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Tudo o que rolou no UFI Americas Conference 2024

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POR LUIZ BELLINI

Anteriormente conhecido como UFI Latam Conference, este ano, o encontro de líderes de eventos foi batizado de UFI Americas Conference, integrando a América do Norte com a América Central e do Sul. O novo nome soa melhor, já que a ideia é consoante ao contexto global do setor de eventos.

O objetivo deste artigo é mostrar os principais pontos apresentados e debatidos neste encontro e alguns destaques e iniciativas que estão impulsionando a indústria de reuniões, congressos, conferência, incentivos e exposições (MICE) nas Américas.

O evento contou com a participação de 160 visitantes, de 15 diferentes países e mais de 30 palestrantes que participaram de diferentes dinâmicas – como palestras magnas, debates e mesas redondas.

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As sessões de networking, com speed meetings e horas dedicadas ao relacionamento e à expansão de contatos, como também um tour pela cidade de Monterrey, conhecida também como “cidade das montanhas”, foram um diferencial nesta edição.

A nova geração e as habilidades mais valorizadas

A palestra de abertura teve como título “It’s a small world after all”. Conduzida por Fernando Fischer, Presidente da RX Américas.

Fischer explorou assuntos como “peer-to-peer” marketing, motores de crescimento de receita nos eventos, aplicação da inteligência artificial em vendas, a importância de captar novos clientes e entender sua jornada para uma boa participação nas exposições, e a importância de gerenciar expectativas e resultados.

Mas, o grande destaque da sua palestra foi a “revolução silenciosa” da nova geração. Fischer destacou a rápida transformação geracional na indústria, observando mudanças significativas nos cargos e a diminuição da idade média dos participantes, o que exige uma reavaliação das estratégias de engajamento. “A mudança geracional está realmente acelerando… a idade média dos nossos participantes nos EUA caiu sete anos em apenas três anos”, destacou.

Outros assuntos relevantes fizeram parte do debate sobre o contexto econômico e político nas Américas. Os destaques foram a influência dos investimentos e das tecnologias chinesas na região, o nearshoring como motor de crescimento no México, na Colômbia, no Peru e na Costa Rica e a cooperação econômica e política entre os países da América Latina como força de atração de investimentos.

Um dos debatedores destacou que “neste momento, o mundo vê a América Latina como uma região estratégica para a cooperação econômica e política.”

Por último, vale trazer aqui uma discussão interessante sobre a atração e a retenção de talento na indústria de eventos. Os participantes mencionaram a importância de criar programas de estágio e a demanda por flexibilidade.

Mas, a principal dica foi de Rogelio Segovia, da Think Talent, para os mais velhos, já em posição de liderança sênior. Segovia destacou que “diante das rápidas mudanças tecnológicas e do crescimento da inteligência artificial, as habilidades mais valorizadas em posições executivas são o pensamento crítico, o pensamento abstrato e a criatividade.”

Destaque especial para a Inteligência Artificial

Os insights de cada conteúdo do evento foram produzidos de forma automatizada por uma ferramenta de IA (Inteligência Artificial). O impacto da IA no mundo dos eventos não é futuro, é presente.

Esta ferramenta me possibilitou concentrar nas apresentações e nos debates sem a necessidade de fazer anotações em um caderno. Somente precisei acessar a ferramenta e ler todas as anotações feitas por ela, além da nuvem de palavras e o resumo de cada conteúdo. Isso me ajudou bastante neste artigo.

Além disso, outra solução de IA conectava as câmeras fotográficas direto à nuvem e a um aplicativo. Todos as fotos eram organizadas por reconhecimento facial. Ou seja, bastava o visitante acessar a solução online e clicar em minhas fotos para ter acesso a todas a fotografias tiradas dele.

Da sustentabilidade à visão dos CEOs

Neste segundo dia foram abordados três temas principais: o ecossistema necessário para realizar uma exposição, eventos sustentáveis e a que um CEO dedica seu tempo.

Esses debates foram interessantes e reuniram presidentes e diretores de pavilhões, organizadores e promotores e autoridades governamentais do México, Canadá, Estados Unidos e de outros países da América Latina.

Os destinos estão cada vez mais priorizando a sustentabilidade e a transformação digital como parte de seu foco estratégico. Estes não estão apenas alinhados com as tendências globais, mas também são essenciais para o posicionamento e a competitividade de longo prazo dos centros de convenções, hotéis, cidades e países.

Vale destacar que melhorar a acessibilidade de um destino, como aumentar o número de voos diretos, é um componente crítico para o sucesso na atração de eventos e visitantes internacionais, contribuindo para o crescimento e a atratividade geral do local.

Ainda sobre meio ambiente, a compreensão clara, a definição e a medição da sustentabilidade são essenciais para ir além do greenwashing e avançar em direção a práticas sustentáveis genuínas e alcançáveis na indústria de eventos.

Os palestrantes destacaram que abordar a sustentabilidade de forma eficaz requer uma análise holística de toda a jornada do evento, identificando e melhorando cada componente, desde transporte e acomodação até alimentação e gestão de resíduos.

Ficou claro que a sustentabilidade deve ser vista como um caminho contínuo de aprimoramento, com avaliação e aprimoramento regulares das práticas, em vez de um objetivo estático alcançado.

No painel dedicado ao que os CEOs estão pensando hoje em dia, a afirmação inicial é que todos estão priorizando a situação econômica, tanto global quanto localmente, e analisando o impacto que esta tem sobre o desempenho e a estratégia dos negócios.

Para os CEOs de eventos, a digitalização é reconhecida como uma força transformadora, com os avanços tecnológicos apresentando tanto oportunidades quanto desafios na comunicação operacional e interdepartamental. Por último, destacaram questões de gestão interna, como aquisição de talentos e engajamento dos funcionários, e enfatizaram a importância da confiança dentro de suas equipes e da gestão adequada do tempo para manter um equilíbrio saudável entre vida profissional e pessoal.

Tempo para relacionamento e atividades físicas

O encontro deste ano dedicou boa parte do tempo para atividades de relacionamento, como almoços, reuniões rápidas, sessões de mesas redondas, jantares e atividades ao ar livre, como corrida ou passeio de bicicleta, e um city tour para conhecer Monterrey, a famosa “Cidade das Montanhas”. Foram momentos diferentes que conectaram ainda mais os participantes.

Acredito que o mais valioso de eventos assim, que reúnem os líderes de uma indústria, é a dedicação dos participantes à troca de ideias e experiências, ao aprendizado e à geração de conexões que impulsionam mais o setor.

A indústria MICE gera aproximadamente 1,5% do PIB nas Américas e mais de 1,5 milhão de empregos de forma direta, além do giro econômico de serviços satélites, ou seja, que acontecem além das “quatro paredes dos pavilhões”. É um setor apaixonante, feito por pessoas apaixonadas! Desejo que continue assim.

* Luiz Bellini é Diretor Geral da RX México. Possui mais de 20 anos de experiência no mercado de eventos e marketing.

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