A Comunicação, Nova Economia e Startups

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Eu sempre me pego refletindo sobre como as empresas de Serviços de Comunicação (Propaganda, Live Marketing, Corporativa e disciplinas) e suas respectivas áreas nas empresas seguirão como evolução nos cada vez mais presentes modelos de negócio na nova economia.

Tenho observado muito algumas questões de evolução de empresas tradicionais e startups, e muito impactada por isso através de fontes bacanas, desde o Eric Ries com a Start Up enxuta, até investidores como João Kepler, da Bossa Nova ou o IPO da Méliuz depois de 9 anos, nosso primeiro unicórnio, etc.

E inevitavelmente fico me perguntando sempre como será a vida das agências ou empresas de serviços de comunicação nesse novo contexto de serviço e suas características, o que se pode aprender com elas e o que de fato é tão único que eventualmente não seja possível “escalar”.

Hoje vou dividir esta reflexão com vocês, porque naturalmente ainda não encontrei uma resposta simples, mas acho que cabe um pensamento conjunto, e aproveitar o meio do ano ou ainda os planejamentos para 2022 que logo começa para usarmos estas questões e nos apoiarem a ver o destino dos nossos negócios, para onde queremos ir. Pensar em 2022 ou pensar nos próximos 6 a 10 anos?

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Algumas características interessantes da chamada nova economia são:

– elas precisam ter praticidade (foco do cliente, resolver um problema) , ter apoio em tecnologia que permita ser escalável , e flexibilidade.

– O conceito de escala é bem mais do que ter lucro ou margem: é crescer a receita de forma desproporcional a despesa – no tradicional o crescimento é proporcional. O escalável pode ser em geral por comercialização, relacionamento ou operação.

– O uso em detrimento da posse também faz parte da nova economia, o que indica que não necessariamente volume e tamanho de equipamentos indiquem uma empresa rentável.

– não confundir propósito com a missão da empresa

– a mentalidade é de uma estratégia para o futuro e não só margem e lucros etc.  – pensamento no longo prazo – demora em média 6.8 anos para ter retorno (sem ter dividendos antes) como padrão de investimento em start-ups, ou seja, não é milagroso nem rápido como muita gente pensa.

– a principal busca é pelo Equity – o que consolida uma empresa nessa nova visão (participação acionária que balisa um negócio, especialmente na bolsa com abertura de ações)

– smart money – dinheiro inteligente- dinheiro para crescer com a capacidade de apoio técnico dos investidores e não somente o aporte – novo modelo de “parcerias”?

Diante disso, como andamos pensando nossos negócios de comunicação? Considerando a prestação de serviços como base, já temos tido um crescimento muito grande de Martechs, que conseguem gerar serviços específicos dentro do mix de comunicação com todas as características que citamos acima.

Daí eu me pergunto: E a Estratégia?

Cada vez mais tenho visto que serviços táticos são comoditizados e busca por resultados imediatistas. Será que o futuro de nosso mercado será de pequenas boutiques de estratégia de marketing, estratégia criativa, planejamentos específicos ancorados em dados que venham das martechs, tudo em pequenos serviços especializados? Quem vai orquestrar o todo de uma Marca?

Como preparar os profissionais do mercado hoje – que a cada vez mais trabalham na urgência – para desenvolver o pensamento analítico e estratégico considerando tanta atuação tática que vemos nas empresas e prestadores de serviços?

Nosso sistema de ensino profissional pautado no “How To”, com fórmulas prontas e especialização, cada vez menos ensinando a pensar vai contribuir com essa evolução?

Sou uma entusiasta da evolução já que ela nos provoca e tira do conhecido e da verdade absoluta, mas essa fase está encantadoramente desafiadora de acompanhar.

O Universo está aberto neste momento para testar formatos e modelos com uso de tecnologias disponíveis, mas ainda assim o que continua diferenciando a comunicação é o brilhantismo humano, que agora parece que pode aprender fazendo (métodos ágeis e start-ups)  e não mais se preparando tantos anos antes, mas ainda continua sendo diferencial.

Escrevi aqui há alguns meses, alguns dados que mostram que apesar de termos grandes desafios, especialmente de equidade (desigualdades em varias escalas) e sobrevivência pela agressão ao meio ambiente, há fatos claros para confiar no futuro, se não nos apegarmos no medo que temos dele.

E você, continua olhando essa fase da vida profissional e do mercado da comunicação, de que forma? Como tem trabalhado seus negócios? Ainda pautado na linha azul ou além dela, tentando gerar negócios perenes, atraentes para investidores visando equity (concorrentes que podem comprar por exemplo, por que não?) ou ainda com propósitos mais claros e desafiadores aos tempos que vivemos?

Como eu costumo dizer, mais do que nunca … #refletirfazbem.

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