Setembro e outubro definirão o futuro da Reed Exhibitions, aponta CEO global da promotora

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Em um ano normal a Reed Exhibitions realiza cerca de 500 eventos, recebendo 130.000 expositores e cerca de 7 milhões de participantes. Os eventos abrangem 43 setores da indústria em quase 30 países diferentes. O ano de 2020 está longe de ser normal, com a COVID-19 afetando globalmente o segmento de feiras e eventos.

Após uma longa pausa em seu calendário com a deflagração da pandemia, a Reed Exhibitions voltou às suas atividades no segundo semestre com a realização de vários eventos na China e um na Coréia do Sul. Até o final do segundo semestre, novos eventos estão programados para acontecer na região. Os primeiros eventos programados para acontecer na Europa serão em setembro, e outubro – um mês chave para a América do Norte. No Brasil, todos os eventos presenciais foram adiados, com exceção (até o momento) da WTM Latin America. “Dependendo do impacto e da duração das restrições resultantes da pandemia Covid-19, pode ser necessário reprogramar ou cancelar eventos. Isso torna as perspectivas para o ano todo altamente incertas”, aponta Hugh Jones, CEO da Reed Exhibitions.

Hugh tornou-se CEO em 1º de fevereiro de 2020, e menos de um mês depois já estava enfrentando as implicações da pandemia Covid-19. De acordo com o executivo, a primeira prioridade foi a preocupação com a saúde e o bem-estar dos funcionários. “Temos sido transparentes sobre as decisões que tivemos que tomar. Embora não tenhamos realizados feiras neste período, as equipes têm trabalhado muito. Mover um programa de uma feira de uma data para outra significa que você tem que começar de novo. É preciso negociar por espaço, negociar com novos fornecedores e negociar com todos os expositores. Você está montando um evento totalmente novo”, explica.

Nos primeiro seis meses do ano, o Grupo RELX – que tem a Reed Exhibitions como seu braço para exposições – informou que seu faturamento caiu 10%, para £ 3,5 bilhões no período. O lucro antes de impostos caiu 34%, para 747 milhões de libras, devido à queda nos negócios de eventos.  As paralisações econômicas levaram a divisão de exposições da RELX a um prejuízo operacional de 117 milhões de libras (149 milhões de dólares) no primeiro semestre, em comparação com um lucro de 231 milhões de libras há um ano, com as receitas caindo 71%.

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Com as receitas do setor – e da Reed Exhibitions – atingida, o crescimento da receita liquida deixou de ser o foco do setor, possibilitando que o budget fosse realocado em novas oportunidades. “Agora podemos redistribuir talentos e recursos e investir em novos projetos que tenham maior oportunidade de crescimento lucrativo. Você também tem mais tempo para lançamentos e traçar planos, principalmente para feiras nacionais, que não contam com participação internacional”, afirma Jones.

A visitação, principalmente com as restrições áreas, tem sido um ponto de grande preocupação para todo o setor. Para o CEO da promotora, os expositores e participantes enviarão menos pessoas, mas as pessoas que serão enviadas terão grande poder de decisão para criar ou fechar negócios em uma feira. Portanto, serão menos pessoas, mas mais decisores.

Além de garantir uma musculatura financeira, pertencer a RELX proporciona à Reed utilizar todo o know how de tecnologia e informação da matriz em seus negócios, algo primordial para estes novos tempos. São ferramentas que permitem desde combinar transações comerciais para seus clientes, a até criar aprendizagens significativas sobre como um expositor se comportou nos últimos 20 anos em todas as suas feiras. “Conseguimos realizar eventos inteiros digitalmente, como MipTV, ou fornecemos sessões de matchmaking online. Durante os primeiros meses, 360.000 pessoas participaram desses programas remotamente. Tivemos 206 sessões de conferência transmitidas. Claro, que eles podem ter desejado estar presencialmente, mas com 78% de índice de satisfação, creio que eles sentiram que seus objetivos foram alcançados. Esses são os primeiros passos do que entendo por soluções digitais. Este é apenas o começo. Quando falo sobre o futuro, estou falando sobre aumento digital – experiências imersivas interativas, digitalmente habilitadas e aprimoradas para conexões um-a-um”, comemora o CEO.

Hugh Jones acredita que a chave para o sucesso estratégico não está na forma como a crise da COVID-19 está sendo enfrentada, mas sim em construir uma empresa cada vez mais ágil, com capacidade de se transformar com rapidez e antes de seus concorrentes. “Sempre teremos esses choques em alguma parte do nosso portfólio. O fato de sermos grandes e bem diversificados ajuda muito. Isso significa que, se qualquer região ou setor específico for duramente atingido, podemos nos adaptar. Digamos que haja um tsunami no Japão, por exemplo. Podemos articular e colocar mais recursos no Brasil. A questão é quão rápido podemos tomar uma decisão quando não temos todos os fatos, como podemos girar e tomar uma decisão mais rápido do que nossos concorrentes”, finaliza o executivo.

*Com informações da RELX