POR DAIANE LIMA
O tema da legalização lança luz sobre uma nova realidade no atual mercado de eventos.
O que anteriormente era entendido como o conjunto de autorizações, alvarás e uma série de licenças necessárias para a realização segura de nossos eventos, que frequentemente eram obtidos junto a órgãos públicos e nem sempre havia auditorias ou métricas claras, hoje é abordado sob a perspectiva do direito do entretenimento através do conceito de licenciamento sustentável.
Legalizar agora significa licenciar de maneira interconectada. E licenciar vai muito além de apenas reunir um conjunto de documentos, realizar trâmites burocráticos e esperar por respostas para, no final, termos uma pasta completa pronta para possíveis fiscalizações.
Atualmente, as licenças têm seu lugar marcado nas agendas e nas discussões de equipes de produção, produtores independentes, organizadores e curadores, baseadas em fundamentos legais e técnicos bastante abrangentes.
É nesse ponto que as várias partes se unem para garantir a verdadeira “segurança”, com a contribuição e a responsabilidade de todos os envolvidos. Tanto os contratantes quanto os contratados examinam minuciosamente todas as possibilidades em uma abordagem de 360 graus, incorporando uma equipe multidisciplinar.
O que mais se destaca em minhas recentes observações é o trabalho exemplar realizado por profissionais experientes e inspirados na área de gestão operacional, que já estão bem adaptados a essa realidade.
A aproximação se traduz em resultados mais amplos. Assim, temos uma experiência de evento na qual expositores, fornecedores e até mesmo o público, sem sequer perceberem completamente o significado do licenciamento, reconhecem a qualidade daquilo que estão vivenciando.
Dessa maneira, o licenciamento impacta não apenas no cumprimento das normas de órgãos públicos, mas principalmente na qualidade dos serviços prestados, no nível de profissionalismo do empreendimento, na capacidade de planejamento estratégico, na criação de ativos e na promoção de uma economia sustentável no contexto de um evento.
Licenciar um evento nunca me proporcionou tanto prazer como nos últimos tempos. É crucial mantermos uma atitude positiva quando consideramos que, após um período de crise como a pandemia que enfrentamos, ventos favoráveis estão chegando.
Que esses ventos promissores continuem a soprar para os eventos.
*Daiane Lima, especializada em licenciamento e health and safety para eventos, é Diretora Executiva da Facilitydoc, atuante no mercado de eventos há mais de 17 anos, fornecedora oficial de licenciamento e segurança do trabalho do Rock in Rio desde 2015, soma ao currículo a obtenção de mais de 2.300 alvarás ao longo de sua carreira.
