Entrevista com Maurício Duval Macedo (CIPA Fiera Milano) sobre os impactos do COVID-19 no setor de feiras

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Entrevista com Maurício Duval Macedo, Diretor Geral da CIPA Fiera Milano

Como você avalia os prejuízos para o setor de eventos do Brasil com a COVID-19?

Estamos vivendo uma crise de proporções sem precedentes na nossa história recente. O setor de eventos está sendo impactado não somente no Brasil, mas em todo o mundo! Ainda é cedo para calcular os prejuízos em toda a cadeia produtiva, que envolve locação dos pavilhões de exposição, espaço para convenções, hotéis, fornecedores dos segmentos de alimentos e bebidas, transporte e tantos outros prestadores de serviços. Creio que a retomada gradual da economia nas próximas semanas e meses e os eventos no segundo semestre serão fundamentais para a recuperação do nosso setor.

E para a empresa, como está sendo o impacto do Novo Coronavírus na operação?

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A primeira medida foi adiar para novembro a realização da Exposec e da Ecoenergy, que ocorreriam simultaneamente no mês de abril, no São Paulo Expo. Sabemos que é uma decisão difícil, pois as feiras de negócios são um “motor” importante para a economia e afetam milhares de pessoas. Todavia, a saúde e o bem-estar de expositores, visitantes, fornecedores e nossos colaboradores devem ser priorizados.

No Brasil, a Cipa Fiera Milano organiza e promove 11 feiras que representam os mais diversos segmentos da economia, como segurança, energias limpas e renováveis, tubos e conexões, cabos, saúde no trabalho, tratamentos de superfície, esquadrias, tecnologias em reabilitação, inclusão e acessibilidade.

Quais eventos foram adiados até o momento? Todos serão realizados ainda em 2020?

Todos os eventos estão mantidos para este ano até o momento e ocorrerão no segundo semestre. São eles: Fesqua, Ebrats (setembro), Fisp, Fire Show (outubro), Exposec e Ecoenergy (novembro). A nossa expectativa é que essa crise gere novas oportunidades para o desenvolvimento de produtos ou serviços, como temos acompanhado diariamente pela imprensa em vários setores da indústria.

Os expositores dos eventos adiados, são empresas que – assim como todas as outras – enfrentaram problemas econômicos durante a crise do COVID-19. Eles seguem confirmados?

Não temos dúvidas que é fundamental estarmos cada vez mais unidos com nossos clientes, parceiros e fornecedores. O diálogo e o bom senso devem prevalecer em momentos difíceis. Todo problema tem uma solução e, por isso, nosso time na Cipa Fiera Milano está ciente que precisa estar acessível e aberto a mudanças. Tenho certeza que sairemos fortalecidos dessa crise.

Como está sendo o contato com os pavilhões para remarcação dos eventos? Falando de um aspecto geral e no seu ponto de vista, como será o calendário de feiras no segundo semestre? Terá espaço suficiente para todos os eventos?

Conseguimos remarcar as feiras de abril para novembro e seguimos com os demais eventos sem alterações de data e pavilhão. Esperamos que nenhum evento seja postergado para 2021 por falta de local. Sabemos que é uma logística complexa, pois a cidade de São Paulo concentra boa parte do calendário de feiras e este problema afetou a todos os promotores, porém temos percebido que os administradores dos pavilhões têm se mostrado bastante parceiros e flexíveis, dentro das condições de cada local. 

Neste período sem evento, serão feitas ações digitais para amenizar a lacuna deixada pela realização da feira? Se sim, quais?

Sim, reforçamos a comunicação nos sites e redes sociais das feiras com conteúdos que sejam do interesse dos mercados-alvo em que a Cipa Fiera Milano atua. Esta conexão é vital para manter os nossos públicos e outros formadores de opinião atualizados.

Após toda a crise passar, quanto tempo você avalia para o setor se recuperar?

Estamos empenhados em garantir a realização das feiras no segundo semestre. Todas as nossas iniciativas, não somente dos promotores de eventos, vão gerar um movimento positivo para o país seguir adiante. A velocidade da recuperação, a meu ver, vai depender de quanto tempo efetivamente durar as ações mais drásticas de distanciamento social.

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