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Mesmo em épocas de crise, o segmento atacadista distribuidor tem mantido resultados positivos. Desde 2000, mantém uma fatia de mais de 50% da distribuição dos itens de mercearia, um crescimento de 4,4%, atingindo R$ 197,3 bilhões.

Essa perspectiva dá margem para o otimismo com uma boa dose de realismo, pois as dificuldades trazidas pela desaceleração da economia são em parte compensadas pelo fato de o segmento trabalhar com bens de consumo obrigatório. Segundo o Serasa, 97,7% do varejo alimentar são compostos por micro e pequenas empresas, e a maior parte das indústrias não estão preparadas para fazer chegar sua produção aos locais mais remotos do País.

Sem a capilaridade logística do segmento atacadista distribuidor, não seria possível abastecer mais de 1 milhão de pontos de venda nas cinco regiões do Brasil.

“Como agentes de distribuição, o cerne do nosso negócio não é o comércio, mas a prestação de serviços de logística para a indústria e para o pequeno varejo independente, aquele que não está ligado às grandes redes” diz o presidente da ABAD, José do Egito Frota Lopes Filho.

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Desta forma, presta-se um serviço essencial para o consumidor que vive longe dos grandes centros, porque a indústria atende 48% do mercado, os outros 52% dependem do atacadista distribuidor. Os Sucos Jandaia, por exemplo, contam com a força do atacadista para chegar a todos os Estados do Brasil. “Utilizamos frete rodoviário e marítimo. E exportamos para oito países”, cita Eduardo Figueiredo, presidente dos Sucos Jandaia. Mas a realidade do pequeno varejista é bem mais complicada.

O limite do Simples Nacional é de R$ 3,6 milhões, hoje um entrave para o micro e pequeno varejista. Considerado um valor defasado, ele não corresponde mais à realidade das pequenas empresas. Por isso, quando chega próximo ao teto, o pequeno varejista muitas vezes adota soluções alternativas para não ser desenquadrado e, com receio de perder os benefícios do regime, acaba na informalidade. “Penso que nossa carga tributária é complicada e onerosa.  Uma solução seria subir o teto para R$ 5,2 milhões”, comenta Eduardo Figueiredo.

O atacado de autosserviço, também conhecido por atacarejo, funciona como loja e também como centro de distribuição. “É o setor mais promissor no momento, pois recebe grandes investimentos em todo o NE, não só nas capitais, mas principalmente nas cidades do interior dos Estados. Trabalhamos com todas as cadeias nacionais e regionais deste setor, ex: Atacadão, Assaí, Makro, Mercantil Rodrigues e muitos outros. A grande sacada é que o transformador se abastece com produtos variados e com preços competitivos”, informa o presidente da Jandaia.

Para o consumidor final, as maiores vantagens desse modelo são volume e preço, embora a variedade, em relação a um supermercado, costume ser menor.

Já a modalidade de entrega predomina no segmento e tem como diferencial a criação de uma relação de proximidade com o varejista. “Esse agente de distribuição oferece a vantagem de ser responsável por toda a logística do produto e, dessa forma, o varejista não precisa gastar seu tempo nem sair de seu estabelecimento para fazer compras”, afirma o presidente da ABAD.

Ambos os canais são abastecidos pela indústria e, como pode ser percebido pelas descrições acima, atuam de forma complementar. Dependendo da necessidade dos clientes do atacado, ambos oferecem vantagens. Diante desse cenário, vem aí a Convenção da ABAD, evento itinerante que se realiza alternadamente em Estados ao Sul e ao Norte do Brasil, com o objetivo de facilitar o acesso e dar oportunidade de participação a todos os agentes de distribuição.

Fonte: Matéria originalmente publicada na 21ª edição da Radar Magazine, publicação do Grupo Radar de Comunicação ao qual pertence também o Portal Radar.

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