Mas será que vale a pena ter um jato executivo? A quantidade de aeronaves à venda cai lentamente, e o céu de brigadeiro em que o setor flutuava em outras épocas não parece mais tão promissor.
“Acredito que as vendas, de uma forma geral, estão um pouco desaquecidas tanto aqui como nos outros países. Acabo de chegar de uma feira realizada em Genebra e senti um pouco disso”, diz Gualter Pizzi, presidente da Gualter Helicópteros.
Opinião compartilhada por Ricardo Nogueira, diretor da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG). “A insegurança política trouxe incertezas no mercado como um todo. As vendas estão abaixo da média de anos recentes e, para este ano, as expectativas não são animadoras devido ao cenário político e à retração econômica”.
O comprador está cada vez mais racional na hora de adquirir uma aeronave, leva em conta a economia de tempo, mas também a geração de receitas que um avião executivo proporciona.
Mas no mundo dos negócios, essas aeronaves já fazem parte do cotidiano de muitas companhias e se transformou em uma importante ferramenta de trabalho.
Antes de sair por aí procurando um jatinho para comprar ou, dependendo da “bala na agulha”, alugar um, é bom ouvir quem é do ramo, pois adquirir um avião é bem mais complexo do que comprar um carro, por exemplo.
“Infelizmente, existem alguns intermediários que oferecem aeronaves, mas que não possuem a devida capacitação para cuidar de todos os trâmites que envolvem o negócio, desde a avaliação do produto até a nacionalização. Se não executado corretamente, esse processo pode gerar uma série de transtornos futuros ao comprador”, explica odiretor de vendas de aeronaves da Líder Aviação, Philipe Figueiredo.
E mais uma coisa que devemos levar em conta é que jato não combina com terra. Isso porque, além da facilidade de estar em vários lugares em um só dia, livre de escalas e conexões, o Brasil ainda peca em estrutura.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), são 708 aeródromos públicos, sendo que 156 deles não são pavimentados, e de 1.761 aeródromos privados, 1.415 são terra, grama ou cascalho.
Já imaginou colocar um brinquedinho que custa em média US$ 20 milhões numa pista de cascalho ou terra? Seria o mesmo que fazer um rally com uma Ferrari.
“Falta muito investimento no setor aeronáutico, a estrutura brasileira consegue suportar no máximo o crescimento de mais nove jatos executivos”, diz Marco Tulio Pellegrini, presidente da Embraer Aviação Executiva.
Já para quem não quer gastar muito existe a modalidade de Compra Compartilhada, que consiste em adquirir uma das cotas de direito de uso da aeronave e ter direito a uma determinada quantidade de horas de voo por ano a custos mais atraentes, onde você tem apenas 33% do custo e usa a aeronave da mesma forma que se tivesse um avião exclusivo.
“A diferença de uma compra compartilhada para uma exclusiva está no custo de investimento e no jeito inteligente de ter”, explica Marcus Matta, presidente do Prime Fraction Club, empresa brasileira de compartilhamento de bens de luxo.
Para evitar turbulências, é bom pensar muito bem de onde e para onde você irá voar. Mas esse é um mercado em amadurecimento e há muito espaço, principalmente para bons produtos e serviços.
Para ajudar quem possui esse sonho, vem aí a LABACE 2014, considerada a maior feira de aviação executiva da América Latina e a segunda maior do mundo.
A Petrobras apresentará as novidades do seu BR Aviation Center, onde os donos de aeronaves encontram um centro completo de prestação de serviços, atendimento e conveniência tanto para a aeronave quanto para o executivo e sua tripulação.
“Neste ano deve vir alguma novidade para a feira, como o lançamento da Bell 505 Jet Ranger X, e acredito que deve ter também um monomotor da Vulcanair V 1.0”, adianta Gualter Pizzi.
A Líder Aviação, mais uma vez, terá o apoio de seus parceiros, a Beechcraft e a Bombardier. “Ainda estamos acertando os detalhes da feira, mas o público pode esperar uma presença bem marcante da Líder Aviação”, afirma Philipe Figueiredo.
“Vamos levar o maior número de aeronaves de nosso portfólio, inclusive o novo Phenom 300”, antecipa Marco Tulio Pellegrini, presidente da Embraer Aviação Executiva.
LABACE 2014
12, 13 e 14 de agosto
Aeroporto de Congonhas – São Paulo | SP
www.abag.org.br/labace_2014
Fonte: Matéria originalmente publicada na 21ª edição da Radar Magazine, publicação do Grupo Radar de Comunicação ao qual pertence também o Portal Radar.
