Depois de 23 dias de folia intensa, chegou ao fim, no último domingo (26), o Carnaval de Belo Horizonte 2023 – uma festa descentralizada, diversa, segura e inclusiva.
A capital mineira contabilizou 5,250 milhões de foliões, entre eles 226 mil turistas, e uma movimentação financeira de R$ 720 milhões de reais.
Durante todo o período oficial (4 a 26 de fevereiro), a cidade recebeu 375 cortejos de Blocos de Rua, além de programações como o Kandandu, no Palco Oficial da Praça da Estação, e dos desfiles de Escolas de Samba e Blocos Caricatos.
“Estamos muito satisfeitos com o que o Carnaval de Belo Horizonte propiciou para a cidade nos últimos dias”, disse Gilberto Castro, presidente da Belotur, a empresa municipal de turismo.
Os esforços da Belotur para viabilizar uma folia mais segura e planejada se concretizaram em ações de operação e fomento à cultura.
Foram mais de 13.150 diárias de banheiros químicos, sendo 192 para Pessoas com Deficiência (PCD’s), com 90 pontos fixos de cabines e 1.500 cabines simultâneas.
Com o objetivo de identificar e monitorar as características dos foliões, a Belotur aplicou sua tradicional pesquisa do folião.
Para tanto, foram realizadas entrevistas, entre os dias 17 e 21 de fevereiro de 2023, com aqueles que estiveram presentes nas programações de carnaval.
Esta investigação gerou informações quantitativas e qualitativas sobre dados socioeconômicos, hábitos de consumo, avaliação da infraestrutura e, também, a satisfação em relação ao evento.
Ao todo, 1.119 questionários foram aplicados, o que corresponde a uma margem de erro de 3 pontos percentuais, com 95% de probabilidade.
Os questionários foram aplicados presencialmente em 23 blocos de rua, com representatividade nas regionais da cidade de Belo Horizonte com maior concentração de público.
De acordo com os resultados encontrados, a avaliação média geral do carnaval de 2023 foi de 8,7. A marca de 44,15% dos moradores e visitantes tiveram suas expectativas atendidas em relação ao evento e, para 31,55%, elas foram superadas.
A pesquisa ainda destaca que, dentre os foliões, 84,9% são moradores e 15,1% são visitantes. A maioria dos visitantes é originário do interior de Minas Gerais (65,7%), seguido por São Paulo (11,8%), Espírito Santo (4,1%) e Rio de Janeiro (3,0%).
Quando observamos em nível de cidades emissoras, as principais cidades são: São Paulo – SP (8,3%); Lavras – MG (6,5%), Divinópolis – MG (4,1%), Juiz de Fora – MG (3,5%).
A estimativa do número total de turistas na cidade foi de 226 mil pessoas (15,1% dos participantes).
Os visitantes permaneceram, em média, 3,8 dias no período do carnaval, com o gasto médio diário per capita, de R$309,92, totalizando um gasto médio de R$1.133,50 durante todo o evento.
Quando observamos o comportamento dos gastos dos moradores, constatamos um gasto médio total per capita (durante todos os dias do evento) de R$365,04.
A pesquisa ainda indicou que a maioria dos foliões belo-horizontinos viajariam para outras cidades, caso não houvesse programação de carnaval na capital.
Nesse sentido, haveria um impacto negativo de mais de 61% na movimentação econômica da cidade no período do feriado.
O Carnaval de Belo Horizonte movimentou o setor hoteleiro no último mês, em especial entre os dias 18 e 19 de fevereiro.
A taxa de ocupação de toda a cidade atingiu 68,92% e apresentou um melhor desempenho no dia 18, com 78,9%. Já a região Centro-Sul alcançou a média de 71,27%, com melhor performance no dia 18, quando chegou a 80,64%.
O índice dos dias 20 e 21 de fevereiro também foi positivo. A região Centro-sul apresentou média de 72,15% e as demais regiões (Pampulha / Cidade Nova), 65,94%.
Todos os dados sobre a ocupação hoteleira da cidade são da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIHMG).
