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Entrevista | Giordana Madeira conta a experiência de expor na primeira feira portuguesa pós COVID-19

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De 23 a 34 de setembro foi realizada na cidade do Porto a Modtissimo, o mais antigo salão têxtil da Península Ibérica e o único em Portugal dedicado à Indústria de Têxtil e Vestuário.

Em um ambiente muito diferente do que é habitual, o evento manteve o essencial da sua missão: reunir os vários setores da indústria têxtil portuguesa – das matérias-primas à moda e vestuário – e promover os contatos comerciais entre expositores e visitantes, nacionais e internacionais.

Entre estes expositores estava a brasileira Giordana Madeira, Diretora do Febratex Group e CEO da Way2tex. A executiva contou ao Portal Radar um pouco mais desta experiência de poder voltar ao pavilhão – mesmo que em terras além-mar!

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Primeiro eu gostaria que você me contasse qual é o trabalho realizado pela Way2tex

O Way2tex é uma nova unidade de negócios que vem consolidar o compromisso do Febratex Group de desenvolver as empresas que trabalham pela indústria têxtil no Brasil. Acreditamos que unindo os setores produtivos de máquinas e tecnologia com o conhecimento e desenvolvimento humano e de produtos, contribuiremos para o crescimento sustentável do Brasil.

A Way2tex, com o mindset inovador, fará pesquisas de mercado, desenvolvimento de produtos e prestará assistência às empresas que busquem exportar a sua produção e internacionalizar a sua marca.

Em quais países a Way2tex atua?

O Way2tex vai mostrar ao mundo, no seu showroom físico permanente, em Portugal, e também com a participação em feiras têxteis internacionais, o que o Brasil produz em têxteis sustentáveis e tecnológicos. Começamos o projeto por Portugal, onde, participando do Modtissimo, apresentamos 2 empresas, a malharia Dalila Têxtil e a Tecelagem Covolan.

Estamos plantando novas sementes, com o propósito de internacionalizar as empresas têxteis do Brasil e trabalharemos com o mesmo profissionalismo e comprometimento que nos acompanham há mais de 30 anos.

Assim aconteceu com a realização das feiras de máquinas, que levou tecnologia para todos os pólos industriais do Brasil, desde 1991; com os eventos de conteúdo, sendo o mais recente o Febratex Summit, realizado em Blumenau; o Febratex Conecta, que acontecerá em abril de 2021, junto com a Febratex, e o nosso tão oportuno Marketplace Febratex.

Como tem sido a pandemia para o setor de feiras e eventos de Portugal?

A retomada dos eventos em Portugal, assim como no Brasil, tem sido difícil. Percebo também a falta de conhecimento sobre a capacidade de gerenciamento do fluxo de pessoas que os organizadores de eventos têm. No entanto, por ser um país menor, fica mais fácil dialogar e obter a aprovação de um protocolo, não havendo tantas influências políticas difusas nas tomadas de decisões. No entanto, reitero que o setor de eventos daqui trabalhou muito para poder voltar, comprometendo-se fortemente a adequar-se às novas regras de segurança, que são indispensáveis para um retorno gradual e consistente.

Voltar para uma feira de negócios depois de tanto tempo. Como tem sido?

Foi uma experiência que valeu por duas, muito importante e inesquecível para mim, como profissional e como pessoa. Eu estava tão ansiosa que quis acompanhar a montagem e sentir toda a energia que o movimento da feira cria, mesmo sabendo que o nosso stand aqui era simples e pequeno.

Todos correndo para cumprir os prazos, motivados pelo compromisso de contribuir pelo sucesso dos expositores e encantar aos que visitam o evento.

E, como expositora, pude experimentar como sentir-se-ão os nossos clientes na nossa próxima edição da Febratex, em abril de 2021. Quais medidas trazem mais segurança? Quais pontos merecem mais atenção, de fato? Como trabalhar a segurança dos que participarão dos próximos eventos presenciais no Brasil?

Um aprendizado profissional que só tive a oportunidade de viver por acreditar na capacidade de reinvenção que os profissionais do setor de feiras têm, desde sempre. A empatia foi a minha principal motivadora e espero que essa mensagem de esperança chegue a todas as empresas e profissionais que sofrem por ainda não poderem voltar a trabalhar.

Qual foi a sua percepção da feira como um todo?

A feira foi muito bem organizada, desde a comunicação com expositores e visitantes sobre os novos processos a serem exigidos. Não faltaram fé e garra aos responsáveis na divulgação do evento. Sempre alimentando a confiança e a necessidade da retomada dos eventos de negócios também para o setor têxtil.

Acredito que se não fosse a pandemia, o evento teria maior visitação e não há como defender o contrário. No entanto, vejo isso como algo positivo, pois foi um importante passo rumo à normalização. Mais valoroso do que evento presencial “cheio” é evento realizado com qualidade de visitação, no sentido de receber o público-alvo dos expositores.

A impressão que tive dos demais expositores foi positiva também, todos sabiam do desafio que seria realizar e buscaram apoiar a organização para que tudo saísse da melhor forma possível para todos.

Quais as diferenças do evento neste “novo normal”?

Espero que esse novo normal seja passageiro. Para mim, a maior dificuldade, como boa brasileira, foi não poder abraçar as pessoas queridas. Depois, usar a máscara o tempo inteiro. O medo de que a comunicação via máscara prejudicasse “eventual” negócio, foi absolutamente superado. Também seguir as setas dos corredores foi um grande desafio. Mas nada que não nos adaptemos, se necessário.

Quais serão as próximas feiras que vocês participarão em Portugal?

Aqui em Portugal, o próximo será o Portugal Fashion, em outubro. Em 2021, estaremos presentes nos principais eventos da Alemanha, Itália, França e Inglaterra.

Em relação ao setor no Brasil, como você enxerga a atual situação que leva a crer que fomos os primeiros a parar e seremos – infelizmente – os últimos a retornar?

Infelizmente, não é só uma crença, é uma injusta realidade. Fomos completamente ignorados pelos órgãos públicos como agentes econômicos, embora tenhamos elaborado protocolos rígidos muito parecidos com os daqui da Europa. Acho que o setor precisa cada vez mais profissionalizar-se e exigir formação educativa das pessoas. A educação sempre será a arma mais poderosa na busca pela valorização pessoal e defesa dos direitos pessoais e profissionais.

Já somos os últimos a voltar e as dificuldades seguirão por um tempo. É hora de os profissionais e empresas unirem força e que os nossos clientes e expositores sejam além de solidários, empáticos e nos apoiem nessa retomada.

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