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Profissionais Mães: Problema de Gênero ou de Gestão?

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Especialmente na área de comunicação – ainda mais em Eventos – as profissionais mulheres e as mães em geral acabam desenvolvendo características profissionais muito adequadas aos skills necessários para serem os melhores profissionais, conforme provam os dados abaixo.

Algo que não pode ser negado também é o quanto a Pandemia expôs a rotina mais pesada para mulheres e para as mães especialmente. A despeito da situação trágica, acredito que tenha um lado positivo pois passamos a falar de modo mais natural sobre isso, mesmo que forçadamente.

Mas hoje, com o intuito de contribuir, gostaria de trazer algumas informações e reflexões para derrubar essa história de que mães devem ser preteridas profissionalmente.

O que precisamos tirar debaixo do tapete é o fato das empresas preferirem contar com pessoas que apresentem 100% de disponibilidade do que trabalhar com um formato de gestão que permita back-ups para qualquer ausência (não só de mães) , o que também pode mexer no ponteiro da rentabilidade.

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Sim, desse cenário deriva a questão de ter profissionais que precisam abrir mão de suas vidas pessoais para serem “aceitos” nos ambientes, especialmente no universo de marketing, comunicação e ainda mais das agências. Daí para excluir quem precisa dar atenção aos filhos é só consequência.  Modelos de negócios com estrangulamento de RH estão com os dias contados, considerando que atualmente os colaboradores são um grande stakeholder das marcas e mais influenciadores do que nunca, além das novas gerações que entendem que não vale tudo pela carreira.

Assumindo que temos um ponto de gestão, impactando o gênero, vamos a alguns dados. Um estudo feito pela Microsoft em 2019, com 2000 funcionárias e 500 empregadores mostrou que o desempenho das profissionais após a maternidade melhora:

62% das mulheres afirmam ter se tornado melhores na realização de multitarefas

46% disseram sentir melhoras na gestão do tempo

34% comentaram sobre o aumento das relações cordiais com os colegas de trabalho

27% se tornam mais organizadas

57% dos empregados concordam que mulheres com filhos trabalham melhor em equipe do que aquelas que ainda não são mães.

O Royal Holloway, da Universidade de Londres, por exemplo, publicou que a gestação aumenta as atividades neurais do lado direito do cérebro – justamente a parte responsável pelas capacidades cognitivas ligadas à criatividade, relacionamento interpessoal e percepção/controle das emoções.

Além de ter mais visão econômica e sustentável (que mundo deixarão para os filhos?), um estudo feito pela Regus destacou que mulheres que já possuem filho são apreciadas por possuírem experiências e habilidades variadas, além de transparecer confiabilidade e conseguir administrar bem o tempo. Também apresentam menos propensão a mudar de emprego, garantindo às empresas as vantagens da retenção.

E quais as competências essenciais para se tornar um produtor ou gestor especialmente de Eventos e ações de Experiência por exemplo?

Organização e gerenciamento de tempo; Habilidade de antecipar problemas; Técnicas de negociação; Criatividade; Atenção aos Detalhes, entre outros.

Ou seja, ser MULTITAREFA, ter SENSO DE URGÊNCIA e garantir PRODUTIVIDADE E GERENCIAMENTO é algo comum a ambos: mães e gestores de eventos.

Naturalizar a maternidade e as rotinas da vida pessoal das pessoas é um dever da sociedade, e é lucrativo para empresas.

A questão de fato é que precisamos abandonar a cultura de que as pessoas devam estar à disposição das empresas em toda sua vida e como gestores, garantir bons modelos, processos e back ups para aproveitar o melhor que os profissionais têm para contribuir com nossos negócios.

Novos tempos. Novos Modelos.

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