Edinho Silva participa do Seminário LIDE

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O Pullman Hotel Vila Olímpia, em São Paulo, recebeu no dia 17 de Novembro, a última edição do ano do Seminário LIDE, em que teve como convidado Edinho Silva, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social.

Segundo ele, o governo brasileiro tem baixa popularidade, se for feita uma análise dos desgastes da administração federal, uma parte deles vai muito além do que é o atual governo. Existe um descontentamento indiscriminado com todas as esferas governamentais. São raros os governadores e prefeitos com aprovação alta.

Para Edinho, parte desse desgaste deriva da oposição à presidente Dilma Rousseff e outra é devido ao exercício da prática política pelo governo federal. “Quanto mais tivermos ações concretas, mais teremos resposta para a recuperação da popularidade”, disse.

Segundo o Ministro-chefe, os protestos da população em junho de 2013 deram possibilidade a questionamentos sobre a distância entre os representantes (políticos) dos representados (eleitores). “As manifestações colocam em discussão uma agenda que se impõe ao modelo de democracia até então adotado”, disse o ministro, que também é sociólogo e professor. Porém, contrapõe ele, quando a política cai em descrédito, as “soluções” ocorrem pela via do autoritarismo. “Toda vez que a política deixa de ser o espaço para as transformações da sociedade, é ocupada por aqueles que se colocam acima das instituições democráticas”, alertou.

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Edinho é defensor da chamada “paz política”, para ele o ambiente de polarização gerado a partir e após as eleições de 2014 criou condições para “manifestações de extrema intolerância religiosa, racial, com a diversidade sexual e também cultural”. Por isso, ressalta o ministro, a necessidade da comunicação pública trabalhar o consenso, “um senso comum”, com pontos de unidade capazes de formar ideias transformadoras, a partir de um pacto, a exemplo do que ocorreu com a Constituição de 1988 e o Plano Real. Segundo Edinho, esse consenso poderia produzir a reforma do próprio Estado, visando aprimorar os instrumentos de representação política.

Sobre a Lei conhecida como Lei do Direito de Resposta, que entrou em vigor no último dia 12 de novembro, Edinho lembrou que ela tramitou pelas duas Casas legislativas, numa construção legitimada pela Câmara e pelo Senado, e que a presidente Dilma Rousseff vetou parte do texto aprovado, por considerar polêmico o trecho que previa ao ofendido se retratar pessoalmente na mídia. O ministro, porém, não vê problemas em o Parlamento corrigi-la, caso haja “desiquilíbrio na sua aplicação”. “Da mesma forma que ela [a lei] foi feita de forma consensual pelo Congresso, pode ser reformada também por consenso”, garantiu.

“Não sou pessimista. Caminhamos para que os fundamentos econômicos se solidifiquem cada vez mais. Penso que estamos retomando as condições para a retomada do crescimento econômico em 2016. Claro, austeridade é sempre austeridade”, respondeu o ministro, ao ser perguntado sobre as perspectivas do País para o próximo ano. “Se efetivamente começarmos a colher os frutos da reforma econômica, não tenho dúvidas que o ano que vem será melhor”, afirmou.

Sobre as investigações e as condenações a políticos e empresários pela Justiça Federal, Edinho disse que “o corrupto só vai agir se houver impunidade”. Para ele, o principal legado das iniciativas de combate à corrupção é o fortalecimento das instituições e também a autonomia para que elas fiscalizem e punam os corruptos. Edinho alegou que a Partido dos Trabalhadores (PT) reproduziu erros que são erros da sociedade como um todo. “Penso que o PT tem de passar por uma reforma importante, e os demais partidos também, para que possam ser cada vez mais fortes, representativos e interlocutores no funcionamento da democracia”, defendeu.

“Cada vez mais há cobrança sobre a comunicação no serviço público, que adota noções da iniciativa privada, como a governança. A comunicação pública tem de ser trabalhada como uma prestação de contas à sociedade civil, mostrando aquilo que tem sido feito com os impostos pagos pela população”, afirmou o ministro. Para Edinho, a reforma do Estado brasileiro e do modelo democrático passam pela governança.

Sobre a publicidade oficial, o ministro disse que “a sociedade não quer mais que o governo mostre para ela o que sabe que não irá encontrar na vida real”. “Não há campanha publicitária que vai dar conta disso”, enfatizou. “A publicidade é importante, pois faz a síntese do que o governo está fazendo. Porém, quem vai fazer a comunicação cotidiana para o governo são os meios de comunicação”, completou.

Para Edinho, não existe mais “passividade” no recebimento da comunicação. “Cada vez mais a comunicação será um exercício de interatividade, entre aquele que produz e aquele que recebe o conteúdo”, preconizou. O ministro fez a ressalva que nesta interação, “há mais desconstrução do que construção”, devido ao anonimato. Segundo ele, a Internet democratiza ao extremo a participação, porém, a sociedade tem de encontrar um balizador civilizatório para o uso de redes sociais.

Também compareceram nesta edição do Seminário LIDE o ex-ministro da Saúde e atual secretário municipal de Saúde, de São Paulo, Alexandre Padilha; o superintendente da Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), Alexis Pagliarini; e o presidente do Conselho Executivo do LIDE, João Doria.

Esta edição do evento contou com a chancela de importantes marcas. EMS e GOCIL, GRUPO BEM, SBT e VITACON foram os copatrocinadores. Os fornecedores oficiais, a CDN COMUNICAÇÃO, CORPORATE IMAGE FILMS e MIDIA VIEW. Jornal PROP&MARK, rádios BAND e BANDNEWS, PR NEWSWIRE, REVISTA LIDE e TV LIDE foram mídia partners.

 

Fonte: CDN