POR CRISTINA OCDY
A maioria dos encontros culturais, corporativos, de lazer e esportivos dependiam de aglomerações em espaços fechados por longas horas. Por isso, o setor de eventos foi um dos mercados mais afetados pela pandemia da covid-19.
Durante esse período, as empresas se reinventaram para acompanhar as rápidas transformações ocasionadas por essa crise.
Após meses sem movimentação, o segmento começa a apresentar indícios de um retorno seguro e positivo. De acordo com o Governo do Estado de São Paulo, o destino fechou o mês de julho com uma redução de 49% na média diária de novos óbitos e de 22% de novos casos da covid-19 em comparação às médias de abril, marcado por balanços recordes da segunda onda da pandemia. E com a vacinação em massa, o estado lançou, no dia 17 de agosto, um plano estruturado para iniciar uma retomada gradativa, ou seja, feiras corporativas, museus e encontros de negócios podem funcionar, porém, seguindo todas as recomendações sanitárias.
Porém, para a entrada em grandes eventos, a Prefeitura de São Paulo também já anunciou que passará a exigir um passaporte da vacina, documento que comprova que a pessoa está imunizada contra a covid-19.
Podemos dizer que vivemos uma situação de filmes de ficção científica, passamos por mudanças que nenhum especialista imaginava que o mundo enfrentaria. Foram tempos complicados, mas também de muito aprendizado e reeducação. Antes disso, os fatores considerados essenciais para escolher um espaço de eventos eram infraestrutura, tecnologia, localização, credibilidade e gastronomia. Em anos de transformações, como foram 2020 e 2021, os consumidores alteram os seus comportamentos e, hoje, o ponto crucial é a segurança em função da covid-19.
Penso que existe uma demanda reprimida de organizações que querem investir em eventos. Vamos viver anos em meses. Mas, diante do cenário atual, as empresas devem assumir um papel de responsabilidade. Antes de promover um evento corporativo, fique atento a alguns detalhes e cuidados: verifique se todos os convidados já tomaram, pelo menos, a primeira dose da vacina, coloque como obrigatório o uso de máscaras em locais públicos, inclua álcool gel em pontos estratégicos, oriente as pessoas a higienizar frequentemente as mãos e itens de toques e escolha áreas abertas, que respeitem o distanciamento social e os protocolos sanitários.
Reinvenção com a ajuda da tecnologia
Saímos da “zona de conforto” de eventos tradicionais corporativos e sociais para o on-line ou híbrido, que reúnem características tanto de ações presenciais quanto virtuais. Alteramos nosso modo de conduzir todos os tipos de encontros e adicionamos protocolos rígidos de higienização. O brasileiro, que tem o hábito de receptividade calorosa, teve que se adaptar e desenvolver um novo jeito de interagir. Atingimos o ápice da criatividade para dar continuidade aos nossos negócios.
Um exemplo dessa transformação foi o Villa Blue Tree, espaço de eventos com uma área de 6 mil m², que se reinventou e proporcionou novas opções de serviços para atender da melhor maneira as demandas do consumidor. A empresa anunciou alianças com grandes players do mercado e o lançamento de um complexo de estúdios profissionais para web streaming (transmissões on-line), lives para redes sociais, webinar e webcast.
E agora, com a retomada, o espaço tem também o benefício de conseguir concentrar as pessoas em um amplo local ao ar livre, ou seja, área suficiente para grandes eventos com um número reduzido de convidados, com segurança e distanciamento social.
Não é a primeira vez que o nosso setor precisou se reinventar e não será a última. Nesse momento, precisamos nos unir e construir um retorno com dedicação, estratégia e transparência. Em breve, vamos viver a magia dos festivais, shows, feiras e eventos em geral com a troca de energia das pessoas.
*Cristina Ocdy, diretora de operações e vendas do Noah Gastronomia e Villa Blue Tree