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Início Blogs De volta para o passado A paixão e o entusiasmo de Sérgio Pasqualin

A paixão e o entusiasmo de Sérgio Pasqualin

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Pensei em estrear este espaço colocando o “Patrono” das feiras no Brasil, Caio de Alcantara Machado. Mas enquanto pesquisava, percebi que seria difícil não repetir aqui as várias linhas que podem ser facilmente encontradas no Google sobre ele. Quem sabe no futuro.

Mas resolvi abrir o blog com um personagem que tive o prazer de entrevistar mais de uma vez para a Radar Magazine e, mais ainda, pude conviver em diversas viagens que o Grupo Radar & TV realizou com executivos (ITFEM). Além de um craque das feiras, Sérgio Pasqualin era (é) uma pessoa sensacional, que infelizmente ele nos deixou cedo, em 2018, mas marcou toda uma geração de profissionais que trabalham com este segmento de feiras e eventos.

Para falar mais da sua história eu recuperei uma entrevista que realizei com o Pasqualin para a Radar Magazine em 2014. O tema era a posse dele na presidência da Academia Brasileira de Eventos e Turismo e, mesmo sabendo que não usaria a sua história,  eu não podia perder a chance de conhecer ela melhor. Agora compartilho com vocês, narrada diretamente por ele. Antes tarde do que nunca!

Com a palavra, Pasqualin!

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Eu tenho uma trajetória que considero interessante. Comecei como vendedor de fundo de investimentos quando tinha 18 anos. Eu saia pela rua vendendo incentivo fiscal e procurando clientes. Mas antes eu procurava entender aquilo o que eu fazia e para que servia, para então indicar para as pessoas. O mapeamento de tudo que eu faço sempre foi uma tônica na minha vida.

Depois passei a gerenciar uma rede de lavanderias que tinha oito lojas e uma usina. Eu sempre fui um fuçador, um curioso e, em uma das minhas idas para os Estados Unidos, eu fiz um contato com uma associação de lavanderias. Vi que algumas redes lá elas tinham um sistema que não era de franquias, mas que tinham pequenos comércios que podiam servir também para coletas de roupas.

Voltei para São Paulo e percebi que a adaptação disso aqui poderia ser os pequenos alfaiates que existiam nos bairros. Eles poderiam ser tornar também um posto de coleta. Procurei também algumas casas onde as famílias tinham uma garagem que não era utilizada e que também poderiam ser um posto de coleta.

Resumo da ópera. Em menos de um ano eu passei de oito para trinta lojas. Quando eu estava nesta rede, eu estava no último ano da faculdade (1975) e a C&A estava procurando um perfil de recém-formados que tivessem tido experiência no exterior para montar o seu primeiro time de executivos que iriam fazer a implantação da C&A.

Neste momento eu ainda tive um dos momentos mais importantes da minha vida. Casei com a Dona Joana. Casamos e passamos um ano em Londres fazendo treinamentos, aprendendo os sistemas de compras, distribuição e gerenciamento de lojas para a implantação da C&A. Em agosto de 76 foi aberta então a primeira loja no Shopping Ibirapuera. Fiquei lá por quatro anos, até ser convidado para trabalhar como Gerente Geral do Shopping Iguatemi.

Naquela época, os shoppings ainda não eram muitos e não existia uma profissionalização em função do potencial que existia para o mercado. Por conta disso os empreendedores queriam alguém com experiência de varejo, e como eu tinha passado um bom tempo na C&A, eu fui para o Iguatemi e foi uma grande escola.

De lá passei para a Casa Moisés, uma rede de cama mesa e banho, e depois fui convidado para ser gerente de operações para o Brasil da Sandiz, loja de departamentos do Grupo Pão de Açúcar. Quando ela foi vendida para um grupo holandês, fui convidado para ser gerente de expansão do Grupo Pão de Açúcar. Fiquei durante quatro anos e aí começa o capítulo Center Norte.

Expo Center Norte.

Eu entrei em março de 1993 para o Expo Center Norte. Era o início e ainda não tinha nenhuma feira, eu brincava que era “o bloco do eu sozinho”. Mas foi quando eu comecei a olhar para o negócio feiras. Em novembro de 1993 tivemos a primeira feira, que foi a Feira internacional dos Esportes. O promotor era o Lemos Britto junto com o Pelé. Ninguém melhor que o Pelé para dar um pontapé inicial no negócio feira. Em 1994 foram 17 feiras e, dando um salto para 2013, terminamos com 80 feiras, 16 mil empresas expositoras e em torno de 2 milhões de visitantes. São números grandes.

Temos uma trajetória relativamente rápida para onde nos encontramos hoje. Começamos com 30 mil m² e hoje temos 98 mil m² de área total.

Tive a felicidade de poder trabalhar em um grupo que sempre teve um perfil empreendedor muito aguçado e que soube olhar para este negócio. Enxergávamos um grande potencial, com demanda reprimida do ponto de vista de espaço e o Expo Center Norte veio atender esta demanda. De lá para cá vimos o surgimento de pequenas feiras, que hoje são grandes feiras e que puderam expandir graças ao Expo.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Meu caro Luis
    Acabei de ler a matéria, que na época de sua edição passou desapercebida.
    Sensacional texto, sensacional história
    Serei eternamente grato de ter aprendido o que é feira através da generosidade verdadeira do grande Sérgio. Sinto que tínhamos muitas histórias á construir, mas quis o destino que ele nos deixasse cedo demais. Perdi uma amigo na terra e ganhei um anjo no céu.
    Parabéns pela escolha do personagem

    Abraços

  2. Olá Luis,
    Fiquei emocionada com a homenagem e com o texto. Ao ler as palavras narradas pelo Sergio, pude até sentir ele por perto.
    Trabalhei com ele por 6 anos no Expo CN,e para mim ele foi o maior mestre e inspiração que alguem poderia ter. Obrigada!
    Abçs

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