Institucionais na ABEOC SP e Diretor Comercial no Pro Magno Centro de Eventos.