O faturamento do varejo brasileiro com as vendas de Natal deve ter um crescimento real, esse ano, de 1,2%, o primeiro desde o início da pandemia, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio). O resultado, entretanto, é inferior aos níveis de 2019.
O impacto da tímida dilatação das vendas nas cadeias de suprimentos e distribuição acabou comprometido pelos efeitos da crescente inflação, além do aumento da inadimplência e de créditos acima da média disponíveis ao mercado.
Como explica a diretora-executiva da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL), Marcella Cunha, “a aposta vinha sendo com a promoção da Black Friday, porém as expectativas, neste ano, também não foram superadas. Grande parte da sociedade brasileira precisa se recuperar de endividamentos ou superar o orçamento familiar enxuto para então resgatar o apetite para as compras de final de ano”, disse.
O presidente da ABRALOG (Associação Brasileira de Logística), Pedro Moreira, avalia que a pressão dos custos operacionais acabou comprometendo melhores resultados obtidos no ano.
“Foi um ano de muita expectativa considerando as mudanças no horizonte político e as instabilidades no cenário internacional. Mas, as empresas do setor apostam em um processo de retomada do crescimento agora que o cenário político está definido”, aponta.
“Estamos conversando com a equipe de transição para corrigir o fato de o Brasil ter vocação multimodal, mas não ter multimodalidade. É preciso investir e torcer para que o novo governo mantenha-se aberto para a inovação e modernidade”, completa.
E-COMMERCE
Uma das estratégias do varejo para aquecer o mercado é investir no e-commerce e oferecer aos consumidores novas opções de consumo.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas do e-commerce brasileiro devem atingir cerca de R$ 17,3 bilhões no Natal deste ano, alta de 3,82% em relação ao mesmo período de 2021.
Atentos ao comportamento do mercado, as empresas do setor de logística também investem em tecnologia e inovação para fazer frente aos desafios impostos pelo e-commerce: múltiplos canais de distribuição, lead times customizados, last mile, logística reversa, entre outras demandas.
Entre os operadores logísticos, a aposta é na tecnologia para atender a demanda de entrega, que promete trazer mais inovação, eficiência, agilidade e produtividade em todo o processo.
O foco está nos investimentos em sistemas de distribuição, armazenagem e novos modelos operacionais.
“O resultado é o aumento da competitividade e um segmento mais dinâmico, em que o provedor de logística torna-se mais do que uma transportadora ou armazenadora, disponibilizando mecanismos para melhorar os processos internos, o atendimento ao cliente, a cobrança e até as iniciativas de marketing”, aponta Marcella Cunha.
Os desafios de manter a eficiência da cadeia de distribuição no cenário do e-commerce e o futuro da infraestrutura logística no país serão temas de debate do Interlog Summit.
O evento de conteúdo acontece durante a 27ª edição da Intermodal South America, entre 28 de fevereiro e 2 de março de 2023, no São Paulo Expo.
O Interlog Summit contará com duas programações simultâneas: a tradicional Conferência Nacional de Logística (CNL), uma realização da Abralog (Associação Brasileira de Logística), e a primeira edição do Congresso Intermodal South America, novidade que fomentará discussões do setor de transporte internacional.
Serviço:
Data: De 28 de fevereiro a 2 de março de 2023.
Local: São Paulo Expo – São Paulo/SP