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O que significa ter os eventos B2B no calendário oficial da cidade de SP?

Paulo Octavio (PO) - Crédito da imagem: Marcelo Estevão
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POR PAULO OCTAVIO PEREIRA DE ALMEIDA (PO)

Existem vários pontos positivos nesta recente inclusão de 27 feiras de negócios no calendário oficial de eventos estratégicos da cidade de São Paulo. Vamos a uma análise destes diferentes pontos.

EVENTOS B2B DEIXAM DE SEREM INVISÍVEIS

Não bastasse o que o setor sofreu na pandemia, atravessamos uma longa e desnecessária negociação com o Governo Federal pela manutenção do PERSE. Sermos considerados invisíveis após todo esse difícil processo… parecia que o pesadelo não teria fim. 

Os eventos B2C (business to consumer) com venda de ingressos como forma de participação tem obviamente uma maior divulgação espontânea das mídias em geral e, por consequência, uma maior atenção dos 3 níveis do poder público.

Já os eventos B2B (Business to Business), nos quais você precisa fazer parte de uma comunidade de negócios específica para ser convidado ou participar do evento, possuem uma menor divulgação e, na nossa análise setorial, uma menor atenção dos poderes públicos.

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Temos um THE TOWN e 200 FEIRAS de quase todos os setores da economia. A lógica sensorial prevalece. Mas a lógica setorial não pode ser esquecida. Ambos os tipos de eventos (B2B e B2C) possuem a capacidade de alavancar a economia de cidades, regiões, estados e países.

Ótimo que as cidades tenham a atração e retenção de eventos nas suas estratégias. A inclusão finalmente dos eventos B2B no calendário estratégico da cidade de São Paulo é, portanto, uma ação de isonomia entre os diversos eventos que acontecem aqui.

São Paulo se mostra como um HUB mundial de eventos em geral como festivais musicais, provas de automobilismo, congressos etc. E a infraestrutura aqui disponível (2 aeroportos, venues de classe mundial, lazer e gastronomia etc.) irá se beneficiar cada vez mais. Ganha a cidade e ganha a cadeia de valor do setor.

INICIA-SE UM NOVO DIÁLOGO COM O PODER PÚBLICO

Com a recente legislação da Tipologia dos eventos de autoria do vereador Rodrigo Goulart e promulgada pelo prefeito Ricardo Nunes, existe uma estruturação legislativa para o setor de eventos que não existia durante a pandemia.

Quando se falava em EVENTOS com o poder público, éramos penalizados pela palavra ser genérica demais. Um casamento, um congresso científico. Uma feira de autopeças. Uma apresentação de um DJ. Todos são eventos.

Com a tipologia que descreve 78 possíveis motivos para os eventos, o diálogo pode ser específico e focado por tipo de evento.

Agora podemos individualizar os eventos com foco na geração de negócios (feiras, congressos, seminários, corporativos etc.). Eventos, apesar da palavra genérica, são muito diferentes entre si.

Individualiza-los junto ao poder público é fundamental.  A existência de um calendário estratégico de eventos B2B e B2B em uma cidade como São Paulo ajudará na elaboração de políticas públicas de atração e retenção de eventos

POSSÍVEIS PRÓXIMOS PASSOS DEPOIS DO FIM DA “INVISIBILIDADE”

As cidades e suas estruturas administrativas têm um papel fundamental para o setor de eventos como um todo. Os eventos, independentes dos formatos e tamanhos, acontecem nas cidades.

As cidades e seus habitantes precisam conviver com a existência dos eventos. Os eventos precisam cumprir as exigências de zoneamento, segurança, fluxo de tráfego, transporte público e privado são peças fundamentais.

Ou seja, existe uma relação muito próxima entre os gestores de eventos e os administradores de uma cidade qualquer. Se não existirem leis e processos nada disso funciona.

A Tipologia e Calendário são dois passos fundamentais neste sentido. O setor possui uma pauta de possíveis melhorias nesse processo geral, a saber:

– Eficiência na obtenção de alvarás (“descomplica eventos”)
– Sinergias com o transporte público (utilizar crachás como acesso ao metrô)
– Serviços otimizados para controle do fluxo de tráfego no entorno dos eventos
– Benefícios comerciais na atração e retenção de novos eventos

Enfim, a pauta é ampla e o caminho até aqui foi tortuoso. Mas como estamos trabalhando com um “filme” e não uma “fotografia” do setor de eventos, existe a análise que após a terrível pandemia as conversas e tratativas com os 3 níveis de governo demonstram que o setor de eventos definitivamente entrou na pauta das políticas públicas.

E isso merece ser muito comemorado. Os eventos são excelentes alavancas de desenvolvimento da economia, propiciam inovações e novas ideias a quem participa. Atuam a favor de causas sociais e ambientais e geram muitos empregos.

Quem em sã consciência seria contrário a uma política de fomento a um setor com esse tipo de potencial?

*Paulo Octavio Pereira de Almeida (PO) é Diretor-Presidente da UBRAFE – União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios.

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