To go or not to go, that is the question

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POR FERNANDO LUMMERTZ

Shakespeare é um inspirador. Adaptando a mega célebre frase desse grande pensador e observador do comportamento humano, quero fazer uma analogia com o comportamento de parte significativa do trade de eventos de negócios e no qual incluo os patrocinadores e expositores.

Do ser ou não ser para o IR OU NÃO IR, ESSA É A QUESTÃO, poderíamos até, mais modernamente, identificar que em ambos os casos estamos falando daqueles que se colocam sobre o muro…

De novo recorro a Shakespeare para lembrar a esses indecisos que:

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“Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.”

Tenho ficado bastante impressionado com os adiamentos de alguns eventos de porte que estavam programados e confirmados para acontecer ainda esse ano e que, por certo, muito contribuiriam para a reconquista da confiança do mercado em participar de eventos de negócios.

Fazer eventos com menos expositores, com menos público presencial (mas compensando pelo digital) é o que temos para o momento. E pouco importa se o evento está menor. Que se busque então a compensação pela elevada qualificação dos presentes.

É preciso sair da zona de conforto da época pré pandemia. Encarar o cenário como ele se apresenta é, antes de tudo, gesto inequívoco de competência de gestão.

Os adiamentos e cancelamentos, embora não sejam numerosos, estendem o impacto, prolongam a agonia de toda a cadeia de profissionais e empresas que atuam no setor e que já estão exauridos por tanto sacrifício já feito. Igualmente aqueles expositores que adotam as feiras de negócios como canal de distribuição dos seus produtos e serviços, ficam igualmente prejudicados por esses adiamentos e, em consequência, elevam os problemas econômicos que o país atravessa e amplia ainda mais esse já enorme contingente de trabalhadores desempregados. 

Momentos como o que estamos atravessando exigem ações corajosas, arrojadas, nas quais o espírito empreendedor se coloca acima de tudo. Se a atitude não for essa a retomada ficará cada vez mais difícil, cada vez mais distante e aumentarão ainda mais os prejuízos já acumulados. 

Aplaudo de pé empreendedores como Malu Sevieri (PROWINE), João Paulo Picollo, (PET/FCE FARMA) Erisson Matos (YES MOVEL SHOW), que seguram de verdade a peteca, matam no peito os problemas, arredondam e marcam gols espetaculares e inesquecíveis mantendo e realizando seus eventos nas datas confirmadas.

Certamente outros promotores, Brasil afora, estão também merecendo aplausos pelo mesmo motivo, só mencionei esses porque deles estou bastante próximo.

Cabe lembrar para aqueles “do muro” que certamente, no dia a dia, estão fazendo uma série de coisas consideradas normais, em distintos ambientes coletivos e que, me atrevo a afirmar, certamente são muito menos seguros do que aqueles que os protocolos do setor de eventos podem oferecer e aplicar para todos os participantes dos eventos de negócios.

Voltando a Shakespeare tenho certeza de que se ele estivesse vivo estaria encenando suas peças maravilhosas em formato híbrido e/ou presencial, nem que fosse para uma pequena plateia e nem que tivesse que substituir atores…

*Fernando Lummertz é CEO da Rede Feiras e idealizador da EXPO RETOMADA