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Além do Arco-Íris: LGBTQIA+ e Eventos

O dia 28 de junho de 2022 marcou 53 anos desde que a Revolta de Stonewall, em 1969, apontou os holofotes americanos à grave falta de direitos LGBTQIA+.

Graças a ativistas como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, hoje temos o privilégio e a honra de celebrar junho como o Mês do Orgulho, onde pessoas “queer” de todos os lugares podem celebrar tudo que as torna únicas.

Nos EUA, há um movimento forte de redução dos direitos LGBTQIA+ e aqui no Brasil, seguimos na liderança de violência, especialmente com a população Trans.

Apesar disso, os encontros relacionados ao Orgulho continuam se expandindo, e junho contou com a volta da maior parada LGBTQIA+ do mundo – de São Paulo – e esse final de semana ocorreu a parada também em Londres.

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Sabemos que os eventos, especialmente no Brasil, são uma grande fonte de conhecimento e capacitação e que tem um poder de experiência fortíssimo, o que promove sensibilização e mobilização.

Lendo um texto bacana da comunidade Bizz Bash, refleti se estamos aproveitando as oportunidades, que vejo em 3 grandes pilares: respeito e inclusão; (sensibilização) e educação; e geração de negócios – especialmente para a cadeia de fornecedores e serviços.

Sobre respeito e inclusão – quantos de nós estamos mesmo colocando sinalizações de respeito e tolerância nos eventos, treinando staff da direção de produção até os seguranças sobre forma de tratamentos e endereçamentos de crise em caso de violência verbal, discriminação ou assédio? Você tem isso no check list do seu evento de forma regular?

Sobre sensibilização e educação – quantos de nós estamos prevendo alguma ação, desde ter representação LGBTQIA+ entre speakers, entrevistados e staff, promovendo conhecimento, afinidade e entendendo de fato que as diferenças somam?

E por último, oportunidade de negócios: criar eventos significativos e motivados por causa do Orgulho é crucial, e ajudar as marcas com essa jornada é muito importante, seja você um Meeting Planner, Marketing, Comunicação ou Agência.

Evento em junho, aliado a um ano todo de construção de capacitação, solidarização e conexão muitas vezes não é possível para um meeting planner sozinho ou um profissional do Marketing. É preciso unir esforços e trazer parceiros que possam apoiar esse projeto de forma sólida.

“A presença é forte para eventos LGBTQIA+ no momento”, diz Bruce Starr, CEO e co-fundador da BMF, uma agência de propriedade LGBTQ que trabalhou com clientes como o la pride e o novo reboot de Queer as Folk do Peacock. “As pessoas estão muito favoráveis querendo ir às coisas e apoiar a comunidade.”

E para criar campanhas e eventos com celebrações significativas, resumi as 5 dicas dadas por alguns experts na comunidade Bizz Bash para ajudar a gerar insights para nós todos:

  1. Torná-lo inclusivo. Os eventos seguem evoluindo porque apesar de terem nascido pensados para o público gay masculino, a cada dia tem se preparado para receber mais mulheres, famílias e a programação ampliada para indivíduos trans e não binários. Criar um espaço seguro e aberto para todos os indivíduos e em todo o espectro do arco-íris. Outro desafio: os eventos ainda são predominantemente brancos e é preciso começar a representar melhor identidades negras, marrons e trans. Assim considere fazer opções de eventos diurnos, como festivais e desfiles, para apoiar famílias e crianças a participarem e terem contato com as diferenças. Em tempo: homens gays poderosos podem apoiar a ampliação da comunidade.
  2. Concentre-se em iniciativas orientadas por causas e engajamento significativo. Em junho é comum ter uma grande concentração, mas é preciso haver uma indicação de que o suporte está indo além do superficial. Isso é ser empático no Orgulho, mas demonstrar real respeito e apoio em outros meses. Uma opção é criar concertos e eventos acompanhados de feiras comunitárias ou exposições que levem ONG’s e iniciativas que orientem, mostrem seus projetos e iniciativas para mobilização e levantamento de novas parcerias.

“Criar espaços seguros e ativações que misturam aprendizado e história com entretenimento e ativações fizeram as ativações mais emocionantes do Pride”, diz Jeff Consoletti, da JJLA.

  1. Envolva empresas locais e conselhos de turismo. Conselhos ou Comitês e grupos de bairro, de turismo, da prefeitura. Estes players podem potencializar inclusive a promoção de negócios de propriedade LGBTQ+ que podem ser contratados ou expostos para a geração de mais renda. O Orgulho já é um grande negócio para o turismo local, é preciso potencializar para todos, vale lembrar. Se incluir um serviço local em seu evento corporativo já está contribuindo para que a roda gire de fato, a favor.

“A cidade de West Hollywood queria garantir que estivéssemos oferecendo oportunidades para todos desfrutarem, e é por isso que a feira de rua comunitária livre foi tão importante quanto o Outloud Raising Voices Music Festival”, acrescenta Consoletti.

  1. Reconheça a história do movimento Orgulho — e mantenha a conversa durante todo o ano.
    Não é surpresa que não dá para fazer “Rainbow Washing. É importante garantir os componentes históricos para mostrar a causa real, a evolução e o porquê estamos promovendo eventos e ações Orgulho. E fazer esforços para manter a conversa durante todo o ano é importante. Em datas como Natal, Dia dos Namorados e Ação de Graças é quando a comunidade luta e se sente mais sozinha. Como manter sua parceria nesses momentos?
  2. Sim, o arco-íris ainda é uma ótima escolha de decoração!
    Claro, arco-íris demais só vender ninguém respeita. Mas isso não significa que a decoração do arco-íris ainda não seja uma ótima escolha para eventos LGBTQIA+. Enquanto os produtores de eventos estão encontrando maneiras de evoluir e modernizar a decoração tradicional do arco-íris, ela não vai a lugar nenhum, dizem os especialistas.

“Consoletti compara o tema do arco-íris ao uso de decoração vermelha e verde e luzes cintilantes durante a temporada de Natal — é sinônimo do movimento Orgulho”.  Mas podemos estilizar, usar em vertical, aquarelado – traga o tom de voz da sua comunicação para ele.

E para finalizar, buscar conhecimento pessoalmente. Como Maya Angelou disse: “Tenho um grande respeito pelo passado. Se você não sabe de onde veio, não sabe para onde está indo. ” Com toda a purpurina e o brilho das paradas do Orgulho de hoje em dia, pode ser fácil esquecer que o Orgulho começou como uma luta pelos direitos LGBTQIA+.

Como muitos de nós não estudam sobre isso na escola, aprender mais sobre a história “queer” é uma forma incrível de prestar homenagem àqueles que lutaram pelo nosso direito de ser nós mesmos.

Fontes: Bizz Bash, Uol Universa, BuzzFeed.

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