O Autódromo de Interlagos, que recebe a etapa brasileira do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 nos dias 10, 11 e 12 de novembro, acaba de passar por uma nova fase de obras e melhorias em suas instalações. As intervenções realizadas pela Prefeitura, em parceria com o Ministério do Turismo, atenderam exigências da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) em relação à pista e também possibilitaram que a estrutura do Autódromo seja utilizada em outros eventos, garantindo a conservação do equipamento público.
As intervenções no local foram divididas em dois contratos. As obras no paddock, orçadas em R$ 14 milhões, foram financiadas pelo Governo Federal por meio do Ministério do Turismo. Os serviços realizados na pista, com valor de R$ 7 milhões, foram executados com recursos da Prefeitura de São Paulo.
O GP Brasil de Fórmula 1 é o maior evento esportivo internacional da América do Sul e atrai cerca de 150 mil pessoas nos três dias de treinos e prova. A estimativa é que ele movimente cerca de R$ 250 milhões com turismo na cidade, que ganha também na arrecadação de impostos, como o ISS. Outro fator positivo é a exposição internacional da capital paulista – o GP do Brasil é a corrida com maior audiência televisiva entre os 20 GPs da temporada. Este ano será a 46ª edição da GP no Brasil, sendo a 36ª em Interlagos.
Obras
Na área do paddock foi demolida a estrutura que era utilizada como sala de imprensa. Agora, o antigo edifício da administração do autódromo foi transformado em um novo centro de mídia, o que garante mais espaço e melhores condições para o trabalho dos jornalistas. O antigo suporte metálico, que cobria a parte superior do paddock, também foi removido.
Já no edifício de apoio, localizado atrás dos boxes, foram complementadas as obras de acessibilidade com a implantação de uma escada, duas novas passarelas que dão acesso à área do paddock e dois elevadores para pessoas com necessidades especiais. Para garantir o conforto das equipes, também foi finalizado o sistema de ar-condicionado local.
No centro operacional, ao lado dos boxes, foram atendidas todas as exigências do Corpo de Bombeiros quanto à complementação dos dispositivos de combate a incêndio. Também foi concluída a nova galeria técnica, estrutura utilizada para cabos de dados, comunicação e energia.
Este ano, os carros de Fórmula 1 estão até 40 km/h mais rápidos, inclusive nas curvas. Para garantir a segurança dos pilotos, a Prefeitura acatou uma série de recomendações da FIA em relação à pista de Interlagos. Foram implantadas ranhuras na pista (grooving), na reta oposta e na subida do Café. Também foram recapeados o “s do Senna” e a curva da junção/subida do Café. Além das ranhuras e do recapeamento, a segurança estará garantida com as novas barreiras de pneus, lavadeiras (zebras), defensas metálicas (muretas ou guard-rails), softwall (espécie de colchão de ar colocado na frente dos muros para amenizar impacto) e pintura antiderrapante.
Mais turistas
O Grande Prêmio de Fórmula 1 movimenta o turismo na cidade de São Paulo. Segundo pesquisa realizada em 2015 pelo Observatório de Turismo e Eventos, núcleo de pesquisas da São Paulo Turismo (SPTuris), sobre o GP daquele ano, 50,7% do público que prestigiou o evento era de visitantes. Entre eles, quase 7% eram estrangeiros. A estimativa é que o GP tenha movimentado com o turismo, na ocasião, cerca de R$ 250 milhões na cidade.
A maior parte dos turistas,63,9%, escolheu os hotéis para se hospedar, o que significou um crescimento de 17% em relação ao ano anterior. A ocupação média de toda a rede hoteleira paulistana ficou em mais de 74% no fim de semana em que ocorreu a corrida. Apenas 13,6% dos visitantes ficaram em casas de amigos ou parentes. O restante optou por meios alternativos de hospedagem como hostels ou casas e apartamentos alugados.
Entre as principais atividades realizadas pelos turistas destacaram-se compras (24%), vida noturna (20%) e gastronomia (14%).
Ainda de acordo com a pesquisa, houve um aumento de 20% do público feminino entre 2014 e 2015. Mesmo assim, a maioria, 88%, era formada por homens. A faixa etária predominante permaneceu entre 30 e 39 anos.