A Francal, Feira do Verão Brasileiro, teve sua 49ª edição encerrada nesta quarta-feira, 5 de julho, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento apresentou ao mercado os coleções de calçados e acessórios para a primavera-verão de 1.500 marcas nacionais, temporada que representa em torno de 70% dos negócios anuais do setor.
A feira recebeu 33.800 visitantes profissionais de todos os Estados brasileiros e do Distrito Federal; entre eles, 13.600 lojistas – ou seja, 40% do total. A forte presença desse público focado na realização de negócios com as empresas expositoras comprova a tendência de profissionalização do mercado. Do total de lojistas, 600 vieram de 17 cidades do interior de São Paulo e de Minas Gerais por meio das caravanas subsidiadas pela feira e organizadas em parceria com associações comerciais e câmaras de dirigentes lojistas.
Para Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal, tudo indica que a feira atendeu à expectativa de dar continuidade à recuperação das vendas no mercado interno e externo iniciadas neste ano. “O retorno que tivemos dos expositores foi bastante positivo, com vendas efetivas e futuras, inclusive para clientes internacionais”. (confira depoimentos dos expositores abaixo).
Segundo ele, a indústria e o varejo de calçados são um exemplo de setor que está sabendo aproveitar as oportunidades oferecidas pela melhora do cenário econômico, e a Francal cumpriu seu dever de atender às necessidades do mercado. “A feira apresentou o melhor da produção nacional em calçados e acessórios para a primavera-verão e impulsionou os negócios do segundo semestre”.
O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, destaca que a feira cumpriu a função de dar um start para a temporada de vendas mais importante, em termos de volume, para a indústria nacional.
“A primavera-verão responde por quase 70% do total de vendas brasileiras de calçados. Neste contexto, a Francal sempre é um termômetro importante do comportamento do mercado e nesta edição não foi diferente. Empresas que conseguiram segurar custos e manter o preço, apostando em produtos inovadores, tiveram bons resultados, outras nem tanto. O segmento, apesar de iniciar uma recuperação gradual, ainda está muito inseguro quanto aos rumos da economia, que historicamente é abalada pelas turbulências políticas”, comenta o dirigente.
Segundo Klein, de uma maneira geral, a indústria de calçados, se comparada com a indústria de transformação, é a que menos vem sentindo os efeitos da crise, tendo registrado incremento nas vendas internas e externas nos primeiros meses do ano. Entre janeiro e abril de 2017, as vendas no varejo aumentaram 6,3% no comparativo com igual período do ano passado, enquanto as exportações aumentaram 20% em receitas entre janeiro e maio no mesmo comparativo. “Existe sim uma retomada gradual, mas os calçadistas precisam entender que a sustentabilidade desse processo depende também do comportamento da indústria, que deve apostar em produtos diferenciados e que atraiam o consumidor para um novo modelo de consumo”, acrescenta.
Na avaliação da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), na feira os lojistas tiveram a oportunidade de conhecer os lançamentos dos fabricantes de calçados e acessórios para a primavera-verão e realizar negócios com eles. “Temos uma expectativa de retomada do consumo de calçados nos próximos meses, por isso as compras durante a feira foram para atender à demanda projetada”, afirma Marcone Tavares, presidente da entidade. Ele destaca o caráter inovador e o design dos produtos apresentados pelas indústrias na Francal.
A Francal foi também palco de diversas atividades importantes para a Ablac. A entidade apresentou oficialmente o aplicativo Treinalojas, destinado ao treinamento de vendedores, que começa a ser utilizado por redes de lojas associados em julho. Além disso, reuniu sua diretoria executiva para análise dos projetos realizados ao longo do primeiro semestre, com destaque aos esforços para aprovação da reforma trabalhista em Brasília, onde o presidente Marcone Tavares esteve pessoalmente por três vezes, em contato com parlamentares.
Importadores
Mais de 900 importadores de 54 países compareceram à feira para fazer negócios com os fabricantes brasileiros. Destes, 58 foram convidados pela Francal, em especial de países árabes e da América Latina. A ampliação no número de países em relação aos 45 representados no ano passado são resultado da do extenso trabalho de divulgação internacional da feira e do calçado brasileiro realizado pela Francal no mercado externo ao longo de todo o ano.
Para Abdala, o calçado brasileiro tem o “DNA da exportação”, pois mesmo em momentos em que a variação cambial se mostrou desfavorável, o setor não deixou de exportar. O aumento registrado nas vendas para o mercado externo nos primeiros cinco meses do ano, segundo ele, comprova que o Brasil está retomando seu lugar no mercado externo. “A visibilidade da Francal no mundo todo atraiu compradores de mais mercados, muitos deles estratégicos, e trouxe resultados positivos para os expositores. Tão importante quanto os negócios realizados aqui é o start que a feira deu para oportunidades ainda maiores e duráveis”, projeta.
Desfiles
Alguns dos momentos mais badalados da Francal 2017 foram os cinco desfiles realizados nos dias 3, 4 e 5 de julho. A cada apresentação, a Arena Verão Francal ficou lotada de expositores e visitantes interessados não só em conhecer as tendências da temporada nas linhas feminina, masculina e infantil, mas também na suntuosa produção.
Na passarela, modelos desfilaram produtos icônicos das marcas expositoras, com curadoria da equipe de estilo da revista VOGUE. O desfile de estreia, no dia 3, foi seguido de um painel da revista, em que diretora de redação, Silvia Rogar, a diretora de estilo, Donata Meirelles, e stylists da publicação comentam as escolhas e detalharam os novos desejos de consumo para o verão brasileiro em 2018.
Conteúdo
Nesta edição, a FRANCAL manteve uma programação voltada à oferta de conteúdo profissional a visitantes, expositores e todos aqueles que criam, estudam, produzem e comercializam calçados e acessórios. Esse conhecimento foi transmitido por especialistas e influenciadores em eventos como o Fórum Francal, com a palestra do designer e consultor de moda Walter Rodrigues, e nos palcos Girassol e Tulipa, onde se deram as palestras rápidas do Francal Talks. Logo na abertura, um painel discutiu “O Brasil que vai dar certo”, enquanto nos demais os desfiles apresentam produtos icônicos das marcas expositoras.
Na avaliação da gerente de Negócios da Francal, Malu Fiorese, o conteúdo oferecido valorizou os produtos apresentados pelos expositores, dando aos visitantes o conhecimento dos conceitos que nortearam o desenvolvimento das coleções primavera-verão das marcas. “Essa é a razão pela qual as palestras e demais eventos fazem parte da programação da Francal: abastecer os lojistas com informações sobre moda e as mais modernas técnicas do varejo para que eles possam incrementar e qualificar suas vendas”.
Francal 50 anos
A próxima edição da Francal está confirmada para 16 a 18 de julho de 2018, quando a Feira do Verão Brasileiro vai completar 50 anos. Abdala promete novidades que vão surpreender o mercado e comemorar a relevância de uma das mais longevas feiras do setor no mundo.
Crédito da imagem: Galli Foto/Francal Divulgação