POR MARCUS QUINTANILHA FILHO
Uma projeção recente (25/05/21) – e agora vivemos fazendo projeções – com dados compilados, ajustes técnicos e, levando em conta a velocidade da vacinação e tempo entre doses, nos deu a data de 25 de dezembro de 2022 para o Brasil estar imunizado. Calma! Também fiquei com certa tristeza ao ler isso.
A reportagem saiu (25/05/21) no portal IG e é um consórcio entre universidades Brasileiras para estabelecer uma data usando os dados disponíveis. Segundo os pesquisadores, teremos que esperar mais um Natal para, no próximo, estarmos imunizados.
Óbvio que podem estar errados. Mas prefiro acreditar neles se vou investir meu dinheiro. Agora os “planilheiros” de plantão já podem começar a inserir os dados de despesa e receita em eventos para 2023 e serem bem planejados. Isso mesmo!
Acho que podemos ainda, por via das dúvidas e variantes, empurrar um pouco a margem de segurança desse estudo. Acho mais justo com todos os envolvidos. Ou seriam “Steakholders”? Não sei mais. Mas vamos seguir os universitários?
Se você gosta de falar em inglês, então talvez não confie nos matemáticos “da casa” e seu “Save The date” pode vir antes. Um estudo de janeiro, eu falei “janeiro” de 2021, feito pelo “The Economist Intelligence Unit”, empresa que publica o “The Economist”, nos deu previsão para “meados” de 2022.
Então, seguindo os britânicos, que são bastante pontuais, podemos ter eventos de grandes proporções no segundo semestre de 2022, a exemplo das eleições.
Mas voltando a “prata da casa”, vou indicar o site para que vocês façam suas simulações por região, já que os eventos podem ser moduláveis: http://vacinometro.icmc.usp.br/painel/
Andando para frente, não no tempo, mas em termos de projeções, acredito que o mercado de eventos terá boa recuperação em 2022. Não estou negando os especialistas. A verdade é que vejo sempre o setor pelo olhar dos músicos, eventos de grande porte ou retorno pleno do teatro.
Mas o setor tem muitas feiras e ativações que vão começar de forma normalizada – se já não estão – em breve. Eu busco projetar o setor musical porque ele reflete a cultura. Temos o segundo “São João” cancelado, agora em 2021. Estamos indo para o segundo “Reveillon” e talvez o “Carnaval” também.
Eu entendo que não existe como prever se haverá ou não. Mas como discorri, no texto recente, sobre o fato de que “o “Rock In Rio”, que também havia sido adiado, já está marcado agora para setembro de 2022”. Imagino que seja esse o ponto de inflexão entre nossos professores e previsões do estrangeiro.
No entanto, apesar das informações que chegam, deixo minha impressão de que devemos nos reinventar, rapidamente. Se o produtor fazia um evento popular, como o São João, procure ajustar para um evento de gastronomia a céu aberto.
Se outro, em situação distinta, esperava o Carnaval para colocar seu projeto, dirija esforços no caminho da produção cultural, artes e até um aplicativo de eventos virtuais. Tive a oportunidade de começar um – que infelizmente finalizaram, sem defesa – que daria hoje um belo unicórnio. Mas temos ainda os “games” despontando com esse formato, talvez mais realista, ainda necessitando de ajustes, mas, viáveis!
Então é isso. Vamos acompanhar aqui e ali os sinais e observar. É hora de tomar as rédeas e estabelecer um prazo hábil. É hora de fazer produção. Mas não é aquela de caixas de som, seguranças, sacos de gelo e projetos arquitetônicos, mas a produção cultural original: compor músicas, pintar quadros, reunir os signos culturais de sua região.
Isso sim dará frutos no futuro. E por falar em futuro, lembro da música de Cazuza que diz “Eu vejo o futuro refletir o passado/ Eu vejo um museu de grandes novidades”, então vamos aguardar, pois o “Tempo não para”. Ainda bem!
*Marcus Quintanilha Filho – Escritor, Economista e Gestor de eventos.