Que venha o novo, de verdade.

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2021 foi um ano que trouxe o mais importante para o mundo contemporâneo: vacinas contra o COVID-19. Mas de 2022 eu espero algumas coisas novas muito importantes para nossas vidas profissionais e pessoais.

A equidade de gênero, a comunicação e o cenário político sem dúvida demandam o novo mais do que nunca.

É sabido que em 2021 tivemos mais um aumento da violência doméstica contra as mulheres, ainda fruto da pandemia e isolamento que agravaram algumas situações.

Uma apresentação do Google, promovida pelo GA&N – Grupo de Atendimento e Negócios e pelo GP – Grupo de Planejamento trouxeram dados conhecidos e outros impressionantes feitos através das buscas no Google demonstrando que a mulher ainda enfrenta muitas questões em relação a saúde básica ,  a ditadura da beleza e oportunidades de independência financeira, diretamente ligados a violência e emancipação feminina na sociedade.

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O estudo foi compilado em 3 categorias: Beleza, Vida e Economia Doméstica e Profissional. Em Beleza , 69% de buscas no Google por plásticas foram feitas por mulheres de 25 a 45 anos – a busca por cirurgia plástica na pandemia foi maior do que a busca por emprego no Google, acredite. E o destaque: já em estágio final de funil, buscando preços e serviços diretos, ou seja , com a decisão de intervenção já tomada pela maioria delas.

Outro ponto interessante – 8 em cada 10 buscas no “ É normal…” é sobre saúde feminina, saúde sexual – a jornada mostra-se solitária, com muitos tabus, mas principalmente com falta de acesso a saúde.

Em Vida Doméstica um retrato fiel e muito importante. Sabemos que 43% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres. Mas 80% do trabalho doméstico hoje é composto por mulheres e afrodescendentes. Durante a Pandemia 1.7M de domésticas formais foram dispensadas. Já deu para entender a matemática: mais uma vez as mulheres mais vulneráveis foram as mais prejudicadas nas decisões e as escolhas de onde investir o dinheiro e o que cortar nas empresas e na sociedade.

Outro ponto interessante do estudo do Google é a reflexão do comportamento doméstico através dos gêneros na busca por aplicativos. Os do tipo “deixa que eu faço” ou “como fazer” tem uma predominância altamente feminina e os “deixa que eu peço” – categorias nomeadas pelo Google – muito mais homens promovendo buscas.

Mas como tudo na vida, alguns apontamentos interessantes apareceram, como por exemplo uma oportunidade em Beleza: transição capilar tem um alto índice de buscas e aparentemente não há uma marca dominando o assunto e estabelecendo uma conversa com um número gigantesco de mulheres.

E alguns tabus também começam a cair com estímulo a buscar informação : O que é depressão pós-parto teve +11.000 % de buscas em 2020 – maternidade real e não idealizada como é no Brasil pode ser um caminho de educação muito mais eficiente para meninas, por exemplo.

Com relação a vida profissional, vale lembrar que o Fórum Econômico Mundial 2019 afirma que levaremos 257 anos para atingir a igualdade salarial globalmente, se não acelerarmos o processo. Há uma estimativa de que 9 milhões de mulheres saíram dos seus trabalhos só no Brasil em 2020 , na maioria domésticos e informais no Brasil. É uma população muito relevante considerando a estrutura familiar brasileira.

Pelas buscas do Google, a Síndrome do Impostor ainda é um entrave relevante para o progresso e ascensão das mulheres profissionalmente e todo esse contexto acima mostra um cenário apropriado para tal.

Na Comunicação, o METAVERSO. Hoje mesmo postei no Linkedin como algumas pessoas ainda se surpreendem com o que chamamos de mudanças – e eu chamo de Evolução – as tecnologias crescendo e se unindo em novas forças, novos recursos , mesmo que muitos de nós ainda estejamos alguns passos atrás. Acompanhar o tempo, mesmo que parcialmente pelo entendimento técnico é fundamental.

Negacionismo tecnológico é tão nocivo quanto o científico . Precisamos deixar de olhar isso com apreensão e ansiedade e sim com naturalidade, já que é a evolução acontecendo. Perguntar-se como acompanha, como entendemos melhor sobre isso e que oportunidades pode trazer , não só por sobrevivência profissional, mas porque pode ser fascinante é uma boa hipótese a ser considerada.

Aliás, falando em negacionismo, as últimas pesquisas de intenção de voto para Presidente no Brasil mostram o mais temível dos cenários em termos de desenvolvimento. Passamos e estamos passando por tantas coisas , todos sabem que precisamos de muitas mudanças, mas a maioria ainda aposta em velhos caminhos, esperando resultados diferentes. É impressionante e digno de um largo estudo comportamental.

Mas como sou uma entusiasta do futuro – já que a história mostra que sim, temos evoluído e muito – espero mais do que um ano novo. Já fiz uma lista do que eu posso fazer para contribuir com a chegada do NOVO, de verdade, mesmo não sendo um caminho fácil. E você?