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Brunno Cavalcante, CEO da EOS Promo, fala sobre sua experiência em feiras internacionais

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No final de fevereiro deste ano o mundo das feiras de negócios voltou seus olhos para uma boa notícia que vinha dos Emirados Árabes.

De 21 a 25 de fevereiro Abu Dhabi foi palco da IDEX 2021 – International Defence Exhibition & Conference, maior feira militar do Oriente Médio.

Além de marcar um retorno das feiras presenciais, o evento contou com a participação de empresas brasileiras na área de exposição.

As brasileiras CBC e a Taurus mostraram aos visitantes seus amplos portfólios de armas e munições, como a conceituada linha de armas TSeries, especialmente desenvolvida para atender o mercado militar e policial, munições de alta tecnologia para fuzis, metralhadoras e armas curtas, além de munições militares em médios calibres.

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O estande onde foram apresentados todos estes produtos foi realizado pela EOS Promo (www.eos-promo.com ), empresa especializada no gerenciamento de montagem de stands em feiras internacionais, sediada em Curitiba, com filiais nos Estados Unidos e na Europa.

O Portal Radar conversou com Brunno Cavalcante, CEO da EOS, para conhecer mais sobre o trabalho da empresa e esta experiência em feiras internacionais.

Quando teve início a empresa?

A empresa iniciou suas atividades em abril de 2009, mas na época tínhamos o nome de Demodulari Brazil. Éramos uma filial de um grupo chileno de agencias de eventos. Em 2012 eu comprei a participação desse grupo e mudamos o nome para EOS. Então, entre um nome e outro, contamos com 12 anos de atuação no mercado de feiras internacionais.

Em quantos países a empresa atua?

Já executamos eventos em 34 países. Na Europa quase inteira, todos os países da América do Norte e uma boa parcela daqui da América do Sul. Também contamos com bastante experiência na Ásia Oriental e Sudeste Asiático, bem como em alguns países africanos como África do Sul, Nigéria e Marrocos, por exemplo.

Como foi o ano de 2019 para a empresa e qual era a expectativa para 2020 antes de pandemia? 

O ano de 2019 havia sido excelente, contávamos com uma taxa de crescimento superior a 10% a.a. por alguns anos. O ano havia sido o nosso melhor até agora, tanto em número de projetos como em faturamento. Nossas expectativas para 2020 eram as melhores possíveis.

Mas veio a pandemia. Como ela afetou os negócios da empresa? 

O efeito foi impensável, conseguimos trabalhar normalmente até o mês de fevereiro. Depois disso, com os primeiros cancelamentos já no dia três de março, fomos a faturamento zero. Estimo uma queda de faturamento entre 70% e 75%.

Quais foram as saídas encontradas para tentar amenizar o impacto dela para os negócios?

Como somos muito especializados em feiras e eventos, não houve muita saída. Aproveitamos os benefícios governamentais de redução de salários e jornada, bem como de suspensão de contratos. Reduzimos despesas onde foi possível para que pudéssemos esperar um eventual fim da tempestade, que sempre prometia ser em no máximo 3 meses. Mas estamos agora completando um ano de pandemia. Como temos uma estrutura financeira enxuta e eficiente, aguentamos bem.

Como é a operação da empresa? Grande parte dos negócios estão em montagens no exterior ou no Brasil?

Nós trabalhamos estritamente com eventos internacionais. Especialmente brasileiros fora do Brasil, mas eventualmente atendemos clientes estrangeiros também.

A empresa tem atuação no mercado asiático, que foi um dos poucos que retomou suas feiras em 2020. Como foi (é) a atuação nesta região?

Temos atuação na Ásia sim, mas é um mercado em que atuamos menos. Além disso, a maior participação de brasileiros nesses eventos se deu por empresas com estruturas fixas na Ásia ou via stands governamentais contratados localmente.

A EOS já atuou no mercado de feiras da Europa, América do Norte e do Sul, Ásia e África. Quais as principais diferenças que você enxerga nestas diferentes regiões em termos de infraestrutura?