RECIFE
O Recife vibrou com recordes de público nos cinco dias de carnaval, onde mais de 2,7 milhões de foliões curtiram as festas de Momo nos 44 polos da cidade, com uma média de 300 mil pessoas por dia no principal polo da cidade, o Marco Zero, no Bairro do Recife.
Toda essa energia pulsante injetou mais de R$ 2 bilhões na economia da capital pernambucana, gerando cerca de 50 mil postos de trabalho temporários.
O Carnaval da retomada tem um significado extremamente importante para todos os segmentos e não seria diferente no turismo.
Somente no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, o fluxo de passageiros este mês foi de 420 mil pessoas, segundo dados coletados pelo Observatório do Turismo do Recife (OTREC).
A ocupação hoteleira na cidade, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE) é de 96,12%.
É importante destacar que, neste Carnaval 2023, a permanência média passou para 5 noites, ultrapassando o dado anterior, que era de 4 noites
Os Centro de Informações na Central do Carnaval atenderam mais de 2 mil pessoas. Dos atendimentos, mais de 1,6 mil foram demandas nacionais e mais de 300 internacionais.
A Prefeitura do Recife recolheu 417,94 toneladas de lixo, sendo 399,19 toneladas de resíduos sólidos e 16,46 toneladas de materiais recicláveis.
Foram mobilizados 1.200 trabalhadores nos cinco dias de festa, implantados 70 Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) distribuídos em todos os polos, dez caminhões-pipa e 18 compactadores de lixo utilizados para ajudar a limpar a cidade. Para proteger os patrimônios públicos, foram implantados 12.441 m² de tapumes em toda a cidade.
SÃO PAULO
Com um público de 15 milhões de foliões durante os dias de festa, o Carnaval de Rua de São Paulo movimentou R$ 2,9 bilhões na economia da cidade, segundo estimativa do Observatório de Turismo e Eventos, da São Paulo Turismo.
Desse total, R$ 1,2 bilhão foi movimentado por parte dos moradores da cidade e R$ 1,7 bilhão de visitantes (da Grande SP, que não pernoitam na cidade) e turistas do interior, outros estados e estrangeiros.
Segundo dados do Observatório de Turismo e Eventos, enquanto o morador da cidade gastou, em média, R$ 102,37, para brincar o carnaval na capital paulista, os turistas vindos de outros estados — principalmente Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais — gastaram 17 vezes mais: R$ 1.792,37.
Pesquisadores acompanharam o público entre 11 e 26 de fevereiro. Os estrangeiros, em número bem menor, gastaram individualmente mais: R$ 2.336,67, 23 vezes mais que o morador da cidade.
Os gastos dos participantes do carnaval de rua são proporcionais à residência: moradores da cidade gastam menos, sendo seguidos pelos residentes da Grande São Paulo (média de R$ 119,66), do interior do estado (R$ 327,75) e assim sucessivamente.
Cerca de 81,18% dos participantes eram moradores da capital, seguidos por 9,11% da grande São Paulo, 4% do interior do paulista, 4,22% de outros estados e 0,5% de estrangeiros.
“Mais importante que o número total de visitantes, que foi expressivo, é o reconhecimento da qualidade do evento pelo público”, lembra Gustavo Pires, presidente da São Paulo Turismo.
“Foi o carnaval adiado por dois anos pela pandemia, com chuva forte e alguns dias, e mesmo assim a população foi para rua”, completa.
A cidade sediou 462 desfiles, promovendo uma festa descentralizada, sendo que cem deles aconteceram neste último fim de semana.
Durante o Carnaval de Rua 2023, o público pôde se divertir com as apresentações de personalidades como Luísa Sonza, Pabllo Vittar, Michel Teló, BaianaSystem, Daniela Mercury e Gloria Groove, assim como com as performances de blocos tradicionais, entre eles Galo da Madrugada, Monobloco, Tarado Ni Você e Acadêmicos do Baixo Augusta.
Crédito da imagem: Léo Lara