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22ª Parada do Orgulho LGBT

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22ª edição da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo acontece domingo, 3 de Junho, com concentração a partir das 10h em frente ao MASP, na Avenida Paulista. O movimento é organizado pela ONG APOGLBT SP (Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo) há mais de 20 anos.

Para esta edição, o tema é “Eleições” e o slogan é “Poder pra LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. Este tema e slogan foram discutidos em várias reuniões ao longo do ano desenvolvido pela APOGLBT SP em parceria com coletivos, outras ONGs LGBTs e militantes independentes onde, entre diversas questões, o tema Eleições em 2018 foi o mais discutido.

Para que a sociedade possa entender esse tema, nestas mesmas reuniões, foi produzido uma justificativa em forma de manifesto, que pode ser lida integralmente aqui:

 

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Eleições. Poder para LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz

Somos milhões de filhos e filhas, pais, parentes e amigos. Ocupamos todos os cantos do Brasil e contribuímos para todas as áreas do conhecimento. Trabalhamos em todas as indústrias e segmentos econômicos como assalariados e autônomos, em profissões formais e informais. Estamos presentes nas empresas públicas e privadas, na cidade e no campo, no asfalto e nas favelas, nos bairros abastados e nas periferias, assim como na propaganda, nas artes, nos filmes e nas novelas. Representamos cerca de 10% dos mais de 207 milhões de brasileiros e brasileiras. Temos orgulho de sermos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis, Transgêneros e Intersexos (LGBTI+).

Mas, apesar de tudo isso, ainda não nos enxergamos no espelho da política. No Congresso Nacional, dos 581 parlamentares, temos apenas um deputado assumidamente homossexual que defende as cores da nossa bandeira. Infelizmente, ainda são poucos os políticos heterossexuais e cisgêneros aliados que abraçam a pauta LGBTI+, por mais direitos humanos e cidadania, em seus discursos e plataformas políticas. É triste reconhecer que a sub-representatividade de políticos LGBTI e aliados, comprometidos com nossas pautas, repete-se em outras casas legislativas do país.

O fato é que a nossa luta, mesmo tendo conseguido tantos avanços na sociedade civil, sofre constantes reveses e ameaças das bancadas conservadoras. É como se a cada passo pra frente, fôssemos empurrados dois passos pra trás. Temos um Congresso que é tido como o mais conservador desde 1964, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Precisamos mudar essa situação, e urgente!

Sim, nós podemos. Pois temos o poder nas nossas mãos; o nosso voto. Neste ano, ele será nossa voz, nossa arma e nosso trunfo. Precisamos nos empoderar das urnas e dos nossos direitos conquistados para elegermos presidente, governadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores que nos enxerguem como cidadãs e cidadãos e nos representem, sejam eles e elas LGBTI+ ou não. Pois estamos vivendo um momento em que é imprescindível nos colocarmos contra um discurso cheio de preconceitos e ódio, utilizado por políticos mal intencionados.

 

Eles usam a velha retórica de proteção dos valores da família, da moral e dos bons costumes, como se nós fôssemos contra a família ou religião. Tudo isso para cassar nossos poucos direitos conquistados e impedir avanços para uma sociedade mais justa e igualitária. A arma deles é um discurso religioso distorcido para manipular a população. Somos usados como cortina de fumaça e apontados como inimigos do “cidadão de bem” para desviar o foco de suas práticas escusas e corruptas, garantindo seus enriquecimentos ilícitos e a perpetuação no poder.

É assim que estão fazendo com a tentativa de legalizar terapias de “cura gay”, com a tramitação de um “estatuto da família” que desconsidera os nossos modelos familiares, com um projeto de lei chamado “escola sem partido” que, se aprovado, vai proibir a discussão sobre gênero e sexualidade nas escolas, entre muitas outras frentes de ataque à nossa comunidade. A falta de representatividade com compromisso, ética e responsabilidade social faz com que a corrupção se instale, direitos sejam cassados, lutas por mais cidadania sejam sufocadas e crimes de ódio contra LGBTI continuem impunes.

É com essa justificativa e compromisso que a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT) escolheu, com outros coletivos, ONGs e militantes, o tema Eleições para a 22ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que trará o slogan “Poder pra LGBTI+, Nosso Voto, Nossa Voz”. Queremos que nessas, e nas próximas eleições, nossas vozes sejam ouvidas nas urnas e fora delas, e que nossos votos nos representem de fato. 

Entendemos que a luta por mais direitos humanos e cidadania extrapola nossa sigla. Por isso, convidamos todas as pessoas da sociedade, eleitores e políticos, ao diálogo sobre direitos LGBTI e convocamos a nossa comunidade a empoderar-se do seu voto, do seu poder de escolha, das suas conquistas, de lutar por elas e por outras que precisamos. Sabemos que as mulheres ocupam apenas 10% das cadeiras da Câmara dos Deputados, mesmo sendo elas mais da metade da população. Se, no Brasil, 55% da população é formada por negros, apenas 20% dos deputados federais são. É hora de nos juntarmos a outros grupos minorizados e minoritários e elegermos a nós mesmos e às pessoas aliadas. 

Mulheres cisgêneras, transsexuais e transgêneras, lésbicas, gays, negras e negros, bissexuais, travestis, homens trans e pessoas com deficiência, também podem fazer política. Mas pedimos que seja de forma justa, humana, igualitária e comprometida com nossa bandeira.

Poder 

Poder é um conceito que também remete a coisas que lutamos contra, como  hierarquias, desigualdades e abusos. Não é esse o poder que queremos. Mas o fato é que precisamos ocupar os espaços que produzem as desigualdades para transformá-los por dentro. Nosso empoderamento como indivíduos também passa por essa questão. Negar essa necessidade é fechar os olhos para a realidade.

PODER PRA LGBTI+ é um projeto de construção de um novo poder mais humano, inclusivo, justo e representativo de todas e todos os cidadãos, independentemente de gênero, orientação sexual, raça, classe, lugar de origem, mobilidade entre tantos outros recortes.”

Serviço: 

Data: 24 de maio

Horário: das 10h às 18h

Concentração: Em frente ao Masp, na Avenida Paulista – São Paulo/SP

Evento oficial no Facebook: http://paradasp.org.br/parada2018

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