POR CLAUDIO DELLA NINA
Com a chegada dos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris, me pego lembrando do sonho de adolescência de um dia participar de uma Olimpíada. Joguei voleibol dos 13 aos 24 anos.
Joguei pela seleção brasileira juvenil de voleibol em alguns campeonatos sul-americanos, mas tenho que reconhecer que nunca fui bom o suficiente para ser convocado para uma Olimpíada.
Os 24 anos, após terminar a faculdade, dei adeus à minha carreira de atleta profissional para abraçar uma carreira mais “convencional”, o que me trouxe até aqui.
Naquele tempo, não havia nenhuma tecnologia disponível para ajudar o juiz do jogo nas decisões difíceis.
Nenhuma câmera que permitisse elucidar dúvidas sobre toque na rede, bola tocou ou não tocou no bloqueio ou se caiu dentro ou fora da quadra. Inteligência artificial? Nem pensar.
Os jogos mais importantes contavam com quatro “juízes de linha”, colocados estrategicamente em frente às quatro linhas da quadra de forma a apontar com maior precisão se uma bola havia caído dentro ou fora da quadra, ou se havia ou não tocado no bloqueio.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, a tecnologia será um elemento central para assegurar uma experiência memorável e eficiente.
E não apenas dentro das quadras e arenas desportivas. Uma das inovações mais aguardadas é o uso de inteligência artificial (IA) para melhorar a segurança e a gestão de multidões.
Sensores e câmeras equipados com IA serão utilizados para monitorar o fluxo de pessoas e detectar comportamentos anômalos em tempo real, permitindo uma resposta rápida a possíveis incidentes.
Além disso, a IA será usada para otimizar a logística, garantindo que atletas, equipamentos e suprimentos cheguem aos locais certos no momento adequado.
Outra tecnologia em destaque nas Olimpíadas de Paris será a realidade aumentada (AR) e virtual (VR). Espectadores poderão utilizar aplicativos de AR para obter informações adicionais sobre os eventos e os atletas, enriquecendo sua experiência.
Além disso, a VR permitirá que pessoas ao redor do mundo “participem” dos jogos, proporcionando uma experiência imersiva sem sair de casa.
Essas tecnologias não apenas aprimoram a experiência do usuário, mas também ampliam o alcance do evento, permitindo que mais pessoas se envolvam e se conectem com os Jogos Olímpicos.
No campo dos eventos de negócios, a tecnologia também tem revolucionado a maneira como esses eventos são planejados e executados, especialmente com o advento de big data e inteligência artificial.
Esses avanços permitem uma análise detalhada de dados, proporcionando insights valiosos que ajudam a melhorar a tomada de decisões e a personalização da experiência dos participantes, sejam eles expositores ou visitantes.
Imensas bases de dados (Big Data) são amplamente utilizadas para analisar o comportamento dos participantes antes, durante e após os eventos. Plataformas de análise de dados coletam informações de diversas fontes, como registros de inscrições, interações em redes sociais e feedback dos participantes.
Esses dados são então processados para identificar padrões e tendências, permitindo que os organizadores ajustem suas estratégias em tempo real para atender melhor às necessidades e preferências do público.
Por exemplo, se os dados mostram que uma determinada palestra ou sessão é particularmente popular, os organizadores podem realocá-la para um espaço maior ou oferecer sessões adicionais.
A inteligência artificial também desempenha um papel fundamental nos eventos de negócios, especialmente em áreas como marketing e engajamento do público.
Chatbots equipados com IA podem interagir com os participantes antes, durante e após o evento, respondendo a perguntas, fornecendo informações e até mesmo recomendando sessões ou atividades com base nos interesses individuais.
Além disso, algoritmos de IA podem analisar dados de comportamento para prever quais tipos de conteúdo ou palestrantes serão mais atraentes para o público, ajudando a planejar futuros eventos com maior precisão.
Nos eventos da RX utilizamos tecnologias que permitem a captura e qualificação de leads pelos expositores, a captura de informações sobre produtos pelos expositores, assim como um dashboard que permite aos expositores acompanharem seu desempenho ao vivo, durante a realização da feira.
Essas plataformas também permitem que os organizadores, rastreiem o engajamento dos participantes, analisem o retorno sobre investimento (ROI) e melhorem continuamente a experiência do usuário com base em dados concretos.
Em conclusão, tanto as Olimpíadas quanto os eventos de negócios se beneficiam enormemente do uso de tecnologias avançadas.
Nas Olimpíadas de Paris 2024, a IA e a AR/VR serão utilizadas para melhorar a segurança, a logística e a experiência dos espectadores. Nos eventos de negócios, big data e IA são ferramentas poderosas para personalizar a experiência dos participantes, otimizar a organização e maximizar o impacto do evento.
À medida que a tecnologia continua a evoluir, seu papel nesses eventos só tende a se expandir, trazendo ainda mais inovação, eficiência e melhor retorno sobre o investimento para expositores e visitantes.
*Claudio Della Nina é diretor Latam da RX, uma das maiores organizadoras de eventos corporativos do mundo