Cada uma delas tem suas características. A América do Norte é o mais peculiar, com normas distintas de todo o resto do mundo, taxas desconhecidas de muitos expositores, diferenças gritantes de materiais mais utilizados e um funcionamento de sindicatos muito exclusivo.

Para atuar bem na América do Norte tem-se que entender bem essas diferenças. A Europa já é o mercado mais prime, temos lá os melhores materiais e as práticas de trabalho mais consolidadas e lógicas.

A América do Sul é muito similar ao Brasil, sendo que as grandes diferenças se dão pela cultura de cada local. A África tem maior dificuldade de acesso a bons materiais e mão de obra de alto padrão.

Por fim, na Ásia temos todos e os mais diferentes materiais disponíveis, organizações de padrão europeu, e é muito interessante ver a quantidade de operários utilizados numa montagem, que é muito superior a qualquer outro mercado.

Em todos esses mercados temos sempre que estar atentos a cultura de cada local e seu povo. Essa é a essência e o que vai possibilitar o sucesso e um bom resultado de nossos trabalhos.

Vocês também atendem clientes que não são brasileiros expondo no exterior? Quais as diferenças entre este cliente “internacional” para o “brasileiro”?

Temos uma boa experiência com clientes sul-americanos (não brasileiros). Na questão de pedidos, pressão e demandas, são bem parecidos com o brasileiro. O grande diferencial é na parte de projetos e lay-out. No meu entendimento é extremamente difícil que um estrangeiro aprecie o mesmo projeto que um brasileiro, os gostos simplesmente diferem, então é um ponto ao qual sempre estamos atentos.

Com quais tipos de estandes a empresa trabalha? Como é a logística para conseguir manter o padrão e qualidade da empresa em diferentes locais?

Trabalhamos com toda a variedade de materiais, seja no clássico sistema modular, carpintaria pura ou misto. Encontramos soluções para atender quaisquer demandas dos clientes e dos mercados. Nosso sistema consiste em operar com uma rede de fornecedores, contando com representantes, parceiros ou até empresas contratadas diretamente em todos os mercados que atuamos.

Essa expertise faz parte do DNA da EOS, e quando é necessário abrir um novo mercado, sabemos exatamente o jeito mais eficiente de encontrar parceiros que garantam nossa qualidade de entrega. Coordenamos de Curitiba toda a parte intelectual, de projetos e gerenciamento nos mínimos detalhes.

O setor de eventos foi certamente um dos mais afetados em todo o mundo. Levando em conta sua atuação global, como você viu a “batalha” para a volta dos eventos no Brasil e em outros lugares do mundo?

A “batalha” aqui no Brasil foi travada com muito vigor pelo setor, vi amigos e parceiros daqui se esforçando e usando de toda sua inteligência em prol do setor. Infelizmente nosso setor não é tão reconhecido pela classe política e houve um intenso trabalho para demonstrar o quão relevante somos.

Com você tem sentido o mercado de feiras em 2021? Os clientes estão dispostos a retornar seus investimentos e participarem de feiras ainda neste ano?

Ainda há muito receio, mas também percebo esperança em muitos de nossos clientes, gente querendo voltar a trabalhar e voltar aos pavilhões. Profissionais experientes que sabem o que uma feira ou um evento pode proporcionar de negócios, contatos e visibilidade aos negócios.

Para a empresa, qual a expectativa para este ano?

Estamos contendo as expectativas, ainda que queiramos ser positivos o “abre-fecha” nos faz ser cautelosos. Penso que, no melhor cenário, podemos ter algo próximo de 50% do faturamento de 2019.

Além das questões relacionadas a pandemia, temos um dólar consideravelmente mais caro, inseguranças trabalhistas para a viagem de executivos ao exterior, incertezas no governo federal quanto aos valores destinados a promoção comercial e outros. Portanto, me considero cautelosamente otimista.

Além da IDEX, a empresa já teve outros trabalhos em 2021?

Ainda não, de momento o único evento de fato realizado foi a IDEX 2021, em parceria com a ABIMDE – Associação Brasileira das Indústrias de Defesa. Até esta data posso contar que estamos desenvolvendo cinco propostas, para as quais estamos muito otimistas!

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