A Expo 2025 Osaka, no Japão, abriu suas portas no dia 13 de abril e segue até 18 de outubro, com o ambicioso tema “Designing Future Society for Our Lives” (“Projetando a Sociedade Futura para Nossas Vidas”).
Com participação de 158 países e expectativa de atrair cerca de 28 milhões de visitantes, a exposição propõe reflexões sobre convivência harmônica, proteção à vida e soluções para a crise global atual.
E o Brasil marca presença com um pavilhão impactante, coordenado pela ApexBrasil e idealizado artisticamente pela cenógrafa Bia Lessa.
O Pavilhão Brasil, localizado logo na entrada do evento, surpreende desde o primeiro prédio com uma experiência sensorial em cinco atos: Existir, Diferir, Confluir, Extinguir e Reesxistir.
Objetos infláveis no teto em formato de plantas se movimentam de forma orgânica, enquanto no chão o visitante caminha entre cadeiras de praia, bonecos de seres humanos e animais que caem e se levantam, papéis com mensagens de autores brasileiros e sacolas recicláveis cheias de ar que sobem e descem pelas paredes.
Ao fundo, um grande painel solar simboliza a força da natureza. No início da performance, o sol brilha como fonte de vida.
Conforme a apresentação avança, ele escurece e adquire tons avermelhados, representando o risco iminente da destruição causada pelas mudanças climáticas.
Quando o painel se apaga, os objetos no chão caem, simbolizando o colapso da natureza. A mensagem é clara: “vamos cuidar do mundo juntos”.
Durante a cerimônia de abertura, o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o impacto da proposta: “Bia Lessa trabalhou para mostrar ao mundo um caminho, um jeito de ser melhor. Ela é especial porque lida com arte, com a alma brasileira.”
A curadora relembrou a inspiração no arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que projetou o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka de 1970.
“Estamos aqui, Paulo, para continuar”, declarou Bia Lessa, referindo-se à célebre frase do arquiteto: “Sabemos que vamos morrer, mas sabemos que não nascemos para morrer. Nascemos para continuar”, disse.
O evento contou ainda com homenagens culturais, como a execução do Hino Nacional Brasileiro e interpretações das músicas “Sementes do Amanhã” (Gonzaguinha) e “O Trenzinho do Caipira” (Heitor Villa-Lobos), pela cantora Mio Matsuda e os músicos Marcelo Kimura e Sasago Shigueharu.
ESPAÇO PARANGOROMOS E SALA MULTIUSO
No segundo prédio do pavilhão, o público é convidado a explorar a Sala Parangoromos, que propõe uma fusão entre o parangolé (arte performática criada por Hélio Oiticica) e o tradicional vestuário japonês hagoromo, associado à espiritualidade.
Os visitantes podem se pintar com tinta branca e vestir os “parangoromos”, criando um elo entre as culturas brasileira e japonesa.
Ao lado, a Sala Multiuso funciona como espaço institucional e de negócios. A diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Repezza, enfatizou o papel da exposição como vitrine para o Brasil.
“A ApexBrasil assumiu esse desafio por ser um evento importante de promoção da imagem do Brasil, e muitas vezes tem reflexo direto na geração de negócios. Cada ano nos superamos”, celebrou.
MAIS QUE UM PAVILHÃO: UMA JORNADA DIPLOMÁTICA E ESTRATÉGICA
A participação brasileira na Expo 2025 é estratégica, especialmente por marcar os 130 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Japão.
Segundo o Itamaraty, essa parceria é classificada como uma “Parceria Estratégica e Global” desde 2014, sustentada por profundos laços culturais e humanos.
O Brasil abriga a maior comunidade de descendentes de japoneses fora do Japão — cerca de 2,7 milhões de pessoas — enquanto aproximadamente 210 mil brasileiros vivem no Japão.
“O Brasil mostra a diversidade que é a nossa força”, declarou o embaixador Laudemar Aguiar, do Ministério das Relações Exteriores, durante a abertura do pavilhão.
Além de reforçar laços culturais, o Brasil também busca fortalecer cooperação em áreas como ciência, tecnologia, inovação e comércio exterior. O Japão figura como o 9º maior destino das exportações brasileiras e o 12º maior investidor no Brasil.
O Pavilhão Brasil projeta receber mais de 10 mil visitantes por dia. A estrutura tem como missão valorizar a cultura, a sustentabilidade e o potencial econômico do país, com uma abordagem sensível e provocadora.
“Nossa intenção é mostrar a alma brasileira, nossa cultura, nossos produtos e, assim, promover a imagem do Brasil para o mundo e abrir as portas para futuros negócios”, conclui Jorge Viana.