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Veículo Elétrico Latino-Americano 2022 traz debates para um futuro que já chegou

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Ainda que os volumes e participação de mercado ainda sejam baixos, o Brasil tem evoluído quando o assunto são os veículos elétricos.

Dados Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) mostram que em 2012 o país contava com 117 veículos eletrificados, número que saltou para 97.855 em junho de 2022.

“Essa evolução da frota de veículos eletrificados mostra uma clara tendência de comportamento, tanto por parte do consumidor, que vem buscando por veículos de energia mais limpa, como, também, por parte dos próprios fabricantes, que vêm seguindo premissas mundiais, previstas por suas matrizes”, explica Ricardo Guggisberg, presidente da MES Eventos, organizadora do VE – Veículo Elétrico Latino-Americano e do Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos (C-MOVE).

Se por um lado a venda de veículos elétricos aumenta em uma grande progressão, o mesmo não pode ser dito dos “eletropostos”, os pontos de abastecimento. O aplicativo Elev mostrava, até maio deste ano, 1,2 mil eletropostos cadastrados em todo o Brasil.

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Destes, 400 estavam na cidade de São Paulo. Quando falamos de gasolina, diesel e álcool, o Brasil conta com mais de 40 mil postos.

“É verdade que ainda temos, infelizmente, esse gap de abastecimento. Porém, isso também tende a desaparecer. Hoje, já temos grandes empresas investindo nesse setor e acredito que os eletropostos se multiplicarão mais rapidamente, a partir de agora”, indica Guggisberg.

A fala do executivo vai de encontro com alguns movimentos dos últimos meses. No final de junho a Shell inaugurou seu primeiro eletroposto na Zona Norte de São Paulo.  A meta da companhia é inaugurar mais 34 estações do tipo na região Sudeste até março de 2023.

A Vibra (anteriormente BR Distribuidora) também abriu em julho o seu primeiro eletroposto para recarga ultrarrápida de veículos elétricos.

Ele fica na Rodovia Presidente Dutra, em Roseira (SP), no sentido Rio de Janeiro. Até 2023 a expectativa da companhia é contar com 70 instalações em rodovias e centros urbanos.

Mas mesmo a resolução deste “gap” de abastecimento não será suficiente para uma “popularização” do automóvel elétrico no país, que ainda chegam ao Brasil com preços nada populares. Guggisberg indica que a iniciativa de algumas montadoras em trazer “de carros de entrada” nesta categoria foi um primeiro passo do processo que ainda esbarra em outros entraves.

“É claro que a falta de incentivos, por parte dos governos Federal e Estaduais também atrasa o processo, pois poderíamos ter isenção de IPVA, pedágios, redução de impostos, entre outros estímulos que tornariam os veículos elétricos mais atrativos e populares, em nosso País. Isso ajudaria tanto quanto acontece em países mais evoluídos, como a Noruega, por exemplo”, explica.

Enquanto o sonho do “carro elétrico próprio” não chega, é possível se integrar a eletromobilidade em outros segmentos como motocicletas, patinetes e bicicletas elétricas.

O executivo explica que esta categoria, chamada “levíssimos”, cresceu na pandemia tende a aumentar cada vez mais, gerando grande impacto nos transportes em geral. “Com essa categoria, outras ganham impulso, como a de serviços, componentes e infraestrutura”, acrescenta.

Todo esse universo estará representado na edição 2022 do VE – Veículo Elétrico Latino-Americano, agendado para 1 a 3 de setembro, no Expo Center Norte. A feira contará com expositores das 6 categorias ligadas à eletromobilidade, que são os veículos Pesados, Leves, Levíssimos, Componentes, Serviços e Infraestrutura.

Serão caminhões, ônibus, carros, todos os modelos de levíssimos (como patinetes, bicicletas de alta performance e as de baixo custo, motos, etc), aplicativos, empresas de reciclagem de baterias, recuperação de lixo tóxico, pontos de abastecimento, entre outros.

Além da exposição estática, o VE contará com test-drives (carros) e rides (motos e patinetes, etc), dentro de um circuito montado no espaço externo ao Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte.

A expectativa é que 60 expositores apresentem suas novidades para um público de 10 mil visitantes, que também acompanharão a nova edição do Congresso da Mobilidade e Veículos Elétricos. O C-MOVE será composto por uma rica e diversificada grade de painéis

“Teremos curadores, para cada módulo de painéis, que comandarão o conteúdo e os palestrantes. Pretendemos avaliar, em linhas gerais, os desafios da eletromobilidade nos países da América Latina, com análises de cases”, afirma o presidente da MES EVENTOS.

Na pauta do C-MOVE também estarão contemplados assuntos como cidades inteligentes, incluindo assuntos ligados à proteção de dados e cyber segurança, blockchain e big data, conectividade atrelada à eletromobilidade, entre outros assuntos de interesse dos profissionais do setor.

“Será uma verdadeira revolução, pois esperamos que esse seja o maior salão da américa Latina do setor de eletromobilidade já realizado, até o momento”, finaliza Guggisberg.

OBS: Matéria originalmente publicada na Edição 66 da Radar Magazine, publicação pertencente ao Portal Radar, que pode ser acessada em www.radarmagazine.com.br

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