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Carnaval “fora de época” será risco para um calendário de feiras já problemático em 2021

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Em coletiva realizada em 24 de julho, o Governo do Estado de São Paulo (em conjunto com a Prefeitura do Município de São Paulo) anunciou o adiamento do carnaval de 2021. A decisão foi tomada após conversas com associações do setor e blocos de carnaval. “Estamos definindo ainda a nova data para o carnaval. Dificilmente acontecerá em junho, data que coincide com as festas de São João no Nordeste. Desta forma, estamos definindo ou final de maio ou começo de julho como data para o carnaval de São Paulo”, apontou, na época, o Prefeito Bruno Covas.

Os desfiles de escola de samba reuniram 120 mil pessoas e trouxe benefício de 227 milhões de reais para a cidade neste ano. Já os blocos, durante as 3 semanas de folia, juntaram 15 milhões de pessoas, trazendo um benefício econômico de 2 bilhões e 750 milhões de reais. Sem dúvidas, representam um impacto importante para a economia. Mas se ganha de um lado, perde do outro.

As datas até agora indicadas representariam um cenário extremamente negativo para o calendário de feiras e eventos de negócios da cidade de São Paulo – que já estão sendo durante atingidos em 2020 com a pandemia. “Não podemos aceitar uma movimentação de carnaval em um momento importante que será o primeiro semestre de 2021. Por conta de todas as movimentações que foram feitas neste ano, nós já teremos uma agenda complicada em 2021 e colocar o carnaval em maio, junho ou julho atrapalharia ainda mais”, alerta João Paulo Picolo, CEO da Nürnberg Messe Brasil.

APAS Show, Hospitalar, Expo Container City, FCE Pharma e FCE Cosmetique, Exposec, Ecoenergy, Bio Brazil Fair | Biofach America Latina e Naturaltech, ForMóbile, Fispal Tecnologia, ABF Franchising Expo e FIPAN são apenas algumas das grandes feiras que foram “postergadas” em 2020 e que agendaram seus eventos para maio, junho e julho de 2021. O calendário tradicional engloba muitos outros eventos que sofreriam com o carnaval “fora de época”.

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“Minha proposta é mostrar para a prefeitura de São Paulo o que são os calendários de feiras de negócios, como eles são construídos. Precisamos mostrar isso para o prefeito para que ele entenda o impacto que a alteração do carnaval pode causar e como isso irá gerar ainda mais dificuldades para o setor”, afirma Paulo Ventura, diretor superintendente do Expo Center Norte.

O calendário de feiras é um quebra-cabeça complexo de ser montado, que leva em consideração diversos aspectos. “Os organizadores têm um grande trabalho para que uma feira que aconteça em São Paulo, por exemplo, não prejudique outro evento regional que coincida com a mesma data em outro Estado. Ou então que ela também não impacte a ´não vinda´ de pessoas que estão participando uma feira no exterior. Existem mercados que são segmentados pelo mundo inteiro”, completa Ventura.

Um carnaval nos meses indicados bagunçaria por completo este quebra cabeça, e não apenas nos dias “oficiais” da folia, mas por várias semanas. Nos últimos anos a festividade tem crescido na capital paulista, se estendendo por até três semanas: pré – durante – pós carnaval. “Nosso mercado não está preparado para um impacto deste no ano que vem. Vamos relembrar que tem muita empresa que, infelizmente, já ficou no meio do caminho. Colocar o carnaval em um período importante de eventos de negócios será um assunto muito sério, que demanda muita atenção”, completa Picolo.

De acordo com a Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, a decisão do adiamento do carnaval foi com a intenção de tentar encontrar uma solução de “meio termo”, que não prejudicasse nenhum lado.  “Estamos tendo que lidar com o imponderável neste momento. Eu entendo as demandas do setor, mas entendo também todos os desafios e dilemas para esta decisão. Estamos abertos para receber o pleito oficial sobre este assunto e iniciarmos o diálogo com os responsáveis”, diz Ellen.

Para João Nagy, Diretor do WTC São Paulo e Vice-presidente da UBRAFE, o Carnaval fora de época será um impacto muito grande não apenas para o setor de eventos, mas para a economia como um todo. “Acho que foi um acerto antecipar alguns feriados, por exemplo. E isso poderia ser feito também com o carnaval, talvez puxar ele para janeiro”, propõe Nagy.

A pandemia ensinou que o setor de feiras de negócios precisa mostrar mais força juntos aos órgãos públicos para não ser deixado de lado. A questão do carnaval é apenas mais uma batalha que está para começar – e deve ser discutida desde agora.

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