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Eventos adiados ou cancelados. Coronavírus está movimentando a indústria de feiras no mundo inteiro

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Nesta quarta-feira (26/02) foi anunciada a “chegada” do novo Coronavírus (COVID-19) no Brasil com a identificação em São Paulo do primeiro paciente infectado pelo COVID-19 – que já matou 2.708 pessoas e infectou mais de 80 mil em todo o mundo.

Além deste caso, o Brasil tem atualmente 20 casos suspeitos do Coronavírus e que ao menos 12 deles vieram da Itália. Os casos suspeitos estão distribuídos entre os estados de Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina. De uma forma geral, a principal forma de transmissão do vírus, assim como de outras gripes comuns, se dá por contato próximo de pessoa a pessoa.

O Coronavírus afeta diretamente uma das principais “armas” das feiras de negócios: o contato face-to-face. Ainda não é possível calcular a extensão que o COVID-19 trará  – em caso de epidemia – para os eventos em solo brasileiro, mas em todo o mundo ele já vem causando cancelamentos e adiamentos de diversas feiras.

De acordo com a rede de notícias norte-americana CNBC, O surto de coronavírus causou o cancelamento ou o adiamento de mais de 24 exposições e conferências em todo o mundo. Desde que o vírus COVID-19 surgiu na China no final de dezembro, as companhias aéreas dos EUA cortaram o serviço de transporte para grande parte da China e Hong Kong, resultando em dezenas de exposições e conferências comerciais sendo canceladas ou adiadas. Ainda de acordo com a CNBC, as empresas impediram seus executivos de participar de conferências em todo o mundo, incluindo grandes feiras nos EUA, em meio a temores de uma possível pandemia.

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Os organizadores do Mobile World Congress, maior feira para o setor de telefonia móvel do mundo, cancelou a edição 2020 de seu evento duas semanas antes de sua realização. “O cancelamento marcou um ponto de virada para as empresas que temem a possibilidade de expor seus trabalhadores ao novo vírus mortal”, descreve a notícia.

A Cúpula Global de Marketing do Facebook (em São Francisco), Salão do Automóvel de Pequim, Semana de Moda de Xangai, a Food & HotelAsia-Hotel Restaurant and Cafe, (em Cingapura) e a MWC – que normalmente atrai 100.000 visitantes de todo o mundo – são apenas alguns dos grandes eventos adiados ou cancelados.

Grandes negócios, enormes prejuízos

De acordo com pesquisa realizada pelo Events Industry Council e Oxford Economics, a indústria global de eventos de negócios gerou US $ 2,5 trilhões em 2017 e contribuiu com US $ 1,5 trilhão para o PIB global e empregou 26 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a pesquisa mais recente da Associação Brasileira de Promotores de Feiras (UBRAFE) o valor do impacto anual na economia brasileira na geração de resultados para as empresas expositoras dos eventos é de R$ 305 bilhões – o equivalente a 4,6% do PIB Nacional.  Somente no Estado de São Paulo foram investidos por expositores e visitantes quase R$ 16,3 bilhões de reais com foco na geração de negócios através de eventos.

O reagendamento de eventos pode representar sérios problemas financeiros para os organizadores, com problemas que vão desde não serem capazes de reservar o mesmo local para a data preferida e poderem perder o dinheiro gasto no espaço para eventos e outros serviços, como catering e gerenciamento de conferências.

Expositores e participantes também enfrentam desafios quando os eventos são cancelados ou quando optam por não comparecer, como os custos de depósitos em estandes, registro de eventos e organização de viagens. Mas o mais importante está ligado justamente ao cerne dos eventos: a oportunidade de fazer conexões comerciais potencialmente lucrativas.

Ainda de acordo com a matéria da CNBC, as exposições nos Estados Unidos já estão vendo um número menor de participantes da China. Na Sourcing @ MAGIC, uma feira de fabricação de roupas que ocorreu em Las Vegas no início deste mês, apenas metade dos fornecedores chineses puderam comparecer devido à proibição de viagens aos EUA de estrangeiros que haviam estado recentemente na China. As empresas americanas também estão hesitando em participar de eventos de comércio interno por causa do surto.

Acompanhe a matéria da CNBC aqui: https://www.cnbc.com/2020/02/21/facebook-is-the-latest-to-pull-out-of-a-major-industry-conference-as-coronavirus-fears-batter-travel-industry.html

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