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Videoconferência da UFI apontou caminhos e medidas que devemos adotar em nossa indústria – Por Juan Pablo de Vera

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Nestes dias de Covid-19 os profissionais do mercado de feiras e eventos, assim como todos os demais da economia mundial, estão vivenciando momentos de incertezas e desafios nunca antes enfrentados.

Ao mesmo tempo, observamos a atuação de lideranças e entidades implementando alguns processos de reconstrução e redesenho da cadeia de valor que nossas empresas devem preservar.

Como parte deste processo, no começo desta semana eu tive a oportunidade de participar como convidado da videoconferência organizada pela UFI (Associação Global da Indústria de Eventos) que tinha como foco discutir os impactos do Novo Coronavírus (COVID-19) na indústria de feiras da América Latina. A reunião virtual contou com a participação de 314 participantes de 15 países e a coordenação de Ana Maria Arango, Gerente Regional para América Latina, e Nick Dugdale-Moore, Gerente Regional para Europa, da UFI. Durante a conferência foram apresentados vários tópicos interessantes que acho relevante repassar para meus colegas do Brasil:

1-) Panorama atual e dados consolidados que refletem o impacto econômico e social do Covid-19 na Indústria de Eventos.

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Resumindo os slides para vocês. São contabilizados 145 bilhões de dólares de contratos não  concluídos neste segundo trimestre de 2020 e temos mais de  500 feiras canceladas nas últimas 2 semanas (12 de março). Os números são cinco vezes maiores em relaçãa às projeções realizadas a uma semana atrás.

2-) The Events Intelligence 

Também tivemos a oportunidade de conhecer dados do relatório “The Events Intelligence”, que identificou, a nível global, um total de 685 eventos postergados até o dia 13 de marco. Deste total, 54% já confirmaram uma nova data para 2020 e 21% decidiram cancelar a edição neste ano. Até o fechamento do levantamento, 25% ainda não tinham certeza do que fazer com seu evento.

3-) Centros de Convenções convertidos em hospitais de campanha

 

Na sequência foram comentados os resultados do estudo da UFI junto a AIPC, onde se destacou as boas práticas que estão acontecendo ao redor do planeta no uso de centros de feiras e eventos para abrigar hospitais de campanha. Uma ótima alternativa para se aproveitar a capacidade destes equipamentos e a experiência do setor de eventos em realizar montagens de ambientes compatíveis aos necessários para o atendimento de futuros pacientes. Várias cidades da Europa, bem como Estados Unidos e América Latina estão com ações como estas. Inclusive o Brasil, com o Anhembi, ExpoMinas e o Riocentro.

4-) Futuro da nossa indústria na América Latina

A videoconferência contou com a participação ativa de José Navarro (Chairman do Capítulo Latam da UFI e Presidente da Tarsus México), e de Fernando Gorbarán (Vice-Chairman do Capítulo Latam da UFI e Presidente da Indexport Messe Frankfurt-Argentina). Eles trouxeram ao debate alguns comentários muito relevantes sobre o futuro da nossa indústria na América Latina. Nas circunstâncias atuais, fica evidente a necessidade de uma integração maior do setor de eventos em toda a região e, principalmente, a consolidação de dados estatísticos relevantes. São poucos os países que têm informações atualizadas com boa periodicidade e com base estatística comprovada.

Uma outra característica desta crise é que ninguém, em indústria alguma, estava preparado para algo assim. Nós, gestores, fomos treinados nas empresas e em cursos de formação profissional para gerenciarmos crises em nossos eventos. Mas neste momento, ninguém está podendo usar o “Manual de Procedimentos”. É algo novo e diferente do normal. Um dos maiores desafios que estamos lidando tem sido cuidar dos processos de comunicação de uma maneira que passemos confiança, evitando o pânico generalizado. Isso para clientes e até mesmo profissionais que trabalham em nossas empresas.

Estamos tendo que reaprender novas modalidades de comunicação e, principalmente, dos aprendizados que esta crise pode trazer para a indústria de eventos. Não deixaremos, é claro, de fazer atividades face-to-face. Mas já estamos conseguindo enxergar que existem maneiras de aproveitar a tecnologia para sermos mais eficientes – principalmente nos processos tradicionais de gestão de um evento. O Covid-19 está nos obrigando a reaprender a trabalhar de maneira mais colaborativa, cooperativa e sustentável.

Esta crise mundial expôs as nossas debilidades e a nossas fraquezas. Mas ela também está demonstrando alguns exemplos de outros setores da economia que conseguiram se mobilizar rápido e de maneira mais eficiente frente aos governos e entre seus próprios empresários. Precisamos aprender como fazer diferente. Como fazer tudo de uma maneira mais unida.

Em países como a China, onde a pandemia está diminuindo, as atividades econômicas estão voltando gradativamente ao normal e já existem eventos locais que estão sendo anunciados para acontecer em meados do mês de Maio de 2020.

Após 25 anos de experiência, estou ainda mais convencido da relevância da nossa função como empresários e líderes do setor de eventos e afirmo: “o setor de feiras e eventos será, mais uma vez, a mais eficiente ferramenta para a recuperação da econômica mundial nos próximos anos”. Daqui alguns anos vamos a estar compartilhando novamente bons momentos de confraternização em algum evento e, neste dia, nos lembraremos das dificuldades que enfrentamos na crise do Coronavirus de 2020. Não tenho dúvidas que comemoraremos juntos a nossa capacidade de superação. Mas, só vamos conseguir estar juntos nesse evento se soubermos permanecer juntos hoje, construindo um futuro melhor para nossa indústria de eventos e para nossa sociedade.

Artigo de Juan Pablo De Vera, CEO do Grupo R1, Co-fundador do ClickOffice e Vice-presidente do Conselho do Visite São Paulo

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