A volta mais ativa dos eventos presenciais proporcionou tanta conversa sobre o mercado MICE em maio que, ao fazer um fechamento e revisar a programação de junho, me deu a certeza sobre o quanto como indivíduos somos importantes para a promoção de qualquer movimento.
No Lamec Weekends, vivendo a experiência de mudanças e Futuros com a maravilhosa Ligia Zotini, do Voicers, pudemos realizar que sim, a tecnologia tem muito ainda a acontecer e a evoluir, mas também o quanto como pessoas precisaremos acompanhar.
Abraçar o novo, experimentar e treinar especialmente nosso cérebro de maneira prática será fundamental.
Já sabemos que quem estava mais preparado para lidar com a chegada massiva da internet e o uso de tecnologias, e o trabalho remoto com suas tecnologias no advento da pandemia teve vantagem ganhando tempo na curva de aprendizado.
Com a massificação do 5G será uma onda parecida – ambientes imersivos, outro nível nas comunicações entre uma série de questões, a começar pela nossa noção espacial – temos que estar mais preparados e praticar o possível para tal. Já deu para aprender como funciona não?
No Fórum Eventos, as discussões também passaram por este aspecto, desde a missão do Razões para Acreditar, que baseado em uma pessoa que tenta divulgar e ajudar a quem precisa, mobiliza-se uma comunidade inteira a fazer o bem.
Sim, sempre começa com uma pessoa e uma indignação, o que é maravilhoso. Ali também discutimos ESG, e em 2 workshops promovidos tivemos um destaque em todos os grupos e propostas de ações, levando a conclusão que toda mudança precisa começar com a adesão individual.
Não adianta pensar em ESG se você não entendeu que é uma cultura e há uma infinidade de ações a serem feitas para ter esse olhar na sua vida, e depois na sua empresa.
Quando eu atuava em uma ONG maravilhosamente fundada por cientistas, aprendi uma teoria científica (longe de mim explicar física ou afins, mas vale compartilhar) que se chama Fato Selecionado.
A natureza funciona em um caos e vai se mobilizando e organizando e eventualmente acontece um Fato Selecionado, que é capaz de reorganizar todo o ambiente. Aprendizado que ficou para mim para sempre e que explica muito, já que somos parte da natureza.
Em um encontro Global Alagev – reunião das comunidades – também tive a felicidade de estar em uma conversa incrível com outros profissionais do mercado e neste papo ficou claro que parte dos desafios que temos a frente tem que ter nossa sensibilidade individual, contextualização ao cenário atual e uma capacidade especial em dizer não, em vários âmbitos.
Além de promover criatividade para gerar soluções, algo que em geral nós brasileiros somos craques.
Ali também foi especial entender “nãos” em cadeia, desde meeting planners equacionando e balisando limites às demandas de seus clientes internos, não aceitando propostas de alto risco de parceiros que tentam sim manter seu caixa ainda de pé, e também lideranças de agências e fornecedores retomando a rédea de seus trabalhos e limites diante de muitos acontecimentos que temos visto em grandes eventos. E o maior desafio: atrair e capacitar novos talentos para esse mercado, cenário mais crônico.
Não somos desejáveis. Como líderes e gestores, isso é uma questão prioritária, a meu ver. Impossível não se incomodar com isso e fazer ações afirmativas a respeito: Como eu posso ajudar?
A Barbara Duran e Vanessa Martin, maravilhosas no workshop do Fórum Eventos, deram um caminho para que a gente fique menos ansioso e perdido e faça uma rota que pode ser atualizada sempre: conhecimento, habilidades e atitudes. Em geral, é nessa ordem.
Então minha lista se baseou em algumas coisas: atualizar a curadoria – o que preciso ler, ver, acompanhar ou até estudar formalmente para ampliar meu conhecimento e aí então, aprimorar as habilidades.
Garantir horas e ações para a minha saúde física e mental, fundamental. Atitudes também mudam quando mudamos nossa referência de mundo, mas o mais importante para mim agora é ter calma. E sempre que tiver que agir ou tomar decisões importantes, que tal parar 5 minutos e pensar em todas as pessoas que estarão envolvidas?
Exercício simples, individual, e que pode nos ajudar a enxergar ou fazer as perguntas certas, para nós mesmos primeiro e depois aos envolvidos nos projetos que atuamos.
Mudanças nascem de pessoas, e elas é que mudam o mundo.