Por Osnei Augusto*
Inimaginável para os Fenícios, criadores dos primeiros formatos de feiras há milhares de anos, que sua criação sobreviveria a Alexandre, o Grande, e praticamente sucumbiria a um vírus invisível. De fato, e lamentavelmente, o setor de eventos foi atingido dura e frontalmente pela pandemia da COVID-19.
Mas um novo momento se avizinha para o setor de eventos. E com esta nova perspectiva, surgem grandes oportunidades para aqueles que conseguirem sobreviver a este que é o pior momento da história de nosso setor no mundo. A seguir, fatos dos últimos dias, que podem compor uma pauta positiva e de esperança em meio a este cenário caótico:
– Completamos no Brasil o primeiro mês desde o início da vacinação. A imunização completa dos brasileiros é o sonho tão almejado pelos brasileiros, em especial, para os milhões de trabalhadores do setor de eventos, que se veem impossibilitados de garantir seu sustento diário.
– Liderada pela grande personalidade e importante cliente do setor de eventos, Luiza Trajano, a sociedade civil mostrou sua proatividade com o lançamento da campanha Unidos Pela Vacina. Esse movimento tem como objetivo a completa vacinação dos brasileiros até o mês de setembro de 2021.
– O Governo Federal assinou junto ao Instituto Butantã a compra de mais 54 milhões de doses do imunizante. O mesmo Governo Federal tem outras tantas iniciativas em relação à compra de mais de uma fabricante de vacinas pelo mundo.
– A cidade de São Paulo, que flertava com anúncios de fase vermelha semanas atrás, teve novo abrandamento via plano estadual de controle da Pandemia, passando da fase laranja para a fase amarela, sendo esta última a que precede o retorno das feiras e demais eventos com público em pé na capital paulista.
– As autoridades do estado de São Paulo informaram que nossa taxa de transmissão caiu vertiginosamente para 0,7 (zero vírgula sete), o que deve nortear a maior flexibilização do Plano São Paulo para praticamente todas as regiões do estado.
– Foi aprovado o requerimento de urgência para o PL nº 5.638/2020, que dispõe sobre ações emergenciais destinadas ao setor de eventos decorrentes dos efeitos de combate à pandemia da COVID-19. A ABEOC é protagonista no trabalho de obtenção de apoio dos deputados federais.
E em meio à esta verdadeira guerra contra um inimigo que é invisível e comum a todos, o setor de eventos tem se reinventado e, principalmente, antecipado e fortalecido tendências que já pintavam nos últimos anos. Quais sejam:
– A segmentação dos eventos por subnichos, dignos de serem atingidos por snipers, é provavelmente um caminho sem volta. Desta forma, é fundamental que os espaços de eventos consigam ser cada vez mais moduláveis para atender como verdadeiros espaços boutiques a públicos cada vez mais específicos.
– O modelo ConfEx, eventos que conjugam conferência + exposição, se mostram cada vez mais relevantes pela possibilidade de network, negócios e oferta de conteúdo qualificado em períodos curtos e para audiências segmentadas. Os espaços de eventos precisam oferecer opções de auditórios e áreas expositivas que verdadeiramente se conectam entre si.
– A experiência de participar, no sentido mais amplo e interativo da palavra “participar”, fará a diferença para que a nossa audiência opte pelo modelo presencial ao invés do formato virtual, mais cômodo e, por vezes, menos interessante para quem está à frente de seu computador ou outro dispositivo. A excelência em infraestrutura e comodidade dos espaços de eventos, aliada a organizações primorosas são premissas para uma experiência “uau” de uma audiência cada vez mais exigente.
– A propósito, a nomenclatura “audiência” nunca esteve tão adequada em nosso setor: Provavelmente, os eventos online passarão a ser grandes instrumentos de capilaridade, proporcionando aos organizadores atingirem cada vez mais pessoas com seus conteúdos. Já a audiência presencial se tornará a preferência aspiracional e vip. Desta forma temos uma grande tendência a eventos híbridos, com opções para todos os bolsos. A oferta de serviços de internet por parte dos espaços de eventos precisa estar adequada a esse novo momento.
E é neste cenário propício para verdadeiras fênix empresariais, que a ABEOC-SP tem trabalhado herculeamente junto ao poder público e a seus associados. Nossa expectativa é de que garantamos os menores prazos de retorno para a liberação dos diversos formatos de eventos na cidade de São Paulo e em todo o estado.
Em paralelo, precisamos estar cada vez mais preparados para trabalharmos dentro de todos os protocolos de segurança sanitária e demonstrarmos verdadeiramente que somos a opção mais segura e relevante para nossos clientes retomarem o crescimento de seus negócios.
*Osnei Augusto – Diretor de Relações Institucionais na ABEOC SP e Diretor Comercial no Pro Magno Centro de Eventos.
