Entrevista com Juan Pablo de Vera (Grupo R1) sobre o cenário do setor de eventos com a pandemia do COVID-19

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Nascido no Uruguai, Juan está em São Paulo desde o ano 2002. Profissional do setor com mais de 24 nos de experiencia na área de eventos, há tendo realizando mais de 400 grandes feiras de negócios em 6 países diferentes. Foi Presidente da Reed Exhibitions no Brasil durante 14 anos e também Presidente do Conselho da UBRAFE e do Conselho do Sao Paulo Convention & Visitors Bureau, bem como Vice Chairman para America Latina de UFI – Associação Global da Industria de Feiras.

Hoje contribui como Professor no Curso de Eventos da FIPE em São Paulo e no Curso de Certificação Internacional CEM oferecido no Brasil pela IAEE – Associação Internacional de Feiras e Eventos. Desde 2018 está como CEO do Grupo R1, que está presente em 52 locais e produz cerca de 16.000 eventos por ano no Brasil.

Como você avalia os prejuízos para o setor de eventos do Brasil com o COVID-19?

O Covid-19 está afetando nossa vida, nossa economia e a do setor de eventos. Será um semestre de oportunidades perdidas, de eventos remarcados e de negócios não realizados. Esse impacto será sentido de maneira direta em 2020, levando as empresas a uma recessão imediata superior as já vividas nas recentes crises de 2008 e 2016.

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Ao mesmo tempo que a empresa tem soluções online para oferecer aos clientes, o Grupo R1 possui unidades como a TES. Como está sendo o impacto para as operações do Grupo?

Todas as unidades do Grupo acompanharam as restrições que o setor de eventos sofreu. Estamos sendo solidários com nossos clientes e parceiros de negócios para passar por estes momentos de dificuldades juntos.

Quais as estratégias que a empresa está adotando para enfrentar este período que deve se prolongar nos próximos meses?

Nossa primeira decisão foi saber frear a tempo e nos organizar para o impacto deste tsunami que chegou a nossa sociedade. Rapidamente ajustamos nossas atividades, protegemos nossas equipes de nos colocamos à disposição dos nossos clientes. Inclusive apresentado soluções para manter reuniões visitais (serviços de streaming e videoconferência) e equipamentos para trabalho remoto (home office).

Quais conselhos você daria para empresas e profissionais do setor de eventos para enfrentar este período?

Esta pausa é uma oportunidade perdida, estávamos todos nos preparando para que 2020 seja um grande ano. Agora é momento de recalibrar nossos objetivos, nossas metas e nossas ações. Devemos tirar proveito desta parada forçada redesenhar nossos processos, resignificar nossa proposta de valor e reconstruir nossas relações com clientes e parceiros estratégicos. Podemos estar vivendo uma oportunidade única de nos reerguer mais uma vez e demonstrar que as feiras e os eventos são ferramentas essenciais para uma rápida recuperação da economia.

Após toda a crise passar, quanto tempo você avalia para o setor se recuperar? 

O setor se organizará para voltar muito rápido, assim como já o fez nas outras crises. Mas a recessão global será ainda maior do que projetada e isso poderá atrapalhar a realização de negócios no curto prazo. Acredito que voltaremos aos poucos. Começando com os eventos corporativos de até 100 pessoas. Essas atividades serão realizadas assim que forem autorizadas. Logo em seguida teremos as Convenções e Congressos de até 500 pessoas, elas devem estar sendo reprogramadas neste segundo semestre. E, a seguir teremos as feiras regionais e nacionais que manterão sua programação no próximo ano. Estes eventos são de vital importância para a recuperação econômica do país. E por fim acredito que teremos as grandes feiras internacionais que devem voltar ao nível de atividade perdido em um período de três semestres.  O calendário de 2022 será mais parecido à nossa capacidade de produzir eventos. Mas seremos diferentes, teremos um novo normal e aí estão as oportunidades para quem souber se preparar para uma nova jornada, uma nova economia e uma nova forma de fazer eventos.

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