POR ROBERTA NONIS
Há 2 anos e 6 meses atrás promovi uma WebMeeting* para discutir o tema: Taxas em Feiras e Exposições, assunto que sempre me incomodou!
Convidamos para estarem conosco clientes investidores destes tipos de eventos, representantes de centros de exposições e de sociedades/associações promotoras.
Nem todos os convidados atenderam ao convite e por isso a discussão ficou sem respostas para algumas perguntas:
- Por que o custo do KVA é tão alto?
- Por que o expositor tem que pagar por taxas de limpeza, segurança, bombeiros?
- Ao se comprar o m2 não deveriam estar inclusos estes serviços?
Sabemos que fora do Brasil o valor do m² inclui todas estas taxas, o patrocinador tem como custo adicional somente a construção de seu stand e os serviços que opte em oferecer dentro dele.
Um outro ponto que estava ganhando espaço no pré-pandemia foi a regra de que somente fornecedores homologados do centro de exposições podem ser contratados pelos patrocinadores, ou seja, além de ter que confiar no padrão de qualidade oferecido o patrocinador paga mais caro pelos serviços, incluídos neste pacote de buffets a montadoras de stand.
Com a retomada acelerada dos eventos esta prática volta a aparecer e a polêmica volta à pauta.
Os gestores de eventos da comunidade que gerencio estão enfrentando um enorme desafio: fazer caber em seus budgets os altos custos de produção (justificáveis pela inflação acumulada no período sem eventos), as já conhecidas taxas regras e ainda a impossibilidade de contratar seus parceiros homologados e com quem tem tarifas ajustadas em favor dos parceiros homologados pelos centros de convenções.
Resultado disso tudo: verbas têm sido desviadas para eventos próprios, onde o custo per capita livre de taxas e fornecedores não homologados é menor e o participante/cliente fica à disposição da marca, recebendo o conteúdo sem concorrência dos demais patrocinadores.
Será que vale a pena perder investimento por insistir neste modelo já tão criticado pelos patrocinadores?
Será o momento “retomada” uma oportunidade de repensar e voltar diferente? Aprender com nossos amigos americanos e europeus e passar a incluir no m² todos os custos facilitando a vida do patrocinador?
Afinal é o patrocinador quem movimenta a cadeia produtiva, são os briefings deles que movem o mercado, só por isso já merecem ser ouvidos e atendidos em suas insatisfações, foco no cliente é isso certo?
Sou solidária a todos que sofreram com a parada dos eventos, entendo que nem sempre é fácil agradar a todos, mas me nego a aceitar que não há uma forma de melhorar esta questão.
Acredito que boas conversas e trabalho sério, aliados à boa vontade e muito benchmarking sempre trazem soluções.
Nossa comunidade está à disposição dos players envolvidos nesta polêmica, juntos podemos encontrar um caminho e assim manter a roda dos eventos e sua cadeia produtiva girando e gerando empregos, renda, negócios, crescimento!
Vamos Juntxs?
*O artigo e a gravação na íntegra do WebMeeting estão disponíveis em https://www.evento-unico.com/post/taxas-em-feiras-e-exposi%C3%A7%C3%B5es-highlights-2o-webmeeting-1
Roberta Nonis é CEO & Fundadora da Evento Único Consultoria