Greve dos caminhoneiros acende o sinal de alerta na indústria de feiras. Eventos da Francal seguem confirmados nesta semana

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Mesmo após dois acordos realizados com o Governo Federal e vários pontos conquistados, nada mudou no início desta segunda-feira (28/05). A greve dos caminhoneiros segue bloqueando estradas e travando diversas áreas da economia brasileira.

Com o setor de feiras e eventos não foi diferente, com a greve puxando o freio de mão e ligando o sinal de alerta para diversos organizadores de feiras.  “O setor, como um todo está prejudicado, direta ou indiretamente pela greve. São centenas, para não dizer milhares de prestadores de serviços impossibilitados de cumprir seus contratos. São montadoras que não conseguem erguer estandes, transportadoras que não conseguem entregar produtos, áreas de alimentação, segurança, expositores, palestrantes e até mesmo visitantes impedidos de ir e vir pela falta de combustível. Esperamos que a solução chegue o mais breve possível”, afirma Fátima Facuri, Presidente da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil).

Estima-se que mais de 5 mil trabalhadores do setor, principalmente que envolvem a montagem dos eventos, possam ser prejudicados se a paralisação persistir.

Nesta semana, em São Paulo, a Francal Feiras segue confirmando a realização de seus eventos: Natal Show, Expo Parque & Festa, Candy & Cake Show e Expocatólica, que acontecem simultaneamente. Conforme o Portal Radar apurou, até o momento a montagem destas feiras segue o cronograma planejado no Expo Center Norte. Inclusive a montagem já se iniciou.

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De acordo com a Must Tour, operadora de viagem oficial dos eventos, a chegada de visitantes segue conforme o planejado. “Infelizmente não há nada que possa ser feito, mas acreditamos que no decorrer desta semana tudo se normalizará. Os ônibus estão contratados,  os bilhetes aéreos emitidos e os hotéis já reservados”, comenta Rita Simonato, diretora da Must Tour.

Contudo, Rita alerta que se os aeroportos continuarem fechados por falta de combustível, com certeza os tickets serão cancelados e a visitação prejudicada. Responsável por transportar visitantes e expositores para diversos eventos, a Must não atravessou grandes problemas em sua operação com a paralisação. “O que sentimos foi a diminuição de consultas. Nas compras já concretizadas, não foi pedido nenhum cancelamento. Os que ainda não fizeram a compra estão aguardando o desenrolar da greve”, completa.

“Nunca vivi um momento tão prejudicial para o nosso setor. A paralisação promovida pelos caminhoneiros envolve toda a cadeia produtiva da indústria de feiras. É extremamente preocupante. Os promotores associados a UBRAFE estão fazendo todos os esforços possíveis para manter suas agendas de eventos e lutarão para cumpri-las”, comenta Armando Arruda, Presidente Executivo da União Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE).

Em outros Estados, alguns eventos já foram cancelados ou tiveram suas datas alteradas. A edição 2018 do Cine PE, mostra de cinema no Recife, foi adiada. Marcado para ocorrer entre 29 de maio e 4 de junho.  A 34.ª Feira Internacional do Livro de Brasília de Brasília foi outro evento postergados em uma semana, e agora será realizada de 8 a 17 de junho. Outro evento em Brasília, a Campus Party, foi remarcado para ocorrer entre os dias 27/6 e 1/7.

Confira abaixo a nota – na íntegra – de Jorge Alves de Souza – presidente do  Sindicato de Empresas de Promoção, Organização e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos do Estado de São Paulo (SINDIPROM-SP)

Efeitos Negativos da Paralisação dos Transportes

A Cadeia Produtiva das Feiras e Eventos sente-se extremamente prejudicada pela paralisação dos caminhões, pois este fato impacta todos os cidadãos do nosso país, bem como tem um forte reflexo nos negócios nacionais e internacionais.

Nossa cadeia produtiva é extremamente complexa, uma vez que as feiras de negócios são planejadas com muita antecedência, sem janelas nos locais de sua realização (pavilhões de feiras, congressos e eventos), para prorrogação de datas em sua agenda.

Vale ressaltar que esta atividade tem uma cadeia de serviços com milhares de trabalhadores que está prejudicada, pois a maioria deles depende do transporte público, bem como dos caminhões próprios e de terceiros utilizados no transporte dos materiais de  montagem, decoração, cenografia, jardinagem, comunicação visual, alimentação, limpeza, segurança, energia elétrica, trabalhadores, impactando também as viagens e hospedagens, meios de locomoção, compras e entretenimento.

A falta de combustível no posto (diesel, gasolina e etanol) paralisa vendas e entrega de produtos, provocando riscos em serviços essenciais, tais como saúde, segurança, bombeiro, medicamentos e abastecimento de água, dentre outros. Da mesma forma coloca em risco a entrega de produtos alimentícios, muitos deles perecíveis para os mercados, provocando insegurança, desabastecimento e impactando de forma negativa a população, os negócios e a recuperação do PIB.

Nosso negócio é um polo gerador de negócios envolvendo mais de 50 macro segmentos econômicos, cujos expositores estão prejudicados no envio das suas amostras para exposição, além do prejuízo gerado com o afluxo de visitantes compradores, que na sua essência são a razão destes negócios.

OBS: Até o fechamento desta nota, a Francal Feiras não havia realizado o retorno das perguntas feitas pelo Portal Radar a respeito dos eventos. Assim que tivermos um retorno, a nota será atualizada.

Credito da Imagem: Tomaz Silva/Agência Brasil